Rio - O segmento de shows continua prosperando no mercado de Mídia e Entretenimento brasileiro — é o que revela a pesquisa Entertainment and Media Outlook da PwC. O levantamento avalia os gastos dos consumidores e investimentos com publicidade em 54 países. A análise foi realizada em 13 segmentos do entretenimento, que inclui TV aberta e fechada, revistas, jornais, internet, música, outdoor, cinema e games, entre outros. O Brasil é considerado na pesquisa o segundo maior mercado de música ao vivo na América Latina, depois do México.
A receita total deste segmento (incluindo as vendas de ingressos e patrocínios) aumentou de U$ 165 milhões em 2010, para U$ 205 milhões em 2014 e deverá atingir U$ 280 milhões em 2019, com um crescimento médiode 6,4% ao longo do período. Do total de US$ 205 milhões no ano passado, US$ 162 milhões foram gastos com compra de ingressos em bilheteria e pela internet, e US$ 43 milhões em patrocínio de empresas a eventos de música no Brasil.
Segundo Gardênia Rogatto, gerente sênior da PwC Brasil e especialista em Mídia e Entretenimento, apesar de ainda estarmos atrás do México — onde somente em bilheteria e internet os gastos são de US$ 201 milhões e outros US$ 45 milhões são de patrocínio — o crescimento desse mercado no Brasil vem sendo impulsionado pela realização de megaeventos como a Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e a consolidação de uma agenda de festivais nos últimos anos.
“O país entrou na rota dos principais festivais do mundo, como o Loolapaloza, Tomorowland. Monsters of Rock, Rock in Rio. A ida ao show é também uma experiência turística e o brasileiro tem viajado mais para assistir shows e os organizadores de grandes eventos desse tipo começam a fazer mais shows fora do eixo Rio-São Paulo, em arenas em Curitiba, Porto Alegre, Brasília e outros estados. Isso também ajuda a movimentar a economia local”, comenta ela, que ressalta o fato de a infraestrutura criada para a realização da Copa do Mundo em outras capitais ter ajudado a criar espaços com capacidade para eventos.
Ainda de acordo com a executiva, apesar do cenário de crise, o Brasil vai chegar a movimentar US$ 280 milhões em 2019 nesse mercado. Segundo ela, a frequência de shows pode até mesmo diminuir mas não será abandonada pelo consumidor. Sem contar o patrocínio, que dá às empresas um retorno de visibilidade de marca importante.
Considerando todo o mercado da música, o Brasil tem uma projeção de crescimento médio de 1,8% nos próximos cinco anos — maior que o cenário global (0,8%). No entanto, a forma como os brasileiros consomem música está mudando rapidamente, de acordo com a pesquisa da PwC. Em 2019, é esperada uma queda de 23% nos gastos com músicas gravadas em formato físico, em comparação ao ano passado.
O streaming deverá se tornar o principal modelo de consumo de música dos brasileiros, não importa o gênero musical. A pesquisa aponta que os gastos com este formato tem um crescimento médio de 6,2% até 2019. Em cinco anos, os gastos do consumidor e dos anunciantes com música também será maior no digital e representará 19% do mercado, com um crescimento médio de 4,5%, enquanto o formato tradicional terá um aumento de apenas 1,2%.
“A escolha do consumidor em ouvir música da forma que acha mais conveniente para si abre espaço cada vez maior para o streaming. As pessoas não querem mais perder tempo em downloads musicais, o que beneficia o crescimento do consumo em plataformas como o Spotify ou o Google Musica”, destaca Gardênia Rogatto.
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