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sábado, 15 de outubro de 2016

Suspeito de terrorismo é espancado e morto em cadeia de cidade de MT

Valdir Pereira da Rocha foi um dos presos durante a 'Operação Hashtag'.
Ele foi agredido por outros detentos um dia após ser transferido para a cadeia.

Lislaine dos AnjosDo G1 MT
Suspeito de ligação com o Estado Islâmico e investigado na “Operação Hashtag”, da Polícia Federal, Valdir Pereira da Rocha, de 36 anos, morreu na sexta-feira (14) após ser espancado por detentos dentro da Cadeia Pública de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
Segundo informações da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), o detento chegou a ser socorrido e encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro de Várzea Grande, mas morreu cerca de seis horas após a agressão.
A “Operação Hashtag” foi deflagrada pela Polícia Federal em julho deste ano visando deter um grupo suspeito de planejar um ataque terrorista durante a Olimpíada do Rio de Janeiro. Valdir Pereira da Rocha foi um dos dois presos em Mato Grosso. Ele se entregou à polícia no dia 22 de julho e foi encaminhado para o presídio federal de Campo Grande, assim como os outros presos na operação.
De acordo com a Sejudh, Valdir foi transferido para a Cadeia Pública de Várzea Grande na quinta-feira (13), por determinação da Justiça Federal, que teria ordenado que o preso usasse tornozeleira e fosse mantido em regime fechado. Por volta das 12h [horário de Mato Grosso] de sexta-feira (14), o detento teria sido cercado e espancado por outros presos dentro da própria cela.
Conforme a secretaria, a agressão foi contida pelos próprios agentes penitenciários. A Sejudh investiga se Valdir foi agredido por colegas de cela ou se a entrada de outros detentos foi facilitada. De acordo com a pasta, a Cadeia Pública de Várzea Grande tem aproximadamente 300 detentos.
Operação Hashtag
A chamada “Operação Hashtag" pela Polícia Federal, resultou na prisão de pelo menos 12 pessoas em oito estados, segundo o Ministério da Justiça. Foram as primeiras prisões no Brasil com base na recente lei antiterrorismo, sancionada em março pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Também foram as primeiras detenções por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua no Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo.
Em setembro deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra oito dos investigados na operação por crimes como promoção de organização terrorista, associação criminosa, corrupção de menores e recrutamento para organização terrorista. A denúncia foi aceita pela Justiça Federal e esta é a primeira ação penal por terrorismo no Brasil.

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