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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Alunos contam como administram tempo na prova do Enem; mestres dão dicas

As provas ainda são nos dias 24 e 25 de outubro, mas já é hora de aprender a lidar com o tempo no Enem
Clarissa Pacheco (clarissa.pacheco@redebahia.com.br)
Atualizado em 15/07/2015 07:08:15
  
Três minutos. É esse o tempo médio que um candidato deve levar para responder a cada uma das 180 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Uma média maior do que essa pode significar que o tempo de prova, de 4 horas e meia  no primeiro dia e 5 horas   e meia  no segundo, não seja suficiente para concluir a missão.
“Num primeiro momento, como o candidato está nervoso, a tendência é ele achar que não sabe nada. Então, acho que ele deve se concentrar, ir fazendo tudo que sabe e depois voltar para as questões que não sabe fazer”, orienta a professora de Geografia Márcia Khalid, diretora do colégio Oficina, que nos ajudou a elaborar uma lista com 12 dicas de como administrar bem o tempo antes e durante as provas (ver ao lado).
Gustavo Guimarães costuma reservar uma hora para fazer redação e 30 minutos para preencher gabarito
(Foto: Almiro Lopes)
A indicação da pró Márcia é uma das estratégias que o estudante Gustavo Guimarães, 17 anos, pretende adotar no Enem deste ano. Apesar de ainda cursar o 3º ano do ensino médio no Colégio São Paulo, ele já é um veterano no exame. “Eu já fiz o Enem nos dois últimos anos e acho que valeu a pena ter feito, porque você ganha experiência, leva vantagem”, aponta. Gustavo, que quer estudar Medicina, conta ainda que sempre reserva uma hora para fazer a redação e os 30 minutos finais para preencher o gabarito.Ao longo da prova, ele diz que procura não perder muito tempo. “Eu leio o primeiro período do texto, o enunciado e vou para as questões. Se conseguir resolver com a ideia central do texto, ótimo. Se não, volto para ler tudo”, explica Gustavo, que também pretende gastar, em média, três minutos por questão.
“O candidato não pode pegar as primeiras questões e perder, de cara, oito a dez minutos”, alerta Márcia Khalid.

Sem fórmulas 
Mas, para a especialista em educação e professora do Instituto Federal da Bahia (Ifba) Telma Brito, não há uma fórmula para se fazer a prova e vencer o tempo. Pelo menos, não uma que sirva para todo mundo. “Eu acho que não tem um método fechado. Acho que é uma coisa que tem que ser construída antes, no processo de aprendizagem, ao longo do ensino médio”, afirma. Ou seja, cada caso é um caso. “Na prática dos simulados, o estudante vai percebendo a sua estratégia e os seus limites, por onde ele deve começar”, analisa ela.

Aluna do 3º ano do colégio Isba, Verbena Amorim, 17, vem construindo sua estratégia há dois anos. Ela já fez as provas em 2013 e 2014 e já considera ter se acostumado com a prova. “Já se tornou familiar para mim devido a tais experiências e simulados. Ajudou bastante a controlar o meu tempo e faz uma notável diferença quando se faz para valer”, comenta a candidata.
Para aprender a controlar melhor o tempo e usá-lo a seu favor, Verbena diz que procura resolver questões em casa - normalmente, menos do que um simulado inteiro, por conta da dificuldade de conciliar aulas, provas e estudos para determinado vestibular. 

“Eu tento separar um tempo para cada disciplina do dia que eu tive. Por exemplo, química, história e biologia. No simulado que o colégio disponibiliza, tento fazer as questões de Linguagens/Humanas primeiro. Três minutos para cada, por ser as que tenho mais facilidade e peso no curso que quero”, explica a candidata ao Bacharelado Interdisciplinar  de Humanidades e, depois, ao curso de Psicologia.
 
Treinamento 
Já a estudante Fernanda Argolo, 19, não se prende à sequência formal da prova. “Eu não fico presa nas questões. Vou fazendo as que são mais fáceis, mudo de prova...”. Nem sempre ela prefere começar pela redação. “Depende muito. Pode ser que eu esteja melhor para começar matemática”, ilustra.

Fernanda também já fez o Enem outras vezes e agora estuda num cursinho visando o curso de Medicina. “Treinar em casa também é importante para se acostumar com o tempo. Para quem não conhece o tempo da prova, fica bem  mais difícil”.

Ainda no 1º ano do ensino médio do colégio Acesso, em Feira de Santana, a estudante Brenda Borges, 14, vai fazer o Enem, este ano, pela primeira vez. O objetivo é ir se habituando ao formato da prova. “Eu estou fazendo o Enem, este ano, exatamente para estar preparada para os próximos anos”, relata. Como ainda não viu todos os conteúdos, Brenda não sabe exatamente que assuntos estudar, mas já sabe como vai começar: “Farei as questões que eu souber primeiro”.


Redação 
A prova de redação, que tem maior peso e que, inclusive, pode eliminar o candidato, ainda gera dúvidas quanto às estratégias. A professora de Redação da Escola Estadual Teixeira de Freitas, Marta Mendonça, acredita que o estudante deve rascunhar o texto e intercalar com a prova objetiva (veja ao lado). 

Já a diretora do colégio Oficina, Márcia Khalid, recomenda que o aluno comece pela redação e, só após concluir o texto, passe às questões da prova objetiva. “Mesmo que ele passe a limpo depois. Mas eu acho que ele deve priorizar a redação, que é o maior peso do Enem”, argumenta.

A estudante Verbena Amorim afirma que prefere fazer um rascunho da redação antes de dar início às questões da prova objetiva. “Também faço um esquema. Faço rascunho do texto, antes, depois vou partindo para as outras matérias”, diz.
Já a aluna Brenda Ramos afirma que prefere deixar a redação para o final. “Não gosto de começar por ela porque prefiro ter um tempo livre só para fazer a redação”, explica.

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