Pai e casal de amigos do menino de 17 anos foram também agredidos
Ronei morreu após ser espancado
(Foto: Reprodução/Facebook) |
Um adolescente de 17 anos morreu após ser espancado ao sair de uma festa em Charqueadas, região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no último sábado (1). Ronei Faleiro Junior chegou a ligar para o pai e pedir socorro.
"Era uma festa que tinha como função angariar fundos para os eventos da formatura e ele era um dos organizadores. Eu tinha marcado com ele de buscá-lo às 5h", explicou Ronei Wilson Jurfitz Faleroiro, pai do jovem, em uma entrevista concedida ao jornal 'Zero Hora'.
O homem revelou ainda que o filho pediu para ele ajudar um casal de amigos, que tinham tido "um problema". Segundo informações da polícia, o casal mora em São Jerônimo, cidade ao lado de Charqueadas e considerada inimiga por um grupo que gosta de provocar brigas na saída de festas.
"Eu entrei e eles já estavam me esperando na porta. Quando eu desci as escadas do clube, veio um tumulto pra cima de mim, do carro e deles. Aí essas pessoas começaram a agredir todos. Eu e os três dentro do carro. Quando eu consegui arrancar, eles soltaram as portas. Nesse meio tempo, eu olho pra trás, e o meu filho diz: 'Pai, eu acho que eu tô com a testa cortada'. E aí eu digo: 'Cara, eu vou levar vocês direto pro hospital'. E dali, infelizmente, ele sangrou até morrer. Até morrer", relata Ronei ao 'Zeo Hora'.
Ronei Junior foi levado para o Hospital de Charqueadas, mas teve que ser transferido para Porto Alegre. O jovem não resistiu e morreu no caminho. "É aí que eu me refiro que a gente está vivendo em um mundo sem condições, porque não tinha uma ambulância. Eu sei que as atendentes do hospital tentaram prestar socorro, mas não tinha sangue pra ele", denuncia.
"Não consegui proteger meu filho", diz pai do jovem morto
(Foto: Reprodução/TV Globo) |
SuspeitosO Ministério Público conseguiu uma cópia de uma conversa do aplicativo Whats App em que um dos envolvidos relata detalhes da agressão. "Eu dei duas garrafadas, com a garrafa quebrada na cabeça dele. Eu comecei a chutar, tipo, e arrepiar assim ó, comecei a chutar a ele assim".
Segundo informações do 'Jornal Hoje', a polícia identificou 14 agressores. Oito deles são maiores de idade e já estão no Presídio Central de Porto Alegre. Os outros seis são adolescentes menores de idade. Dentre eles, dois foram apreendidos e quatro vão responder ao processo em liberdade. O Ministério Público recorreu dessa decisão e pede pela apreensão de todos os menores envolvidos no crime.
"Não adianta mais nós pais nos colocarmos em uma situação de proteção. Infelizmente a dor que eu vou ter que carregar pro resto da minha vida é de que eu não consegui proteger o meu filho. O que deveria ser a missão mínima de um pai", desabafou Ronei.
ManifestaçãoNa manhã desta quinta-feira (6), moradores do município de Charqueadas protestaram na frente da Secretaria de Segurança do Estado. O secretário recebeu o prefeito, o delegado responsável pelo caso e o comandante da Polícia Militar da região e prometeu que nove policiais que tinham sido transferidos para outras cidades vão voltar para Charqueadas.
De acordo com o 'Jornal Hoje', nesta sexta-feira (6), apenas dois policiais estavam trabalhando na cidade, que tem 35 mil habitantes.
O pai de Ronei revelou que a família se mudou para o interior justamente para fugir da violência. "Por questões de segurança, resolvemos construir e ficar residindo aqui e viajar pra Porto Alegre todos os dias pra trabalhar. A minha atividade exigia que eu viajasse e quando eu viajava eu ligava para casa e ele dizia: ‘Pai, não te preocupa, eu tô aqui com a mãe’. E agora eu perdi meu companheiro, eu perdi o meu guardião", lamenta o pai.
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