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quarta-feira, 1 de junho de 2016

Delegada diz que polícia vai voltar ao local de estupro coletivo no Rio

Objetivo é checar informações de depoimentos. Terceiro suspeito do caso se entregou nesta quarta-feira (1°).
01/06/2016 17h07 - Atualizado em 01/06/2016 19h41

Por Káthia Mello
Do G1 Rio

Cristina Bento afirma que polícia voltará ao local de estupro coletivo (Foto: Reprodução/Globonews)
Cristina Bento afirma que polícia voltará ao local de estupro coletivo (Foto: Reprodução/Globonews)
A delegada-titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), Cristiana Bento, afirmou na tarde desta quarta-feira (1°) que a Polícia Civil vai voltar ao local do estupro coletivo para checar as informações dos depoimentos dos três suspeitos presos até o momento.
Ela afirmou que ainda nesta quarta-feira a polícia também vai fazer uma acareação ente os três presos. Segundo ela, a decisão foi tomada a partir dos depoimentos colhidos depois que Raphael de Assis Duarte Belo, de 41 anos, o terceiro suspeito do crime a ser preso, se entregou.
Por causa da importância do trio preso para as investigações, os suspeitos ainda não serão transferidos para presídios.
 Raphael é o único dos suspeitos que exibe o rosto nas imagens que foram divulgadas da adolescente nua e desacordada. Em carta apresentada pela ex-cunhada, ele admite ter registrado selfie com a vítima, mas nega ter praticado qualquer ato sexual com ela e, ainda, afirma tê-la socorrido.
 Os dois primeiros presos suspeitos de participação no caso são Raí de Souza, de 22 anos, e Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos. O primeiro chegou a admitir ser o autor do vídeo em que a adolescente aparece desacordada. Já Lucas, jogador do time de futebol Boa Vista, é apontado como namorado da vítima e foi preso enquanto se preparava para conceder uma entrevista sobre o caso. Ambos foram detidos na segunda-feira (30).
 Continuam foragidos Marcelo Miranda Correa e Michel Brasil da Silva, ambos suspeitos de divulgar as imagens da garota, além de Sérgio Luiz da Silva Júnior, conhecido como "Da Rússia", que é apontado pela polícia como chefe do tráfico no Morro da Barão. Um sétimo suspeito que também é considerado foragido não teve a identidade divulgada.
Local do crime
 A Polícia Civil do Rio informou nesta manhã que vai realizar uma perícia no colchão usado no estupro coletivo da jovem de 16 no Morro São José Operário, Zona Oeste da cidade. O colchão foi recolhido nesta terça (31) por policiais da 28ª DP (Campinho) e levado ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), no Centro.
O imóvel onde ocorreu o crime fica no alto da comunidade. Segundo o delegado que era responsável pelo caso, Alessandro Thiers, o local é chamado de "abatedouro" (lugar usado para sexo).
Denúncias Disque-Denúncia
 O Disque-Denúncia recebeu, desde a última quarta-feira (25) até esta terça, mais de 30 denúncias anônimas sobre a localização de homens suspeitos de participação no estupro coletivo da jovem.
De acordo com o órgão, todas as informações estão sendo repassadas imediatamente para a delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia de Crimes Contra a Criança e Adolescente Vítima (Dcav). Quem tiver qualquer informação, pode entrar em contato com o telefone 2253-1177 e o anonimato é garantido. As ligações podem ser feitas de segunda-feira a sábado das 7h às 23h30.
Nesta terça, o secretário de assistência social e direitos humanos, Paulo Mello, afirmou que a menor e sua família (pai, mãe, avó, irmão e filho) já estão sob proteção do governo federal.  A vítima ingressou na segunda-feira (30) no Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados. Segundo Mello, o programa vai avaliar se será necessária a troca de identidade da jovem.
"Ela recebeu ameaças até de gente de fora do Rio. A família dela tem como maior medo uma possível vingança desses traficantes", afirmou o secretário. Segundo Paulo Melo, a jovem garantiu que foi violentada e abusada. "Me impressionou a disposição dela em recomeçar e ir embora. Conversei com ela durante uma hora", afirmou o secretário.
Na segunda-feira, a subsecretária de Direitos Humanos do Rio, Andrea Sepulveda, informou que a jovem vai deixar o Estado do Rio. A decisão foi tomada após a pasta detectar "ameaça gravíssima".  A adolescente já conta com apoio psicológico.
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