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quinta-feira, 2 de julho de 2015

Museu de Peirópolis expõe esqueleto de crocodilo de 90 milhões de anos

Primeiros fósseis foram descobertos ao acaso em 2009, em Campina Verde.
Sítio paleontológico de Peirópolis, em Uberaba, é um dos maiores do país.

Do G1 Triângulo Mineiro
O Complexo Cultural e Científico de Peirópolis (CCCP), da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) , em Uberaba, apresentou nesta sexta-feira (17), o esqueleto do Campinasuchus dinizi, mais conhecido como Crocodilo de Campina Verde.
Os primeiros fósseis deste crocodilo foram descobertos ao acaso em 2009, no município deCampina Verde. As escavações na região continuaram até outubro de 2014. No local, centenas de fósseis desta espécie, até então desconhecida da ciência, foram encontrados.
fóssil crocodilo Peirópolis  (Foto: Divulgação/UFTM)Fóssil de 90 milhões de anos foi encontrado em fazenda de Campina Verde (Foto: Luís Adolfo/UFTM)
O fóssil possui um metro e oitenta de comprimento, e é considerado o de menor tamanho entre seus parentes répteis. Segundo o geólogo Luis Carlos Borges, o animal viveu na região do Triângulo Mineiro há cerca de 90 milhões de anos.
O geológo explicou que o Capinasucus Dinizi, nome científico do crocodilo, foi facilmente identificado. Ainda segundo ele, o sítio paleontológico em Campina Verde possui uma característica especial. “Essa região teve um período muito seco, onde as temperaturas passavam dos 55ºC. Isso levou os organismos a se concentrarem em resíduos de água e lagos. Eles não tiveram como suportar o calor, e morreram numa concentração enorme. Foi uma mortalidade em massa”, explicou Borges.
fóssil peiropolis uberaba crocodilo (Foto:  Luís Adolfo/UFTM)Reconstituição do esqueleto está em exposição
(Foto: Luís Adolfo/UFTM)
Diferente dos jacarés e crocodilos atuais que sempre estão próximos aos rios e lagos, o Crocodilo de Campina Verde vivia essencialmente em terra firme. Ele possuía patas longas e retas e cauda cilíndrica curta, inadequada para nadar. Além disso, a espécie tinha poucas placas ósseas compondo a couraça, o que o tornava leve e ágil.
A escultura é a nona a estar exposta como reprodução em vida, no CCCP-UFTM. No Complexo, ainda estão expostos um dinossauro de 65 milhões de anos e a preguiça gigante, um dos animais mais novos em exposição, com 10 mil anos.
Segundo o paleoartista Rodolfo Nogueira, responsável pela reconstrução escultural do animal, o crocodilo fazia parte de uma família diferenciada do réptil. Com patas mais compridas, olhos nas laterais do crânio e as narinas voltadas para frente, o que significa que o animal possuía hábitos terrestres.
Segundo Nogueira, cada escultura demorou quatro meses para ser feita, pois o processo é detalhado. “Medi cada elemento, reconstruí cada osso. E a partir da forma do osso, eu consigo imaginar a musculatura dele e faço a reconstrução baseada nos lagartos e crocodilos atuais", explicou.
Réplica produzida pelo paleoartista (Foto: Luís Adolfo/ UFTM )Réplica produzida pelo paleoartista (Foto: Luís Adolfo/ UFTM )

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