A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu no sábado (7) sete pessoas de uma quadrilha que planejava matar cinco membros da família de um empresário, inclusive um bebê de cinco meses.
O crime foi encomendado pela ex-mulher do empresário, mas o plano foi descoberto pela polícia antes que se consumasse. A polícia catarinense não revelou a identidade dos envolvidos, seja dos criminosos ou da família que seria atacada.
A mentora do plano foi presa no momento em que pagava um homem para cometer os crimes. A quadrilha atacou duas vezes o empresário, em outubro, acertando tiros no carro e na casa dele, sem vítimas.
O caso aconteceu em Braço do Norte (175 quilômetros de Florianópolis). O delegado Marcelo Bittencourt, responsável pelas investigações, afirmou que a família do empresário está sob proteção.
Mentora do plano teria tentado disfarçar plano como ritual de magia negra
Segundo a polícia, o casal estava separado há dois anos. A ex-mulher, 55 anos, contratou um pai de santo, natural de Capão da Canoa (RS), para reatar o relacionamento, sem sucesso.
Em algum momento, ela mudou de estratégia e teria pedido ao pai de santo que contratasse dois assassinos para matar o empresário, a nova mulher dele, a bebê de cinco meses do casal e dois cunhados. A suposta quadrilha ainda tinha uma mãe de santo de Braço do Norte e o filho dela, um taxista.
Para o delegado Bittencourt, o objetivo dos rituais era fazer crer que o plano se tratava de um ritual de magia negra, mascarando a motivação do crime. Ele acredita que foi "um caso de mulher com ódio do ex e da nova família dele".
A mentora do plano teria pago R$ 300 mil à quadrilha pelo serviço.
Grande número de pessoas envolvidas atraiu atenção da polícia
O envolvimento de diversas pessoas, e a busca de mais um matador, fez com que a movimentação fosse notada pela autoridades. O grupo começou a movimentação em outubro deste ano, com duas táticas. Numa, deixou sinais de rituais de magia negra no cemitério de Braço do Norte. Noutra, fez os ataques à casa do empresário.
Durante a investigação dos ataques a polícia logo chegou à ex-mulher. A associação dela com os cúmplices do pai de santo foi estabelecida. Gravações telefônicas revelaram a extensão do plano.
A delegacia regional do Sul catarinense, em Tubarão (140 km de Floripa), entrou na investigação, batizada de "Black Sabbath", alusão a um ritual de magia envolvendo o diabo.
Agentes da inteligência da Polícia Militar conseguiram se infiltrar entre os recrutados para o crime, descobrindo o dia em que a ex pagaria um dos contratados.
Agentes da inteligência da Polícia Militar conseguiram se infiltrar entre os recrutados para o crime, descobrindo o dia em que a ex pagaria um dos contratados.
Segundo o delegado regional Ulisses Gabriel, a polícia catarinense "teve que aguardar o momento certo para a prisão, mas com o cuidado de proteger a família visada".
A mulher foi presa no estacionamento de um supermercado, em Florianópolis, no sábado, no momento em que daria R$ 5 mil a um dos bandidos. As demais prisões ocorreram em Capão da Canoa e Braço do Norte. O delegado regional pediu a prisão preventiva do grupo. A ex-mulher do empresário e mentora do plano se recusou a prestar depoimento à polícia.
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