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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Renan diz que não existe acordo no Senado para barrar eventuais prisões

PGR pediu ao Supremo prisão de Renan, Sarney, Cunha e Jucá. Segundo jornal, senadores articulam para impedir prisões de Renan e Jucá.
09/06/2016 12h47 - Atualizado em 09/06/2016 13h30

Por Gustavo Garcia
Do G1, em Brasília

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira (9) que não há acordo na Casa entre os parlamentares para barrar uma eventual prisão dele e do senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Renan deu a declaração ao ser questionado por jornalistas sobre reportagem desta quinta do jornal "O Estado de S.Paulo", segundo a qual há uma articulação entre os senadores para barrar as eventuais prisões de Renan e Jucá.
Neste semana, se tornou de conhecimento público um pedido de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, para que o Supremo Tribunal Federal autorize as prisões de Renan, Jucá, Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara, e do ex-presidente José Sarney. O procurador alega que eles tentam obstruir a Operação Lava Jato.
O Supremo ainda vai avaliar o caso. Se o tribunal determinar as prisões, a lei manda que, no caso do senadores com mandato, a Casa precisa dar autorização, como ocorreu com o ex-senador Delcídio do Amaral, que teve o pedido de prisão ratificado pelo plenário.
“Isso [um acordo para barrar prisões] não existe, nem existirá, porque o Senado praticará sempre a separação dos poderes", afirmou Renan. "Eu já disse isso. Nós não sabemos nem o conteúdo das delações, imagina fazer acordo? Quem está dizendo isso quer mais uma vez deturpar, embaçar as coisas”, continuou o presidente do Senado.
Janot pediu a prisão de Renan, Jucá, Cunha e Sarney com base na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que teria indicado a intenção do presidente do Senado em interferir na operação Lava Jato.
O presidente do Senado declarou a jornalistas também que tem “total interesse no esclarecimento dos fatos” e que está à disposição da Justiça para colaborar com as apurações.
“Eu mais do que ninguém tenho total interesse nos esclarecimentos dos fatos. Eu já fiz da minha parte o que era preciso fazer. Compareci, fiz depoimento, entreguei todos os meus sigilos e estou à disposição para continuar colaborando. De modo que da nossa parte eu tenho conduzido isso tudo com tranquilidade, com serenidade e sabendo que o esclarecimento é bom pra todo mundo, mas é, especialmente, bom para mim”, complementou Renan.



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