Infecção urinária e cistite nem sempre são a mesma coisa, mas confundem muita gente. Conheça os detalhes dessas doenças predominantemente femininas e previna-se do jeito certo.
Quando os
sintomas aparecem – dor no baixo ventre, vontade de fazer xixi com
frequência, mas com ardência e em pouca quantidade, urina com cor escura
e cheiro forte –, é comum chamar cistite de infecção urinária e
vice-versa, como se fossem dois nomes para o mesmo problema. Mas não é
bem assim. “Infecção urinária é a contaminação da urina por bactérias
que passam da uretra para a bexiga”, explica o urologista Alex Meller,
do Hospital Santa Paula, em São Paulo. “Cistite é a inflamação da
bexiga, que pode ser causada por uma infecção, mas também por alimentos
(principalmente pimenta, chocolate e café) e remédios (alguns
anti-inflamatórios e antibióticos) que alteram a urina e irritam a
mucosa do órgão”, completa. Ou seja, nem toda cistite é uma infecção
urinária.
Raio x do problema
Ao primeiro
sinal de dor, a recomendação é investigar, indo ao médico e realizando
um exame de urina para detectar ou não a presença de bactérias no
organismo. O resultado faz toda a diferença para definir o tratamento
adequado. Isso porque, como nem sempre há a presença desses agentes
inimigos em um quadro de cistite, pode ser desnecessário o uso de
antibióticos. Nesse caso, controlar a dor com analgésico e beber
bastante água para estimular o xixi costuma ser suficiente para a doença
sarar rapidinho. Porém, se o exame mostrar a existência dos
microrganismos, o médico precisa saber de que tipo são (na maioria das
vezes, é a bactéria Escherichia coli, que normalmente habita o
intestino) antes de prescrever o remédio ideal. Aí é que está o maior
desafio dos médicos: como essas infecções são bem comuns entre as
mulheres – pelo menos 30% terão um episódio na vida –, muitas acabam se
medicando por conta própria e colocando a saúde em risco. “Tomar um
remédio fraco pode não eliminar as bactérias e fazer a doença evoluir”,
fala o urologista Conrado Alvarenga, do Hospital das Clínicas da USP,
explicando que uma cistite mal curada pode virar infecção. “Por outro
lado, um medicamento mais forte do que o necessário vai, com o tempo,
criando bactérias mais difíceis de combater”, acrescenta.
Assim
como a cistite pode virar infecção urinária (pois a bexiga inflamada
fica mais sujeita à invasão bacteriana), uma infecção já existente corre
o risco de se transformar em coisa mais grave se não for tratada. É o
que acontece quando os microrganismos afetam os rins (a chamada
pielonefrite). “Como o fluxo de sangue nessa parte do corpo é intenso, a
infecção pode se espalhar pela corrente sanguínea, o que pode ser
irreversível”, diz Alex Meller.
Cuide-se bem
Você já viu que não dá para brincar com a infecção urinária. Fique de olho no que provoca e como se proteger dela.
O QUE CAUSA
Líquido
de menos: tomar pouca água é o perigo número 1. Com isso, você faz
menos xixi e a urina parada vira um prato cheio para as bactérias. Xixi
com cor escura e cheiro forte são sinais de que você precisa de mais
líquido.
Anatomia desfavorável: nosso desenho faz de nós vítimas
em potencial – para cada dez mulheres doentes, apenas um homem tem o
problema. Como a uretra feminina tem, em média, 5 centímetros, para as
bactérias que colonizam a região chegarem até a bexiga é um pulinho.
Gravidez:
nessa fase, é comum a mulher apresentar mais episódios da doença, pois
costuma reter mais líquido, fazer menos xixi e ter a imunidade reduzida.
Namorado
novo: a culpa não é diretamentedo gato, mas do maior número de vezes
que você transa quando está de amor recente. O atrito do pênis pode
provocar pequenas lesões na uretra e propiciar a
multiplicação de
bactérias no local. Outro motivo é o contato com a flora bacteriana do
parceiro, diferente da sua, o que pode enfraquecer suas defesas no
início da relação.
Imunidade baixa: quando o sistema de defesa do
organismo não está em plena forma, os microrganismos acabam atacando
mais facilmente.
Stress: além de afetar o sistema imunológico,
deixa o corpo inteiro mais tenso, inclusive os músculos responsáveis
pela contração da bexiga. “Sob stress, ela acaba trabalhando o tempo
todo com uma pressão maior e sofrendo um processo inflamatório”, fala
Alex Meller.
COMO PREVENIR
Beba mais água: assim, você vai
fazer mais xixi. “Encher e esvaziar a bexiga várias vezes funciona como
uma lavagem, que recicla as bactérias e dificulta a instalação delas na
uretra e na bexiga”, explica o ginecologista Edilson Ogeda, do Hospital
Samaritano, em São Paulo.
Não segure o xixi: para não perder tempo
ou a fim de evitar a dor, muitas mulheres fazem isso. Mas o hábito é um
perigo, pois na urina parada as bactérias se multiplicam mais rápido. A
regra é clara: deu vontade, não resista.
Vá ao banheiro após o
sexo: fazer xixi imediatamente depois de transar é uma medida de
segurança, porque o jato de urina vai levar embora os microrganismos que
podem migrar da vagina para a uretra e alcançar a bexiga.
Turbine
suas defesas: fazer uma alimentação variada, rica em todos os
nutrientes, dormir bem e levar uma vida ativa são maneiras de fortalecer
o sistema imunológico e barrar a invasão das bactérias.
E se o problema voltar?
