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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

ONU condena por ampla maioria a decisão dos EUA sobre Jerusalém

Mais de 120 países membros votaram a favor de resolução contra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel.

Por G1
 
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou nesta quinta-feira (21), por uma ampla maioria, uma resolução que condena o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel.
Dos 193 países membros, 128 votaram a favor dessa resolução, incluindo o Brasil, e 9 contra.
Argentina, Austrália, Canadá, Croácia, Colômbia, Hungria, Letônia, México, Filipinas, Panamá, Paraguai, Polônia, República Tcheca foram alguns dos 35 países que se abstiveram.
A Ucrânia, que apoiou o projeto de resolução no Conselho de Segurança, estava entre os 21 países que não se apresentaram para a votação.
Maioria da ONU se declara contra decisão de Trump sobre Jerusalém
Países contra a resolução da ONU
  1. Guatemala
  2. Honduras
  3. Ilhas Marshall
  4. Micronésia
  5. Nauru
  6. Palau
  7. Togo
  8. Estados Unidos
  9. Israel
"Esse dia será lembrado", ameaçou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley. Ela deixou claro que os EUA não se esqueceriam de países que votaram a favor da resolução.
"A América colocará nossa embaixada em Jerusalém", disse. "Nenhum voto nas Nações Unidas fará qualquer diferença nisso".
Esse posicionamento de Haley está de acordo com a declaração de Donald Trump nesta quarta-feira (20). Ele prometeu acompanhar a votação dos países membros de perto. O presidente americano chegou a ameaçar que cortaria a ajuda financeira aos que votassem a favor do projeto de resolução da ONU. Além do reconhecimento da cidade como capital israelense, os EUA também declararam que devem transferir a embaixada para Jerusalém.
"Eles tomam centenas de milhões de dólares e até bilhões de dólares, e depois eles votam contra nós. Bem, nós estamos observando esses votos. Deixe-os votar contra nós. Nós vamos economizar muito. Nós não nos importamos", disse Trump a repórteres na Casa Branca.
Conselho de Segurança reunido para votar resolução do Egito sobre o status de Jerusalém (Foto: Brendan McDermid/Reuters)Conselho de Segurança reunido para votar resolução do Egito sobre o status de Jerusalém (Foto: Brendan McDermid/Reuters)
Conselho de Segurança reunido para votar resolução do Egito sobre o status de Jerusalém (Foto: Brendan McDermid/Reuters)
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, comemorou a decisão majoritária dos países membros.
"Esta decisão reafirma que a justa causa dos palestinos tem o apoio internacional (...) Vamos prosseguir com os nossos esforços na ONU e em outros fóruns internacionais para acabar com a ocupação (israelense) e criar um Estado palestino tendo Jerusalém Oriental como capital".
Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou estar satisfeito com o número de países em abstenção.
"Em Israel, nós rejeitamos esta decisão da ONU e reagimos com satisfação diante do número importante de países que não votaram a favor", afirmou o primeiro-ministro em um comunicado.

Movimento polêmico dos EUA

O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da Embaixada dos EUA em Israel para a cidade são movimentos delicados e que causam muita polêmica no cenário internacional.
Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinos reivindicam parte da cidade (Jerusalém Oriental) como capital de seu futuro Estado.
EUA reconhecem Jerusalém como capital de Israel (Foto: Arte/G1)EUA reconhecem Jerusalém como capital de Israel (Foto: Arte/G1)
EUA reconhecem Jerusalém como capital de Israel (Foto: Arte/G1)
Apesar de apelos por parte de líderes árabes e europeus, e de advertências que a decisão poderia desencadear uma onda de protestos e violência, Trump declarou que adota uma nova abordagem, considerando que mesmo com a postura anterior dos EUA, a paz na região até hoje não foi atingida.
Atualmente, a maioria dos países mantém suas embaixadas em Tel Aviv, justamente pela falta de consenso na comunidade internacional sobre o status de Jerusalém. A posição da maior parte da comunidade internacional, e dos Estados Unidos até o anúncio de Trump, é a de que o status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.
No conflito entre Israel e palestinos, o status diplomático de Jerusalém, cidade que abriga locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas negociações de paz. Leia mais sobre o histórico de Israel e Palestina.

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