Informação foi divulgada ao G1, na noite desta terça-feira (2), pelo advogado da família das vítimas.
O laudo pericial sobre a reconstituição do acidente que matou os irmãos Emanuele Gomes Dias e Emanuel Gomes Dias, de 22 e 23 anos, em outubro de 2013, no bairro de Ondina, em Salvador, ficou pronto e indica que a médica Kátia Vargas estava em alta velocidade e perseguiu as vítimas. A informação foi divulgada ao G1, na noite desta terça-feira (2), pelo advogado da família dos irmãos, Daniel Keller.
Na conclusão do laudo, os peritos escrevem que: "Com base em todas as análises anteriormente expostas, pode-se inferir que o condutor do Sorento, trafegando sem a devida atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, em velocidade superior permitida àquele logradouro, agiu de forma deliberada e não mensurada, não sendo possível deter seu veículo com segurança, ao inflectir, interceptar e obstruir o sentido de direção do motociclista provocando o impacto da motocicleta contra o meio-fio e o poste de concreto (PC), vitimando fatalmente os dois ocupantes da motocicleta".
O advogado José Luís Oliveira Lima, que faz a defesa da médica Kátia Vargas, disse que recebeu o resultado do laudo no final desta terça e que, por isso, só irá se pronunciar sobre o assunto nesta quarta (3).
A reconstituição do caso, realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) à pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA), ocorreu em dezembro de 2016. Kátia Vargas responde ao processo em liberdade.
"O laudo confirmou tudo aquilo que já era tese da acusação. Confirmou que ela estava em alta velocidade, que houve perseguição e que ela fechou a moto em que os irmãos estavam e causou o incidente que resultou na morte dos dois", destacou.
O promotor de Justiça Davi Gallo também confirmou ao G1, na noite desta terça, que o laudo foi concluído pelo DPT e anexado ao autos do processo, mas ele disse que ainda não teve acesso ao conteúdo do documento.
"Esse laudo trabalha apenas a dinâmica do fato. Não é um laudo cadavérico, mas tornou mais concreto o que a acusação já dizia. Agora, após a conclusão desse laudo, a Justiça abre um prazo para que o assistente técnico da acusada apresente um parecer e a defesa se manifeste, antes de o caso ir à juri", disse o advogado Daniel Keller.
A mãe de Emanuel e Emanuelle, Marinúbia Gomes, disse que o resultado do laudo não foi surpresa. "Não trouxe nenhuma novidade para mim e nem para a população. Eu e todos estamos numa espera agunstiante por esse julgamento, que até agora não saiu. Meus dois filhos foram assassinados em via pública e eu me sinto agustiada com a morosidade da Justiça. Mas sigo firme e forte aguardando. Espero me encontrar com a Kátia nos tribunais para ver ela pagando pelo que fez", destacou.
RECONSTITUIÇÃO
A reconstitiução foi realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) e envolveu também professores da Universidade da Bahia (UFBA), que colaboraram para buscar elementos que ajudassem a concluir o caso.
A suspeita de ter ocasionado o acidente, a médica Kátia Vargas, não participou da reconstituição, que interditou o trânsito na Av. Oceânica. Ao todo, foram 16 peritos técnicos, que ouviram cinco testemunhas no local onde o acindente aconteceu.
O advogado da família das vítimas e um promotor de justiça também estiveram presentes durante a reconstituição. Já a defesa da médica foi representada por dois advogados e um perito particular.
Os veículos, uma moto e um carro, utilizados durante a reconstituição foram idênticos aos que estavam envolvidos no acidente. Peritos dirigiram os automóveis, repetindo diversas vezes a rota que teria sido feita pela médica. Aparelhos de GPS foram colocados nos veículos, e as informações serão utilizadas para elucidar o caso.
Caso
O acidente aconteceu no dia 11 de outubro de 2013, quando a médica Kátia Vargas teria batido com o carro na moto pilotada por Emanuel, de 21 anos. Na garupa do veículo estava a irmã, Emanuelle, de 22 anos. Com o choque, os irmãos bateram em um poste, e ambos morreram no momento do acidente.
A médica foi presa acusada de homicídio triplamente qualificado. Em 2014 o Tribunal de Justiça da Bahia decidiu que a acusada fosse levada a júri popular. A defesa recorreu até a última instância, mas o Supremo Tribunal Federal negou o pedido. Em 2015, Kátia teve a prisão preventiva revogada, e agora ela cumpre medidas cautelares, como não poder sair de Salvador sem autorização da justiça.
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