Presidente diz que militares devem se concentrar apenas em vitórias 'decisivas e extraordinárias', e que questões médicas poderiam tirar o foco dos militares transgêneros. Em nota, Associação Médica Americana desmente Trump e diz que 'não existe razão médica válida' para medida.
Por G1
O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (26), que não vai permitir que transgêneros prestem nenhum tipo de serviço militar aos EUA.
De acordo com Trump, a decisão foi tomada após consultas com generais e especialistas.
"Nossos militares devem se concentrar em vitórias decisivas e extraordinárias, e não podem se preocupar com os tremendos custos médicos e transtornos que seriam causados por transgêneros entre os militares", escreveu no Twitter.
O Pentágono revogou a proibição de que pessoas abertamente transgêneros prestassem serviços militares no ano passado, sob a administração do democrata Barack Obama. O plano era permitir que o alistamento começasse esse ano, desde que a transição tivesse sido feita há pelo menos 18 meses.
No mês passado, o secretário de Defesa, Jim Mattis, estendeu o prazo para o início do alistamento por seis meses, de 30 de junho de 2017 para 1º de janeiro de 2018.
Durante este período seriam revisados os planos de adesão dos transexuais e o possível "impacto" na preparação "e poder letal" das forças armadas, detalhou então o Pentágono.
Esse adiamento não afetava os transexuais que já se encontram servindo as forças armadas e cujo futuro é incerto com a decisão anunciada hoje por Trump, que não detalhou em seus tweets quando e como se aplicará essa proibição.
Médicos desmentem
A Associação Médica Americana (AMA) divulgou um comunicado negando que exista fundamento na alegação de Trump de que há razões médicas que justifiquem banir transgêneros do serviço militar.
"Não existe uma razão médica válida para excluir indivíduos transgêneros do serviço militar. Indivíduos transgêneros estão servindo seu país com honra, e eles deveriam ter permissão para continuar fazendo isso.
A política da AMA também apoia a cobertura de saúde pública e privada para o tratamento de disforia de gênero conforme recomendado pelo médico do paciente. De acordo com o estudo Randy sobre o impacto de indivíduos transgêneros no meio militar, o custo financeiro é ínfimo no orçamento de defesa e não deveria ser usado como desculpa para negar a americanos patriotas uma oportunidade de servir ao seu país. Nós deveríamos estar honrando seus serviços - não tentando encerrá-los", diz a nota.
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