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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Catador do DF encontra dinheiro venezuelano no lixo, mas não consegue trocar notas; entenda

Desvalorização da moeda faz casas de câmbio negarem troca. Cerca de 3 mil bolívares estavam misturados a rejeitos; sem encontrar dono, catador sonha em converter quantia para comprar enxoval de filho.

Por Marília Marques, G1 DF
 
Roque de Almeida, catador que encontrou quantia de dinheiro venezuelano em lixo de Brasília  (Foto: Marília Marques/G1)Roque de Almeida, catador que encontrou quantia de dinheiro venezuelano em lixo de Brasília  (Foto: Marília Marques/G1)
Roque de Almeida, catador que encontrou quantia de dinheiro venezuelano em lixo de Brasília (Foto: Marília Marques/G1)
O que poderia ser a chance do catador de materiais recicláveis Roque de Almeida de comprar o enxoval para o nascimento do quinto filho tem se tornado uma busca digna de enredo de filme. Há um mês, o trabalhador encontrou 3 mil bolívares venezuelanos – moeda em circulação no país que faz fronteira com o Brasil – mas, desde então, não consegue trocar as notas.
“Quando rasguei o saco de lixo, achei o dinheiro. Vi que não era nota daqui do Brasil, mas achei que poderia ter algum valor.”
Quantia encontrada por catador em saco de lixo de Brasília (Foto: Arquivo pessoal)Quantia encontrada por catador em saco de lixo de Brasília (Foto: Arquivo pessoal)
Quantia encontrada por catador em saco de lixo de Brasília (Foto: Arquivo pessoal)
O catador contou ao G1 que guardou o dinheiro em casa e esperou, durante um mês, para que o dono aparecesse. Como não foi procurado, agora sonha em trocar a quantia para conseguir pagar o exame de identificação do sexo do filho e comprar roupas e fraldas para criança, que deve nascer em maio do próximo ano.
“Vou comprar as coisas para o meu filho que vai nascer e ajudar a comprar as coisas de gestante para minha mulher.”
O problema para Roque é a desvalorização da moeda, que sofre com uma das maiores inflações do mundo. No Distrito Federal, não há casas de câmbio que façam esta conversão para real. No mercado informal da Venezuela, 100 bolívares valem, em média, 0,03 centavos de dólares.
Sacos de lixo onde 3 mil bolívares venezuelanos foram encontrados (Foto: Marília Marques/G1)Sacos de lixo onde 3 mil bolívares venezuelanos foram encontrados (Foto: Marília Marques/G1)
Sacos de lixo onde 3 mil bolívares venezuelanos foram encontrados (Foto: Marília Marques/G1)

Esperança

Esta não é a primeira vez que Roque encontra dinheiro no lixo. Nos quase 10 anos que atua como catador de uma cooperativa de reciclagem, em Brasília, ele já achou notas de R$ 50 e uma aliança de ouro.
Apesar do baixo valor das notas, a esperança dele, a partir de agora, é conseguir pelo menos R$ 900 com a conversão da quantia, conforme a cotação da moeda no site do Banco Central do Brasil, verificada na tarde desta quarta (6). No entanto, o G1 ligou para cinco casas de câmbio em Brasília e nenhuma faz a conversão de bolívares para real.
A reportagem também tentou contato no Ministério das Relações Exteriores, que não emitiu posicionamento. A Embaixada da Venezuela no Brasil não retornou às ligações e não enviou respostas aos questionamentos.
G1 consultou fontes no país do presidente Nicolás Maduro. Uma jornalista venezuelana afirma que as notas encontradas pelo catador podem ter sido dispensadas devido ao baixo valor. “Um quilo de carne, por exemplo, custa cerca de 75 mil bolívares”.
“Na Venezuela, três mil bolívares não valem um chocolate!”
Notas de bolívares venezuelanos (Foto: Arquivo pessoal)Notas de bolívares venezuelanos (Foto: Arquivo pessoal)
Notas de bolívares venezuelanos (Foto: Arquivo pessoal)

Pequeno valor

A Venezuela tem uma das maiores taxas de inflação do mundo. Por isso, o valor de cada cédula é muito pequeno. No fim de 2016, o governo do país denunciou que sua moeda – principalmente as notas de 100 bolívares – estava sendo contrabandeada.
A consequência foi um anúncio, feito em meados de dezembro pelo presidente Nicolás Maduro: a cédula de 100 bolívares seria tirada de circulação e outras, de valor maior, criadas.
Serviço:
Para ajudar a família do catador Roque de Almeida, o contato pode ser feito pelo telefone: (61) 9 9917-2501 
Veja mais notícias sobre a região no G1 DF.

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