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domingo, 19 de janeiro de 2014

'Se Schumacher sobreviver, ele não será mais Schumacher', opina médico.


Especialista em lesões cerebrais afirma que heptacampeão mundial não conseguirá se recuperar completamente, e precisará aprender a conviver com limitações do trauma.


Especialista em lesões cerebrais do Hospital Universitário de Londres, o Dr. Richard Greenwood opinou sobre o quadro clínico do heptacampeão Michael Schumacher, que está em coma induzido desde que sofreu um grave acidente de esqui, após bater a cabeça em uma pedra em Méribel, na França, no dia 29 de dezembro do ano passado. A entrevista publicada pelo jornal britânico “The Times”, no entanto, não traz boas notícias para os fãs do maior campeão da história da Fórmula 1.

- Se Schumacher sobreviver, ele não será mais Schumacher. Ele será um Joe Bloggs (nomenclatura utilizada no Reino Unido para designar uma pessoa indeterminada, semelhante à expressão “Zé Ninguém” adotada no Brasil). Sua reabilitação só será eficaz se ele aceitar essa nova realidade. É um processo muito difícil para as pessoas. Elas precisam aprender a conviver com suas limitações, com o fato de que elas mudaram - declarou o Dr. Greenwood.
Michael Schumacher (Foto: Reprodução/Youtube)Segundo especialista, Michael Schumacher precisará se acostumar à nova realidade, caso sobreviva (Reprodução)


De acordo com a imprensa alemã, Michael Schumacher será submetido a novos exames no Centro Hospitalar Universitário de Grenoble, França, onde está internado há três semanas. O quadro do alemão segue crítico, porém estável, e os médicos querem avaliar quais regiões do cérebro foram danificadas e quais permanecem funcionais. Entretanto, o hospital não informou quando os testes serão realizados.

Nos últimos dias, os fãs convivem com a falta de informações oficiais divulgadas pela assessoria do ex-piloto. Atualizações sobre o quadro de saúde de Schumi poderão levar dias, semanas ou até meses, segundo a imprensa estrangeira. Apesar de os médicos que cuidam do caso terem conseguido controlar o inchaço no cérebro, o risco de complicações, como hemorragia e infecções, continua grande, como explica o Dr. Gary Hartstein, médico-chefe da F-1 entre 2005 e 2012.
michael schumacher esqui  (Foto: Agência EFE)Michael Schumacher gostava de esquiar desde os tempos de Ferrari (Foto: Agência EFE)
- Cuidar de pacientes gravemente feridos na cabeça envolve a adesão rigorosa a alguns princípios. Basicamente, o cérebro precisa receber constantemente a quantidade adequada de oxigênio e nutrientes. O futuro de Schumacher? Uma longa, longa estrada. Meses, pelo menos. A curto prazo, o anestésico que é administrado a ele deverá ser atenuado quando a pressão intracraniana ficar normal e estável. Esse é o próximo grande passo - explicou Hartstein, em entrevista à revista inglesa “Autosport”.

Recordista de títulos da F-1, Schumacher completou 45 anos no último dia 3 de janeiro. Na semana passada, a polícia francesa divulgou as primeiras conclusões da investigação do acidente de esqui. O procurador Patrick Quincy, responsável pelo caso, evitou falar em imprudência por parte de Schumi, e disse que ele esquiava em uma velocidade razoável.

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