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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Estudante baleado relata susto ao ver colega atirando em sala de aula de colégio em Goiânia; vídeo

Hyago Marques e mais três colegas foram atingidos e estão internados. Outros dois colegas morreram. Autor dos disparos tem 14 anos e está apreendido.

Por Paula Resende, G1 GO
 
Estudante baleado relata susto ao ver colega atirando em sala de aula
Um dos adolescentes baleados em um colégio de Goiânia nesta sexta-feira (20), Hyago Marques, de 13 anos, disse em um vídeo enviado por parentes dele à TV Anhanguera que sofreu um susto ao ver o colega atirando em sala de aula. O estudante está internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). No total, dois adolescentes morreram e quatro ficaram feridos.
“Que susto eu passei, Deus me livre. Fizeram um ‘calor’ aqui [no tórax], mas está tudo sobre controle, viu gente. Não precisa se preocupar. Estou bem”, diz o estudante no vídeo.
Hyago contou ainda que recebeu a visita de um médico. “Estou bem, conseguindo mexer. O ortopedista veio aqui, mexeu no pé, na mão, está tudo bem”, detalhou.
De acordo com o hospital, Hyago foi atingido no tórax com menor gravidade e não será preciso passar por cirurgia. Ele respira normalmente.
João Pedro Calembo (à esquerda) e João Vitor Gomes morrem após tiros em escola de Goiânia (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)João Pedro Calembo (à esquerda) e João Vitor Gomes morrem após tiros em escola de Goiânia (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
João Pedro Calembo (à esquerda) e João Vitor Gomes morrem após tiros em escola de Goiânia (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Além de Hyago, ficaram feridos:
  • Isadora de Morais – 13 anos: Internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hugo. Ela levou um tiro no tórax que perfurou o pulmão, passou por uma cirurgia para drenagem do tórax e está em estado grave, na UTI e respirando com ajuda de aparelhos. Ela ainda corre risco de vida.
  • Lara Fleury Borges – idade não confirmada: Está internada na enfermaria do Hospital dos Acidentados em estado estável e repirando espontaneamente.
  • Marcela Rocha Macedo – 13 anos: Ela também foi baleada no tórax, teve o pulmão esquerdo perfurado, passou por cirurgia e está internada na enfermaria. Paciente está consciente e respirando sem aparelhos.
Os estudantes João Vitor Gomes e João Pedro Calembo, ambos de 14 anos, morreram na sala de aula.

O que se sabe até agora:

Sequência de fatos:
  • Colegas relatam que ouviram um barulho
  • Em seguida, os alunos viram o adolescente tirando a arma da mochila e atirando
  • Alunos correram para fora da sala de aula
  • O aluno descarregou um cartucho, carregou o segundo e deu um tiro, mas foi convencido pela coordenadora a travar a arma
  • Estudante foi levado para a biblioteca até a chegada dos policiais
Aluno atira em colegas dentro de escola em Goiânia, mata dois e fere quatro  (Foto: Editoria de Arte/G1)Aluno atira em colegas dentro de escola em Goiânia, mata dois e fere quatro  (Foto: Editoria de Arte/G1)
Aluno atira em colegas dentro de escola em Goiânia, mata dois e fere quatro (Foto: Editoria de Arte/G1)

Tiros em sala de aula

O crime ocorreu às 11h50, durante o intervalo entre duas aulas na sala do 8º ano do Colégio Goyases. Segundo a Polícia Civil, o autor dos disparos, de 14 anos, pegou a arma na mochila e começou a atirar.
"Ele pegou a arma, atirou contra o alvo, e, em seguida, disse que perdeu o controle e teve vontade de matar mais pessoas", contou o delegado Luiz Gonzaga Júnior, titular da Delegacia Estadual de Apuração de Atos Infracionais (Depai).
O delegado disse que a tragédia poderia ser ainda maior se uma coordenadora não interviesse, pois o adolescente tinha mais munição.
"Ele ia matar todo mundo. Levou dois carregadores para a escola. Descarregou o primeiro, carregou o segundo, deu um tiro, mas foi abordado pela coordenadora. Ele pensou até em se matar, apontou a arma para a cabeça, mas ela o convenceu a travar a arma", disse Júnior.
Adolescente suspeito de efetuar disparos está apreendido (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)Adolescente suspeito de efetuar disparos está apreendido (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Adolescente suspeito de efetuar disparos está apreendido (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Filho de policiais militares, o adolescente atirou com uma pistola .40, que é de uso da PM. Segundo os investigadores, a arma pertence à mãe dele.
"Ele sabia onde os pais guardavam a arma. Ontem ele pegou, guardou na mochila e levou para a escola hoje. Ele disse que ninguém o ensinou a atirar, ele aprendeu sozinho, mas não entrou em detalhes de como aprendeu", disse o delegado.

