A rede social Twitter acusou os meios de comunicação estatais russos Rússia Today (RT) e Sputnik, na quinta-feira, de interferirem nas eleições americanas de 2016 e os proibiu de comprar anúncios em sua plataforma, depois de críticas dos Estados Unidos de que a empresa não havia feito o suficiente para impedir a intromissão internacional.
Para o Kremlin, a proibição do Twitter a anúncios da mídia russa foi motivada pela discriminação de Washington contra Moscou, e estabelece um precedente preocupante. “Lamentamos que, em primeiro lugar, esta empresa seja provavelmente vítima de preconceitos profundos sobre nossos meios de comunicação de massa”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em entrevista coletiva com repórteres.
“Também lamentamos que a empresa esteja realmente criando um precedente de tratamento desigual para seus clientes, algo que, sem dúvida, pode causar temor e preocupação em outros usuários da rede social”, acrescentou Petrov.
“A decisão se baseou no trabalho retrospectivo que estivemos em torno das eleições de 2016 e da conclusão da comunidade de inteligência dos Estados Unidos que tanto a ‘RT’ como a ‘Sputnik’ tentaram interferir na eleição em benefício do governo russo”, informou o Twitter em seu blog corporativo.
A este respeito, Peskov expressou a esperança de Moscou de que a empresa faça uma investigação detalhada e chegue à conclusão que o trabalho de meios de comunicação como os dois sancionados “não pode ser qualificado como interferência no processo eleitoral dos Estados Unidos nem de nenhum outro país”.
Doação e depoimentos
O Twitter planeja doar os ganhos dos anúncios dos dois veículos para apoiar uma pesquisa sobre o uso do Twitter no envolvimento cívico e nas eleições. Isso equivale a 1,9 milhão de dólares que a empresa estima ter recebido desde 2011.
A empresa também afirmou que nesta semana irá divulgar mais informações sobre anúncios de cunho político. De acordo com a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharov, o movimento do Twitter é “outro passo agressivo” para bloquear a Rússia.
Twitter, Google e Facebook estão programados para prestar depoimento no Congresso americano na próxima semana sobre a interferência russa na eleição de 2016.
(com agências internacionais)
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