Armadilha usa material biológico extraído de árvore da caatinga.
Ela será usada pela primeira vez em bairro com alto índice de infestação.
A batalha contra o Aedes aegypti ganhou mais uma arma. Uma nova armadilha para capturar o mosquito foi desenvolvida por professores e alunos da Faculdade de Medicina de Olinda (FMO). Ela usa uma “super cola” biológica extraída da baraúna, uma árvore da caatinga. A armadilha vai ser apresentada nesta terça-feira (7) aos moradores de Peixinhos, na mesma cidade, no Grande Recife, que serão os primeiros a testar o produto. [Veja vídeo acima]
Além de grudar o mosquito, moscas e outros insetos também ficam colados. A idéia foi inspirada em armadilhas idênticas usadas com sucesso na Tanzânia e Zâmbia, na África. “Ela foi usada para capturar outros gêneros de mosquitos, o onofre e o culex, que transmitem a malária nesses países. A ideia fez reduzir não apenas a população dos vetores, mas reduziu prevalência de malária de uma forma significante”, pontua o professor Carlos Brandt.
O inseto que tiver o desprazer de pousar na cola não sai mais dali. Feita a partir da
braúna ou baraúna, ela dura muito mais do que as colas industriais, até 120 dias. A armadilha é simples, barata e fácil de instalar. Basta passar a cola em um plástico e colocar no local escolhido. A meta é tornar a iniciativa popular e levar para as comunidades.
braúna ou baraúna, ela dura muito mais do que as colas industriais, até 120 dias. A armadilha é simples, barata e fácil de instalar. Basta passar a cola em um plástico e colocar no local escolhido. A meta é tornar a iniciativa popular e levar para as comunidades.
“Nós precisamos educar a população que essa armadilha vai ser importante pra evitar essas doenças transmitidas por estes mosquitos que estão causando muitos transtornos”, comenta a estudante de medicina Juliana Moura.
Os alunos de medicina vão recolher os mosquitos todas as semanas e encaminhá-los ao Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para saber se eles estão contaminados ou não. A “super cola” não tem efeito colateral.
A Secretaria de Saúde de Olinda percebeu o potencial da descoberta e resolveu usá-la nos bairros onde a infestação do Aedes é bem maior. “No caso do município de Olinda, de uma forma geral, nós estamos sob controle em relação ao Aedes. Nosso índice de infestação do mosquito é de 0.9, mas em alguns casos como é o bairro de Peixinhos é um índice de alerta de 2.1, então esse bairro foi o bairro sugerido para ser trabalhado com as lideranças comunitárias e com a população”, explicou a secretária da pasta, Tereza Miranda.
Os moradores de Peixinhos conhecerão a novidade em primeira mão. O engajamento deles é que vai definir a estratégia de combate ao mosquito. “É mais uma arma no meu modo de entender, uma arma muito eficiente que poderá causar uma diminuição bastante significante do número de vetores dessas doenças atualmente muito prevalentes”, finaliza o Brandt.
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