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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Temer minimiza crise política e diz que Brasil vive "tranquilidade institucional extraordinária"

Vice-presidente minimizou acirramento das divergências entre governo e oposição
Agência Brasil
Atualizado em 08/07/2015 15:59:12
  
O presidente da República em exercício, Michel Temer, minimizou nesta quarta-feira (8) a crise política e o acirramento das divergências entre governo e oposição. Ele afirmou que o Brasil vive "uma tranquilidade institucional extraordinária".
Esta semana, o governo e sua base aliada têm se mobilizado para defender-se de eventuais pedidos de afastamento da presidenta Dilma Roussef. Na segunda-feira (6), Temer reafirmou a legitimidade do mandato de Dilma. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a presidenta afirmou que não cairá e classificou as tentativas de interrupção do seu mandato de “um tanto golpistas”.
Temer minimiza crise política e diz que Brasil vive "tranquilidade institucional extraordinária".
(Foto: EBC)
“Por mais que muitas vezes se diga há esta ou aquela crise, o fato é que temos uma tranquilidade institucional extraordinária”, disse Temer em breve discurso na homenagem póstuma ao ex-presidente da Câmara Paes de Andrade.
“A simbologia da figura do Paes de Andrade revela precisamente esse país que rompeu com o ciclo histórico em que a cada tempo tínhamos uma crise institucional. Hoje temos tranquilidade, para dentro de instituições democráticas, conduzir o país”, acrescentou.
Em tom de conciliação, Temer disse, em entrevista após a solenidade, que o embate entre o governo e a oposição sobre um eventual pedido de abertura de processo de impeachment deve ser evitado e que é preciso unir as forças políticas para melhorar o Brasil. 
“Temos que pensar no Brasil, que fazer uma grande unidade nacional, que mais do que nunca é necessário um pensamento conjugado dos vários setores da nacionalidade, portanto dos vários partidos políticos para que caminhemos juntos em benefício do Brasil”. Acrescentou que não vale a pena “levar adiante” qualquer discussão a respeito do assunto.
O presidente em exercício também reiterou sua permanência na articulação política do governo. “O vice-presidente da República colabora sempre com a articulação política, aliás a sua própria função de eventual substituto, como hoje se deu em face de viagem da presidenta, revela essa necessidade de articulação política permanente”.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em entrevista após a posse da deputada Luciana Santos na presidência do PCdoB (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Cunha reitera posição de que Temer deixe
articulação política do governo.

(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
As informações sobre uma eventual saída de Temer da articulação política começaram a circular na Esplanada dos Ministérios há uma semana, quando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu que o vice-presidente deixasse o cargo porque, no seu entender, está “sendo sabotado por parte do PT”.
Hoje, mesmo com a tentativa de Temer de minimizar crises, Cunha reiterou sua posição. “Eu já fiz a observação que tinha que fazer, no momento que tinha que fazer. Não vou, todo dia, fazer a mesma observação”, disse.
O presidente da Câmara defende que Temer conclua o processo de aprovação do ajuste fiscal antes de deixar a função, o que vai requerer um esforço de articulação nos próximos dias. “As duas Casas [Câmara e Senado] vão entrar em recesso no fim da semana que vem e esses dias que faltam ele tem que concentrar esforços para concluir o projeto de [votação do] ajuste fiscal, no Senado”, avaliou.
Cunha e Temer participaram de sessão solene em homenagem ao ex-deputado Paes de Andrade, que morreu no mês passado vítima de complicações decorrentes de uma cirurgia no estômago. 
Em discursos breves, os dois falaram sobre a trajetória política do ex-presidente da Câmara e o protagonismo do cearense, nascido em Mombaça, em questões humanitárias e pela redução de desigualdades.
O ex-parlamentar representou o estado na Câmara dos Deputados entre 1963 a 1999 e foi interlocutor de manifestações contra a censura à imprensa, a violação dos direitos humanos, as cassações de mandatos parlamentares, as prisões arbitrárias e a extinção de partidos políticos. Ele presidiu a Casa no período de 15 de fevereiro de 1989 a 2 de fevereiro de 1991.

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