Curar
a doença nem sempre é garantia de se ver livre dela de uma vez por
todas, mesmo adotando os hábitos certos para mantê-la à distância. Os
especialistas defendem que ter até dois episódios de cistite ou infecção
urinária por ano não é motivo de preocupação. Mais do que isso, é bom
investigar. No caso da inflamação repetitiva da bexiga sem a presença de
bactérias, é preciso saber o que está causando a irritação e excluir da
rotina. Imunidade baixa é uma hipótese que explica a recorrência de
infecções. Outra é uma alteração genética na mucosa da bexiga, que
favorece a aderência das bactérias e pede um tratamento específico.
Raio x do problema
Ao primeiro sinal de dor, a recomendação é investigar, indo ao médico e realizando um exame de urina para detectar ou não a presença de bactérias no organismo. O resultado faz toda a diferença para definir o tratamento adequado. Isso porque, como nem sempre há a presença desses agentes inimigos em um quadro de cistite, pode ser desnecessário o uso de antibióticos. Nesse caso, controlar a dor com analgésico e beber bastante água para estimular o xixi costuma ser suficiente para a doença sarar rapidinho. Porém, se o exame mostrar a existência dos microrganismos, o médico precisa saber de que tipo são (na maioria das vezes, é a bactéria Escherichia coli, que normalmente habita o intestino) antes de prescrever o remédio ideal. Aí é que está o maior desafio dos médicos: como essas infecções são bem comuns entre as mulheres – pelo menos 30% terão um episódio na vida –, muitas acabam se medicando por conta própria e colocando a saúde em risco. “Tomar um remédio fraco pode não eliminar as bactérias e fazer a doença evoluir”, fala o urologista Conrado Alvarenga, do Hospital das Clínicas da USP, explicando que uma cistite mal curada pode virar infecção. “Por outro lado, um medicamento mais forte do que o necessário vai, com o tempo, criando bactérias mais difíceis de combater”, acrescenta.
Assim como a cistite pode virar infecção urinária (pois a bexiga inflamada fica mais sujeita à invasão bacteriana), uma infecção já existente corre o risco de se transformar em coisa mais grave se não for tratada. É o que acontece quando os microrganismos afetam os rins (a chamada pielonefrite). “Como o fluxo de sangue nessa parte do corpo é intenso, a infecção pode se espalhar pela corrente sanguínea, o que pode ser irreversível”, diz Alex Meller.
Cuide-se bem
Você já viu que não dá para brincar com a infecção urinária. Fique de olho no que provoca e como se proteger dela.
O QUE CAUSA
Líquido de menos: tomar pouca água é o perigo número 1. Com isso, você faz menos xixi e a urina parada vira um prato cheio para as bactérias. Xixi com cor escura e cheiro forte são sinais de que você precisa de mais líquido.
Anatomia desfavorável: nosso desenho faz de nós vítimas em potencial – para cada dez mulheres doentes, apenas um homem tem o problema. Como a uretra feminina tem, em média, 5 centímetros, para as bactérias que colonizam a região chegarem até a bexiga é um pulinho.
Gravidez: nessa fase, é comum a mulher apresentar mais episódios da doença, pois costuma reter mais líquido, fazer menos xixi e ter a imunidade reduzida.
Namorado novo: a culpa não é diretamentedo gato, mas do maior número de vezes que você transa quando está de amor recente. O atrito do pênis pode provocar pequenas lesões na uretra e propiciar a
multiplicação de bactérias no local. Outro motivo é o contato com a flora bacteriana do parceiro, diferente da sua, o que pode enfraquecer suas defesas no início da relação.
Imunidade baixa: quando o sistema de defesa do organismo não está em plena forma, os microrganismos acabam atacando mais facilmente.
Stress: além de afetar o sistema imunológico, deixa o corpo inteiro mais tenso, inclusive os músculos responsáveis pela contração da bexiga. “Sob stress, ela acaba trabalhando o tempo todo com uma pressão maior e sofrendo um processo inflamatório”, fala Alex Meller.
COMO PREVENIR
Beba mais água: assim, você vai fazer mais xixi. “Encher e esvaziar a bexiga várias vezes funciona como uma lavagem, que recicla as bactérias e dificulta a instalação delas na uretra e na bexiga”, explica o ginecologista Edilson Ogeda, do Hospital Samaritano, em São Paulo.
Não segure o xixi: para não perder tempo ou a fim de evitar a dor, muitas mulheres fazem isso. Mas o hábito é um perigo, pois na urina parada as bactérias se multiplicam mais rápido. A regra é clara: deu vontade, não resista.
Vá ao banheiro após o sexo: fazer xixi imediatamente depois de transar é uma medida de segurança, porque o jato de urina vai levar embora os microrganismos que podem migrar da vagina para a uretra e alcançar a bexiga.
Turbine suas defesas: fazer uma alimentação variada, rica em todos os nutrientes, dormir bem e levar uma vida ativa são maneiras de fortalecer o sistema imunológico e barrar a invasão das bactérias.
E se o problema voltar?
Curar a doença nem sempre é garantia de se ver livre dela de uma vez por todas, mesmo adotando os hábitos certos para mantê-la à distância. Os especialistas defendem que ter até dois episódios de cistite ou infecção urinária por ano não é motivo de preocupação. Mais do que isso, é bom investigar. No caso da inflamação repetitiva da bexiga sem a presença de bactérias, é preciso saber o que está causando a irritação e excluir da rotina. Imunidade baixa é uma hipótese que explica a recorrência de infecções. Outra é uma alteração genética na mucosa da bexiga, que favorece a aderência das bactérias e pede um tratamento específico.
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