Simulação envolveu cerca de 1.500 pessoas no estádio neste domingo
A seleção está em campo, pronta para cantar o hino de seu país, quando uma explosão interrompe o jogo. Gritos e desespero na Arena Fonte Nova. Em seguida, mais uma explosão. As vítimas pedem ajuda, mas só 10 minutos os bombeiros aparecem para socorrê-las, depois de seguir o protocolo internacional em desastres de massa.
(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)
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Toda essa situação é fictícia e foi simulada na manhã deste domingo (12), com cerca de 1.500 pessoas, durante o II Congresso Internacional de Desastres em Massa. O simulado foi o mais próximo da realidade possível, incluindo voluntários que representavam as vítimas. A proposta é preparar as instituições para atuar durante os jogos das Olimpíadas sediados em Salvador.
Foram algumas simulações, incluindo três explosões de bomba. Duas causadas por pessoas que estariam com explosivos e outra por uma mochila abandonada. Além de um processo em caso de intoxicação alimentar.
Confira um trecho da simulação:
Com um trauma no tórax causado pela explosão de uma bomba fictícia, a estudante de enfermagem Priscila Figueiredo, 25 anos, quis vivenciar o outro lado de seu trabalho. “A gente só sabe o lado do profissional, então é uma oportunidade de entender melhor. Especialmente agora que existem ameaças contra o país”, disse.
Colega de Priscila, Sharllyene Souza, 30, também viu a chance de ter uma prática da profissão. “Vale a pena participar para entender melhor os procedimentos. Nunca passei por uma situação traumática assim”, contou a estudante.
Após os ataques, o protocolo determina que seja realizada uma varredura no local pela Marinha, que avalia o risco de contaminação química, biológica, radiológica ou nuclear. Também entraram em ação equipes do Bope para verificar a existência de outros explosivos e, por fim, o resgate das vítimas com o Corpo de Bombeiros.
(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)
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Para o coordenador geral do evento, Jeidson Marques, Salvador está mais preparada para lidar com desastres em massa do que durante a Copa do Mundo, em 2014. “Nós vamos sediar 10 jogos de futebol e temos que ter um preparativo tão grande quanto o Rio de Janeiro, porque outros centros podem ser um alvo, se imaginando uma vulnerabilidade maior”, explicou. O número de profissionais atuando é equivalente ao que estará disponível nos dias de jogos.
Participaram do treinamento equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Guarda Municipal, Samu, Forças Armadas, Polícia Militar, Bope, Graer, Polícia Civil, Polícia Técnica, Polícia Federal, Interpol e universidades.
Segundo o tenente-coronel Antônio Júlio Nascimento Silva, coordenador do Centro de Gestão Estratégica, o treinamento pode ser colocado em prática em outras situações, que não sejam de terrorismo. “A gente coloca o terrorismo como máximo, mas outras situações também podem acontecer, como no caso de um tumulto, que pode provocar uma grade evasão. O evento é para que a gente tenha a capacidade de responder prontamente”, afirmou.
Ao final da simulação, as vítimas foram classificadas pela complexidade dos ferimentos e levadas por ambulâncias do Samu. As que consideradas em estado mais grave foram resgatadas por um helicóptero do Graer. Equipes do Departamento de Polícia Técnica entram por último para a identificação de vestígios de artefatos e que possam ser usados na identificação de vítimas.
(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)
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