atualizado às 15h20
A Terra está sendo visitada não apenas por um, mas dois cometas. Um acontecimento único - como se a visita dupla não fosse bastante, um deles está "raspando" nosso planeta. Fazia 246 anos que um cometa não passava tão perto.
Os objetos são o P/2016 BA14 Pan Starrs e o 252P/Linear, que começaram nesta semana sua passagem pelo hemisfério Sul e desaparecerão pelo hemisfério Norte em duas semanas.
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No entanto, é nesta semana que os cometas estarão mais perto da Terra.
Embora ambos estejam a uma distância relativamente curta - o Linear, a 5,2 milhões de km, e o Pan Starrs, a 3,5 milhões de km -, quem quiser apreciá-los precisará de um telescópio profissional, pois são objetos pequenos.
Segundo o Instituto de Astrofísica das Canárias, o observatório mais importante da Europa, o telescópio tem que ter ao menos entre 15cm e 20cm de abertura.
Como o percurso é de sul a norte, quem está no hemisfério Sul deve apontar o aparelho para o norte, e vice-versa.
Gêmeos
Talvez o fato mais interessante sobre esses cometas é que são gêmeos.
Segundo especialistas da Universidade de Maryland, nos EUA, eles apresentam órbitas quase idênticas e com período semelhante: 5,25 e 5,32 anos, respectivamente.
"Os dois podem estar relacionados porque suas órbitas são surpreendentemente parecidas", afirmou, em nota, o chefe do departamento de objetos próximos à Terra da Nasa, Paul Chodas.
"Sabemos que cometas são objetos relativamente frágeis. Talvez durante uma passagem anterior pelo Sistema Solar, ou durante um sobrevoo por Jupiter, o pedaço que conhecemos hoje como Pan Starrs tenha se desprendido do Linear", completou.
A passagem dos cometas, disse o cientista, não representa perigo para a Terra.
Agora ou em 150 anos
Trata-se também de uma execelente oportunidade para avançar no estudo científico dos cometas.
Para isso, o telescópio espacial Hubble está seguindo a dupla de perto.
Os cometas são agregados de rocha, gelo e poeira, mantidos juntos pela ação da gravidade, e cujo núcleo varia de 10km a 40km de diâmetro.
O estudo desses objetos é importante para a astronomia porque são como fósseis da formação do Sistema Solar, que carregam informações sobre a gênese dos sistemas planetários.
Especialistas terão essa janela de duas semanas para coletar o maior volume possível de dados - a estimativa é que um cometa só volte a passar tão perto do planeta em 150 anos.
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