Mestre de obras descia SC-348 quando foi atingido por deslizamento. Veículo ficou destruído na Serra do Rio do Rastro, em Lauro Müller, SC.
15/07/2016 20h27 - Atualizado em 15/07/2016 20h27
Por Mariana Faraco
Do G1 SC
Moacir diz não se lembrar do momento em que seu carro foi atingido por deslizamento (Foto: Reprodução/Sul in Foco)
A dor na perna e no ombro que o mestre de obras Moacir Junior da Silva, de 42 anos, sentia nesta sexta-feira (15) não são nada quando ele revê seu Ka Sedan completamente destruído. Ele dirigia pela SC-438 por volta do meio-dia de quinta-feira (14) quando foi atingido por um deslizamento de terra na Serra do Rio do Rastro, em Lauro Müller, no Sul catarinense.
As rochas atingiram o carro, mas o vão que se formou quando o teto do veículo cedeu criou o único espaço possível para que Moacir escapasse praticamente ileso, dada a violência do impacto. "A pedra só livrou minha cabeça", conta.
Sem memória do acidente
Moacir, que trabalha como mestre de obras e descia a serra ao retornar para Braço do Norte, onde vive, não consegue se lembrar do momento do deslizamento. "Muitos falram que parei para olhar o deslizamento, mas não foi nada disso. Só lembro que estava dirigindo, tava uma garoinha, pouquinha coisinha, sabe? Estava na menor velocidade, descendo tranquilo".
Depois disso, ele só se lembra de "despertar" na cabine de um caminhão que parou para prestar socorro. Segundo Moacir, um caminhoneiro abriu a porta do Ka. "Diz o rapaz do caminhão que ele me tirou do carro, saí andando e entrei no caminhão, mas não me lembro. Quando dei por mim, ele falou: 'olha lá teu carro'.
Carro foi atingido por deslizamento de rochas na Serra do Rio do Rastro (Foto: PMRv/Divulgação)
Moacir foi socorrido e levado para um hospital. Além das dores no ombro e na perna, sofreu um corte na mão, mas não teve nenhuma fratura. Liberado no mesmo dia, ele agora estuda entrar com um processo contra o governo do estado."Não foi culpa minha, todo local perigoso deve ter uma contenção. Vou processar o governo do estado, não fui eu que ocasionei".
O carro não tinha seguro - Moacir está na 18ª das 48 prestações. O prejuízo financeiro, porém, é o de menos para o mestre de obras. Ele conta que chegou a chamar um ajudante para ir com ele para o serviço naquele dia, mas o rapaz recusou. "É Deus. Uma pedra daquela e sair ileso..."
Por cerca de quatro horas, a rodovia ficou interditada por causa do deslizamento. À noite, um novo deslizamento interditou totalmente as pistas. A liberação só ocorreu 12 horas depois, na manhã desta sexta (15).
Órgãos se reuniram
Inspeções diárias devem ser feitas na região, informou o secretário de Estado da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, nesta quinta-feira (14). Após o deslizamento, ele teve uma reunião com o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) sobre minimização de desastres.
O secretário informou que apresentou projeto para minimizar ocorrências na Serra do Rio do Rastro ao engenheiro local do Deinfra, Carlos Augusto Rogério.
Ficou acordado que, conforme a situação, o tráfego será administrado pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv). Também é estudada uma medida para conter as rochas, como telas de aço, informou a Secretaria de Estado da Defesa Civil. A intenção, informou a secretaria em nota "é solucionar o problema por completo".
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