Corretor de imóveis transporta crianças para hospitais por conta própria.
Homem diz que tomou atitude após não ter dado carona a colega de filho.
O corretor de imóveis Sérgio Oliveira transformou a dor de perder o único filho de três anos, que morreu vítima de câncer, em inspiração para ajudar o próximo, ao criar um sistema de "transporte solidário" para levar até hospitais crianças carentes que sofrem com a mesma doença.
Há dez anos, Sérgio desobriu que o filho, que se chamava Paulo Sérgio, tinha um tumor. O menino começou a fazer quimioterapia, mas os médicos disseram que o câncer havia se espalhado pelo corpo. "Foi o pior dia da minha vida", conta.
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O pequeno Paulo Sérgio morreu pouco tempo depois e o pai, muito apegado ao filho, conta que entrou em depressão. Foi então que Sérgio se lembrou de um dia em que não deu carona a um colega do filho, e decidiu passar a transportar, por conta própria, crianças portadoras de câncer até as unidades de saúde onde fazem tratamento.
"Deixo as crianças nos hospitais e vou trabalhar. Sou corretor de imóveis. Vou para o stand, dou plantão e, quando termina o plantão, volto para buscá-los nos hospitais e levá-los em casa", destaca.
Sérgio é morador da cidade baiana de Simões Filho, região metropolitana de Salvador, e utiliza uma van própria para transportar os pacientes. Ele também montou na garagem de casa uma ONG que oferece orientações, comida, remédios, roupas e brinquedos a famílias carentes de crianças com câncer.
O corretor relembrou o episódio que fez ele tomar a decisão de prestar esse serviço às crianças. Ele conta que em uma das vezes em que saía do hospital de carro com o filho, ele e o menino avistaram uma criança com a mãe indo para o ponto de ônibus.
O filho de Sérgio reconheceu a criança, porque os dois faziam quimioterapia na mesma clínica de Salvador e também moravam perto. O garotou pediu ao pai para dar carona ao coleguinha, mas Sérgio não parou o carro e foi embora. Depois que o filho morreu, Sérgio lembro do episódio e resolveu transportar as crianças até os hospitais.
O homem que fez da própria dor a inspiração para ajudar o próximo diz que agora busca um carro melhor para transportar os pequenos. "É o sonho da gente", afirma.
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