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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Menino havia relatado sonho de fugir de casa e matar os pais, afirma delegado.


Garoto de 13 anos é o principal suspeito de ter matado quatro pessoas da família e se matado em São Paulo

O delegado Itagiba Vieira Franco, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou nesta terça-feira (06) que os primeiros indícios de que o menino de 13 anos seja o autor da própria morte e de mais quatro pessoas da família - incuindo os pais -, na zona norte de São Paulo, estão se confirmando. Além das provas encontradas na cena do crime que apontam para o garoto, o depoimento de um dos seus melhores amigos revelou que o menino já havia falado sobre matar os pais, fugir de casa com o carro da família e ser matador de aluguel.
Foto em site de relacionamento mostra casal de policiais militares e o filho. Foto: Reprodução
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"Ele sempre me chamou para fugir de casa para ser matador de aluguel. Ele tinha plano de matar os pais enquanto eles dormissem e fugir com o carro", teria afirmado o amigo para a polícia. "Na minha opinião, ele concretizou o desejo. O inquérito não está terminado, mas tudo leva a crer que foi o menino", afirmou Franco. 
Wanderley Preite Sobrinho/iG
O diretor em exercício do DHPP, Francisco José de Migueli, e o delegado Itagiba Vieira Franco
Os principais indícios que apontam o jovem como autor dos assassinatos são a localização da arma do crime, que foi encontrada próxima a seu corpo, e a posição das outras vítimas, que devem ter sido mortas enquanto dormiam. O garoto também seria canhoto e a marca de tiro está do lado esquerdo de sua cabeça.
“A mãe estava de joelhos e braços cruzados na frente da cabeça, o pai estava de bruços e o garoto na lateral. Na casa ao lado, a mãe e a tia da policial morta pareciam dormindo placidamente cobertas com a luz acessa. Não é usual [a cena], teria briga, gritaria, reação do policial. Tudo se resumiu a algo muito particular, familiar", explicou o delegado.
Além disso, a análise de imagens de câmeras de segurança que mostram o carro da policial Andreia Regina Bovo Pesseghini, mãe do menino, estacionando em frente à escola em que o menino estuda, indicam que ele foi dirigindo sozinho até a escola durante a madrugada . O amigo que falou sobre o plano do garoto confirmou que quem sai do carro nas imagens gravadas na manhã de segunda-feira é o suspeito do crime. A chave do carro também foi encontrada na jaqueta do menino.
A perícia inicial revelou que cada vítima foi atingida por um tiro, na cabeça, com uma arma de calibre 40. Não foi encontrado nenhum outro cartucho de arma que pudesse ter sido usada no crime. Outra perícia mais detalhada ainda será realizada no local.
Wanderley Preite Sobrinho/iG
Policiais em frente ao portão da casa na tarde desta terça-feira (06), em São Paulo
No local ainda foi encontrada uma mochila, que seria do menino, com uma faca e uma arma calibre .32, que, segundo a Secretaria de Segurança Pública, está registrada em nome do pai de Andreia, já morto.
Luiz Marcelo Pesseghini era sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e estava na corporação há 19 anos; sua mulher, Andreia Regina Bovo Pesseghini, era cabo da 1ª Companhia do 18º Batalhão da Polícia Militar, com base na Freguesia do Ó, também na zona norte, e era PM há 16 anos. Também foram mortas a mãe de Andreia, Benedita de Oliveira Bovo, de 65 anos, e uma irmã dela, Bernardete Oliveira Silva, de 56, que ocasionalmente dormia na mesma casa. 
Franco ainda comentou sobre hábitos que o garoto teria em casa, percebidos após a perícia no local. "No quarto do menino foi encontrado grande quantidade de armas de brinquedo. Ele montou o colete de papelão como se fosse escudo da tropa de choque e montou um coldre de papelão", revelou.
Mais depoimentos
Outros dois depoimentos colhidos na manhã desta terça-feira reforçaram a tese da polícia para a autoria do crime. Uma professora do menino e o pai do amigo, que deu carona para ele ontem, foram ouvidos no DHPP.
"Na manhã de hoje foram convocadas as testumunhas, incluindo professores dos garotos. Uma professora disse que na manhã de segunda, Marcelo indagou se ela já havia dirigido um carro quando menor ou atingido os pais de alguma maneira", disse o delegado, explicando que a professora achou a pergunta estranha, mas que teria respondido de forma profissional.
Marcos Bezerra/Futura Press
A porta de entrada da casa do policias encontrados mortos nesta segunda-feira
Já o pai do amigo, que levou o menino da escola para a sua casa, em um momento que os crimes já teriam ocorrido, contou que o garoto pediu que não buzinasse na frente de sua casa porque o pai estaria dormindo. "Ontem depois da aula, ele voltou para casa com o pai do melhor amigo que deu carona. No caminho, ele disse que tinha visto o carro de sua mãe por perto. Ele foi até lá, abriu o carro, pegou alguma coisa e voltou para a carona. Ao chegar, ele evitou que qualquer pessoa se aproximasse da casa e disse que os pais estavam dormindo", relatou Franco.
O delegado informou ainda que foi apreendido o computador do menino para averiguação e que um laudo que sairá em aproximadamento em 30 dias dirá se as vítimas estavam sedadas.

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