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Estudante que deixou 9 mortos em cidade alemã recortava material sobre matanças; polícia vê 'conexão' com ataques de extrema-direita na Noruega
O atirador que matou nove pessoas na cidade alemã de Munique era um estudante obcecado por assassinatos em massa e não tinha conexão com o grupo autointitulado Estado Islâmico, disse neste sábado (23) a polícia alemã.
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Investigadores que vasculharam o quarto do atirador encontraram recortes de jornais sobre esses tipos de ataques, incluindo uma reportagem intitulada "Por que os estudantes matam?".
O estudante, um alemão-iraniano de 18 anos nascido em Munique, não foi identificado. O corpo dele foi encontrado a cerca de 1km do local do tiroteio. Ele tinha uma pistola Glock 9mm e 300 balas e acredita que ele agiu sozinho.
Segundo a polícia, o atirador havia recebido tratamento psiquiátrico para depressão.
As autoridades dizem que há uma "ligação evidente" entre o caso da sexta-feira e o aniversário do ataque coordenado que matou 77 pessoas na Noruega em julho de 2011, perpetrado pelo norueguês de extrema-direita Anders Breivik.
Os policiais agora querem saber se ele usou uma conta falsa e um nome feminino no Facebook para atrair suas vítimas para o McDonald's onde deu iniciou ao ataque.
O ataque, perto do shopping center Olympia, na capital da região da Baviera, deixou também 27 feridos, incluindo crianças. Dez estão em estado crítico, incluindo um menino de 13 anos de idade.
Três das vítimas eram de Kosovo, um homem de 21 anos e duas mulheres.
Neste sábado, a Turquia informou que três mortos eram cidadãos turcos, dois adolescentes e uma mulher.
Cidadãos depositaram velas e flores em homenagem às vítimas do lado de fora do shopping center.
Bandeiras estão sendo hasteadas a meio-pau em luto. A chanceler alemã, Angela Merkel, adiou suas férias nos Alpes para se reunir com integrantes do conselho nacional de segurança.
Como aconteceu
Os primeiros relatórios do tiroteio aconteceram às 18h de Munique (14h de Brasília). Testemunhas disseram que o atirador abriu fogo contra pessoas que passavam na Hanauer Street antes seguir para o Olympia, centro comercial vizinho.
A polícia descreveu o ataque como "uma situação de terror aguda", embora as autoridades salientaram que o motivo era ainda desconhecido.
Luan Zequiri, testemunha que estava no centro de compras, disse à emissora alemã N-TV que o atirador estava usando botas de cano alto e uma mochila.
"Eu olhei na direção dele e ele atirou duas pessoas nas escadas", contou.
Zequiri disse ainda que se escondeu em uma loja e quando saiu viu corpos dos mortos e feridos no chão.
Após o ataque, a área do shopping foi isolada, e helicópteros sobrevoaram a região.
A polícia impediu que os funcionários não saíssem das lojas. Por telefone, um deles disse à agência Reuters ter ouvido "múltiplos tiros".
"Todas as pessoas do lado de fora vieram para dentro da loja, e só vi uma pessoa caída no chão. Ela estava muito ferida."
As forças de segurança alemãs estão em alerta desde que um jovem afegão feriu cinco pessoas com um machado em um trem na Baviera na segunda-feira, em um ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.
As autoridades haviam alertado para o perigo de novos incidentes
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