Pânico

Uma estudante de 15 anos relatou que, quando ouviu o primeiro disparo, não imaginou que fosse um tiro.
"Pensei que eram balões estourando porque amanhã seria nossa feira de ciências. Depois, ouvimos o barulho novamente e alguém gritou 'é tiro'. Aí começou o desespero", contou.
Outra colega, de 13 anos, disse que ficou em pânico. Ela contou que todos saíram correndo da sala.
“Ele saiu dando tiro em todo mundo da sala. Eu segurei na mão da minha amiga e fui até a polícia. Não sabia o que fazer”, disse ela.
Mulher é consolada na frente do Colégio Goyases, em Goiânia, onde aluno abriu fogo contra colegas em sala de aula (Foto: Cristiano Borges/O Popular/Estadão Conteúdo)Mulher é consolada na frente do Colégio Goyases, em Goiânia, onde aluno abriu fogo contra colegas em sala de aula (Foto: Cristiano Borges/O Popular/Estadão Conteúdo)
Mulher é consolada na frente do Colégio Goyases, em Goiânia, onde aluno abriu fogo contra colegas em sala de aula (Foto: Cristiano Borges/O Popular/Estadão Conteúdo)

Bullying

O coronel da Polícia Militar Anésio Barbosa da Cruz informou que o autor dos disparos era alvo de chacotas de colegas. “Ele estaria sofrendo bullying, se revoltou contra isso, pegou a arma em casa e efetuou os disparos”, disse.
Um aluno de 15 anos, que estava na sala no momento do tiroteio, também contou que o adolescente era vítima de piadas maldosas.
"Ele sofria bullying, o pessoal chamava ele de fedorento, pois não usa desodorante. No intervalo da aula, ele sacou a arma da mochila e começou a atirar. Ele não escolheu alvo. Aí todo mundo saiu correndo", relatou o estudante.
Outra colega do 8º ano do Ensino Fundamental contou que o colega já tinha feito ameaças.
"Ele lia livros satânicos, falava que ia matar alguns dos colegas. Um dos garotos que foi morto falava que ele fedia e chegou a levar um desodorante para sala", contou.
G1 entrou em contato, às 12h50, por telefone, com o Colégio Goyases e foi informado pela coordenadora que toda a equipe está "consternada" e que a administração da escola não irá se manifestar por enquanto.
A escola particular tem turmas do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, com crianças e adolescentes de idades entre 6 e 15 anos.
Estudantes mortos em ataque dentro de escola aparecem em centro de foto da turma (Foto: Arquivo Pessoal)Estudantes mortos em ataque dentro de escola aparecem em centro de foto da turma (Foto: Arquivo Pessoal)
Estudantes mortos em ataque dentro de escola aparecem em centro de foto da turma (Foto: Arquivo Pessoal)

Inspiração em outros massacres

O adolescente contou à Polícia Civil que planejou o ato por dois meses. Ele disse ainda que se inspirou nos massacres de Columbine, que deixou 12 alunos e um professor mortos nos Estados Unidos em 1999, e de Realengo, em abril de 2011, na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, e deixou 12 mortos.
“Ele ia matar todo mundo. Levou dois carregadores para a escola. Descarregou o primeiro, carregou o segundo, deu um tiro, mas foi abordado pela coordenadora. Ele pensou até em se matar, apontou a arma para a cabeça, mas ela o convenceu a travar a arma”, disse ao G1 o titular da Delegacia Estadual de Apuração de Atos Infracionais (Depai).

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