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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Sobrevivente indicou injeção de 'chá do aborto' para mulher que morreu no Rio

Testemunha sequer sabia se estava grávida, mas passou pelo procedimento e o recomendou a uma amiga. Investigação ocorreu depois da morte de uma delas; suspeita foi presa.

Por Fernanda Rouvenat e Gabriel Barreira, G1 Rio
 
Mensagens trocadas mostram preocupação da vítima que se submeteu ao aborto clandestino (Foto: Reprodução / TV Globo)Mensagens trocadas mostram preocupação da vítima que se submeteu ao aborto clandestino (Foto: Reprodução / TV Globo)
Mensagens trocadas mostram preocupação da vítima que se submeteu ao aborto clandestino (Foto: Reprodução / TV Globo)
Policiais da 35ª DP (Campo Grande) encontraram uma nova testemunha que também passou por um aborto clandestino em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, realizado por Lucilene Nascimento Lourenço, presa desde a última sexta (13). A testemunha, que não será identificada nesta reportagem, era amiga de infância de Lucilene e indicou o método — que descreveu como um "chá que faz a menstruação descer" — a uma outra colega: Glaycy, que morreu ao ser submetida ao tratamento clandestino.
Segundo o delegado William Pena Junior, responsável pelo caso, a testemunha disse que "não tinha certeza se estava grávida", mas que decidiu fazer o aborto com Lucilene e depois a recomendou. Com a prisão da amiga, ela fez o reconhecimento da suspeita e contou à polícia onde e como era feita a prática ilegal de aborto.
A intervenção, diz a testemunha, era feita através de um chá, colocado numa seringa e injetado no corpo, através de uma sonda. Lucilene mandava as "clientes" comprarem uma seringa de 24 centímetros e injetava no útero, pela vagina, um líquido que ninguém sabia o que era, mas que, segundo ela, fazia "descer a menstruação".
A testemunha confirmou para a polícia que Lucilene também permitia que a pessoa escolhesse o local de onde a prática clandestina seria feita, podendo ser na de Lucilene ou na da cliente.

Jovem morre após se submeter ao aborto clandestino

As investigações começaram quando uma jovem de 20 anos morreu depois de, segundo as investigações, ter feito um aborto com Lucilene. Glaycy Kelly Sobral do Nascimento morava em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Depois do procedimento, a jovem passou mal e acabou morrendo no hospital Adão Pereira Nunes, onde foi procurar atendimento médico depois do aborto, no dia 28 de julho.
O valor cobrado para o procedimento era de R$ 1,2 mil. Gleycy pagou R$ 1 mil depois de negociar. Conversas no celular da vítima mostram conversas com a autora do aborto clandestino.
VÍTIMA: - Eu devo estar com um mês. Eu descobri hoje. Eu fiz o teste de farmácia.
SUSPEITA: - Se é para resolver não deixa passar muito tempo. (...) Prefere na minha casa ou na sua?.
De acordo com o depoimento policial da testemunha, Glaice tomou um medicamento e começou a se queixar de dores e chegou a voltar à casa de Lucilene. De volta para a sua casa, Gleice se sentiu mal e foi para um hospital. Foi quando a testemunha soube da sua morte.
A suspeita, que vai responder por homicídio doloso (quando se assume o risco de matar) e não apenas por aborto, pode ficar presa por até 30 anos. Ela pediu à testemunha que quebrasse o chip do celular pois sua "casa estava cheia de policiais".
Imagens feitas pela polícia mostram o momento em que Lucilene foi presa em casa, na última sexta-feira. Segundo o delegado William Pena Júnior, em depoimento, Lucilene negou a pratica de aborto clandestino e disse que o número do celular que aparece nas conversas não é dela.

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