No total, 14 veículos e um avião foram localizados até o momento. Grupo fez 40 mil vítimas e movimentou R$ 250 milhões entre janeiro e setembro, diz polícia.
Por Mara Puljiz e Maria Helena Martinho, TV Globo e G1 DF
Mais dois carros de luxo, avaliados em R$ 250 mil, foram apreendidos em Brasília pelos policiais da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor e Ordem Tributária e a Fraudes (CORF). De acordo com os policiais, os carros estavam com dois dos presos pelo golpe da moeda falsa Kriptacoin que fez 40 mil vítimas no DF, segundo as investigações da delegacia especializada.
Até o momento, 14 carros e um avião foram apreendidos com integrantes do esquema de pirâmide financeira que envolvia a falsa moeda virtual, batizada de Kriptacoin. O golpe, segundo a polícia, movimentou R$ 250 milhões entre janeiro e setembro. Desde o dia 21 de setembro, quando a polícia civil desarticulou a organização criminosa, 11 pessoas foram presas. Uma delas conseguiu converter a prisão preventiva em domiciliar na sexta-feira (29).
Também na última sexta, a polícia apreendeu outros dois carros de luxo– uma Ferrari avaliada em R$ 1,2 milhão e um Porsche avaliado em R$ 700 mil. A Ferrari estava em uma concessionária de veículos de alto padrão em Goiânia e assim como os outros veículos deve ser leiloada para o ressarcimento das vítimas do golpe.
Uma Lamborghini avaliada em R$ 1,8 milhão também foi apreendida. A empresa que vendia a falsa moeda, a Wall Street Corporate, possuia ainda um avião comprado por R$ 3,6 milhões obtidos com o esquema de "pirâmide financeira". A aeronave foi encontrada em Goiânia.
O esquema
De acordo com as investigações, o esquema começou a ser articulado no final do ano passado e se consolidou no DF em janeiro de 2017. Os integrantes da organização se passavam por executivos e prometiam altos rendimentos com o negócio, com ganho de 1% ao dia sobre uma moeda virtual falsa – o resgate do saldo só poderia ser feito após um ano.
Para dar um ar de legalidade, eles marcavam reuniões, faziam anúncios em outdoors e propagandas, tanto na internet quanto na televisão, além de tirar fotos com cantores famosos. Quanto mais investidores fossem recrutados para participar do negócio, a promessa de ganhos aumentava, com bônus de 10% por pessoa cooptada. Assim, o lucro crescia proporcionalmente à quantidade de aplicações feitas na cadeia, mas era tudo um golpe.
As apurações também revelaram que o esquema funcionava com divisão de tarefas e que contava com falsificadores de documentos. Além disso, as três empresas que vendiam o serviço, alvo da operação, estão em nomes de "laranjas", cujo o patrimônio declarado não condiz com as movimentações financeiras.
A polícia descobriu, ainda, uma lista com cerca de 20 nomes falsos que eram utilizados pela quadrilha. As aplicações eram feitas pela internet por meio de uma plataforma digital, mas os depósitos eram feitos em contas correntes.
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