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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Retrospectiva 2014

O ano em que o ebola assustou o mundo

A crise do ebola em 201465 fotos

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10.dez.2014 - Os médicos, enfermeiros e demais trabalhadores do setor de saúde que combatem a epidemia de ebola na África Ocidental foram escolhidos como "personalidade do ano de 2014" pela revista americana "Time". "Eles arriscaram e persistiram, se sacrificaram e salvaram vidas", afirmou a editora Nancy Gibbs ao justificar a escolha. Embora a "Time" tenha escolhido a figura simbólica os "lutadores contra o ebola", a revista menciona "as forças especiais da organização Médicos Sem Fronteiras, os trabalhadores da associação de ajuda humanitária cristã Samaritan's Purse e muitos outros de todo o mundo que combateram lado a lado com médicos e enfermeiros locais, motoristas de ambulância e equipes de coveiros" Leia mais Reprodução/Twitter Time
O número de doentes e de mortos na pior epidemia de ebola da história não seria o mesmo se existisse uma vacina contra o vírus, que chega a matar 90% dos infectados.
Sem cura, o ebola já atingiu 17 mil pessoas e matou mais de 6.000 desde que começou na África ocidental em meados de janeiro, até chegar aos Estados Unidos e à Europa meses depois.
Para evitar uma epidemia mundial, testes iniciais da vacina se mostraram promissores, mas a previsão é que as doses estejam disponíveis somente no ano que vem. Recentemente uma das vacinas em teste foi suspensa porque foram constatadas dores nos voluntários.
Antes disso, uma parte bastante reduzida dos doentes é tratada com remédios experimentais e se tornam verdadeiras cobaias humanas. A grande maioria morre.
No Brasil, o Instituto Butantã está se preparando para desenvolver um soro contra o vírus, em parceria com o Instituto Nacional da Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que deve estar disponível também em 2015. O remédio age como imunizante e será produzido com base na imunização de cavalos feita com o vírus da raiva, em versão modificada com a proteína do ebola. Não há certeza de que dará certo.
demora em socorrer os doentes de ebola na África foi criticada mundo afora -- uma mobilização de peso só ocorreu depois que médicos estrangeiros foram contaminados por lá e transportados para seus países pela falta de estrutura do pobre continente.
Dada a comoção sobre os casos, os países ricos, o Banco Mundial, e os gigantes da tecnologia Bill GatesGoogle Facebook resolveram desembolsar bilhões de dólares e criar campanhas de arrecadação para conter o avanço da doença, que pode ser contraída pelo simples contato com qualquer secreção do doente, mas contida com medidas simples de higiene.
Uma parte destes recursos foi realocada à Organização Mundial da Saúde paraapressar testes de vacinas que até então tinham sido feitos somente em animais.
Um laboratório dos EUA, que já havia criado um soro experimental contra o ebola, ofereceu o ZMapp (uma mistura de três anticorpos que se prendem às proteínas do vírus do ebola, ativando o sistema imunológico para que ele seja destruído), posteriormente usado nos EUA, na Europa e nos países africanos.

Ética ou cobaia?

O soro foi usado em todos os pacientes tratados nos EUA, a maioria com sucesso. No entanto, antes de ser aplicado, o país precisou enfrentar um debate ético com a OMS.
Se o medicamento não havia sido testado em humanos, quem o usasse seria uma cobaia humana, situação vetada pelo órgão internacional. Mas, como se tratavam de casos de vida ou morte, o risco foi aceito pela própria OMS, pela Casa Branca e pelos familiares dos doentes.
As curas do missionário Kent Brantly e da enfermeira Nancy Writebol, infectados na Libéria e tratados em Atlanta; das jovens enfermeiras Nina Pham e Amber Vinson, que se infectaram no Texas ao cuidar de um liberiano, e da enfermeira espanhola Teresa Romero, que contraiu o ebola ao tratar de um padre doente em Madri, entre outros casos, foram tratadas como troféus em seus países, embora tenham evidenciado os problemas estruturais de seus hospitais e avulnerabilidade dos governos em conter a expansão do vírus.
Mesmo usando camadas de roupas e acessórios, que lembravam a vestimenta de astronautas, o médico e as enfermeiras se contaminaram e quase morreram depois de dias isolados em quarentena. Diante dessa realidade, questionou-se o alto risco de morte desses profissionais e de uma epidemia mundial, dada a rapidez com que novos casos surgiam. Médicos de vários países, inclusive do Brasil, se voluntariaram em tentativas corajosas de salvar vidas em locais com infraestrutura precária em Serra Leoa, Guiné e Libéria.
Questionou-se ainda o poder de cura dos tratamentos com base no soro, tendo em vista que o vírus pode ficar por até 82 dias no esperma do homem contaminado, mesmo após a alta. Não há ainda uma comprovação da cura total destes pacientes, que deverão ficar em observação por mais tempo, embora sem a chance de infectar outras pessoas diretamente. 

Ebola no Brasil

O medo de contrair o ebola no contato com africanos fez os governos dos EUA, de alguns países europeus e asiáticos e mesmo do Brasil aumentarem a fiscalização nos aeroportos no intuito de impedir pessoas infectadas de entrarem em seus territórios.
No Brasil, um guineano doente em Cascavel (PR) fez o Ministério da Saúde mobilizar uma equipe de resgate que o levou até o hospital Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, onde ele ficou até ser confirmado o alarme falso. Os imigrantes africanos que vivem nestes países passaram a ser alvo de preconceito.

Suspeita de ebola no Brasil14 fotos

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10.dez.2014 - Uma vítima fictícia de ebola vinda da África recebe atendimento, no porto de Santos, nesta quarta-feira (10), em ação que simula procedimentos em caso de um tripulante de navio chegar ao país com suspeita de ter contraído a doença. Em nota, o ministério explicou que o objetivo é colocar em prática os protocolos para atendimento - em condições que simulem um caso real - seguindo todos os passos que devem ser adotados, desde o aviso do comandante da embarcação até a retirada do paciente do navio Leia mais Mauricio de Souza/Estadão Conteúdo
Entenda o ebola
  • O que é o ebola?
    É uma doença causada por vírus, que pode ser fatal em até 90% dos casos. A morte geralmente ocorre por falhas renais e problemas de coagulação, em até duas semanas após a aparição dos primeiros sintomas.
  • Como se contrai o vírus?
    Ele é transmitido pelo contato direto e intenso com sangue e fluidos corporais (como suor, urina, fezes e sêmen, por exemplo) de pessoas contaminadas e de tecidos de animais infectados. Até o momento, não há notícias de pessoas que transmitiram o vírus antes de apresentarem os sintomas.
  • Quais os sintomas mais comuns?
    Febre repentina, fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e inflamação na garganta. Depois, vômito, diarreia, coceira, deficiência hepática e renal e, em alguns casos, hemorragias internas e externas. O período de incubação costuma ser de dois a 21 dias, ou seja, esse é o tempo que pode levar para a pessoa infectada começar a apresentar os sintomas.
  • O que é um caso confirmado?
    Um caso suspeito com resultado laboratorial positivo para o vírus ebola realizado em laboratório de referência.
  • O 1º exame negativo descartada a doença?
    Não. O descarte só é feito após dois exames laboratoriais negativos com intervalos de 48h entre eles.
  • Qualquer unidade de saúde pode colher sangue para teste?
    Não. Esta doença é de notificação compulsória imediata. O Ministério da Saúde recomenda que, em caso de suspeita, a pessoa seja isolada e o ministério, acionado imediatamente para que o paciente seja levado a uma unidade de referência. Somente neste local pode ser feita a coleta de sangue.
  • Qualquer laboratório pode manipular o sangue de um caso suspeito?
    Não. Apenas um laboratório no Pará tem nível internacional de segurança 3 e, por isso, é o único credenciado pelo Ministério da Saúde para manipular e diagnosticar vírus ebola.
  • Como transportar pacientes suspeitos e/ou confirmados com ebola?
    Uma ambulância é previamente envelopada (seu interior é coberto por plástico para que não haja contato dos instrumentos com o paciente). Durante o transporte, tanto o paciente quanto a equipe médica e o motorista utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPI): macacão de tyvek, protetor facial, bota, luvas, entre outros.
  • O paciente deve ser colocado na ambulância em maca-bolha?
    Não há essa indicação técnica, já que a doença não é transmitida pelo ar e os profissionais de saúde estão usando todos os EPIs indicados no protocolo.
  • O que é feito quando há confirmação de caso de ebola?
    Os pacientes devem ser mantidos isolados, em suporte intensivo, em hospitais de referência para tratamento de doenças infecciosas graves. Todo e qualquer profissional de saúde que tiver contato com o paciente deve estar usando EPI.
  • O ebola tem tratamento específico?
    Não. Em geral os médicos recorrem a medicamentos para aliviar os sintomas, mas a cura depende do organismo do paciente. Existem apenas remédios e vacinas experimentais sendo testados no Canadá e nos EUA. O Zmapp, publicado no meio científico desde 2012, foi usado em humanos pela 1ª vez no surto atual, já que a OMS só libera o uso de medicamentos de alto risco em situações extremas.
  • Existe risco de epidemia de ebola no Brasil?
    O risco é extremamente baixo. Mesmo que haja casos confirmados isolados, a adoção de protocolos de isolamento, monitoramento e bloqueio evita a ocorrência de surto.
  • Quais países têm mais casos de ebola?
    Guiné, Libéria e Serra Leoa vivem surtos de ebola, e há casos na Nigéria e no Congo. EUA, Espanha e Reino Unido levaram compatriotas infectados para tratamento em seus países.
  • Como pode ser feita a notificação de um caso suspeito?
    O Ministério da Saúde disponibilizou alguns canais para profissionais de saúde: o telefone 0800 644 6645 e o e-mail notifica@saude.gov.br. A população pode usar o número 136.
Fonte: Ministério da Saúde, Médicos Sem Fronteias e entrevista com o doutor em microbiologia Atila Iamarino

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