Americanos erram última passagem de bastão, são eliminados e a prata fica com a China; Raio fecha prova e garante dobradinha dos caribenhos após título no feminino
Usain Bolt completa prova do revezamento e leva Jamaica ao título (Foto: Getty Images)
Desta vez, não dependia apenas dele. Era preciso ser o mais rápido, mas contar que seus companheiros também fizessem sua parte. Não houve erros, não houve sombra de qualquer adversário. Com mais uma performance espetacular para a conta, Usain Bolt liderou a Jamaica rumo ao tetracampeonato mundial no revezamento 4x100m. Derrotados pelos Estados Unidos em março, os caribenhos deram o troco nos americanos – que acabariam desclassificados - em grande estilo. Cravaram 37s36 e levaram o título com direito a liderança do ranking mundial na temporada. A China terminou em terceiro lugar, mas herdou a prata com a eliminação americana, levando a torcida no Ninho do Pássaro ao delírio. O Canadá completou o pódio.
A organização do mundial colaborou para criar uma atmosfera única no estádio olímpico. Construiu uma entrada especial para a apresentação dos atletas, que entravam na pista desfilando sobre um tapete que imitava a pista. Quatro dos oito telões mostravam a bandeira de cada país, enquanto os outros apresentavam os quartetos.
A apresentação dos quartetos foi de gala (Foto: Getty Images)
À beira da pista, o time feminino da Jamaica, que acabara de se sagrar campeão do 4x100m feminino, formava uma torcida de luxo para os favoritos. Devido à diferença de estratégia, não haveria o esperado duelo entre Bolt e Gatlin. O Raio cruzaria a linha de chegada, enquanto o veterano americano seria o segundo de sua equipe.
O time amarelo abriu a competição com Nesta Carter, enquanto os americanos correram com Trayvon Bromell, que foi bronze nos 100m rasos. Os Estados Unidos pareciam ter uma pequena vantagem, que foi aumentada na passagem de Gatlin. O vice-campeão dos 100m e 200m rasos no Mundial conseguiu ser bem mais rápido que Asafa Powell, o jamaicano que correu em seu setor.
Jamaicanos abrem bandeira para provocar time dos EUA (Foto: Getty Images)
Na terceira perna da prova, Tyson Gay disparou e pareceu que deixaria os americanos com folga na frente. Mas não foi o que aconteceu. Gay e Rodgers se atrapalharam na hora de passar o bastão – seriam desclassificados posteriormente por errarem neste momento -. Se é que precisava de alguma ajuda, Bolt agradeceu a trapalhada. Arrancou logo no início da reta e não precisou fazer muito esforço para levar o time ao tetracampeonato.
Enquanto os jamaicanos festejavam, o telão mostrou o tempo chinês. Os 38s01 eram suficientes para dar um inédito pódio aos anfitriões. O estádio veio abaixo. Quando foi feito o anúncio da eliminação americana, a reação foi ainda mais emocionada. Com o queridinho Bolt mais uma vez campeão e a China em segundo, a noite estava ganha.
Usain Bolt completa prova do revezamento e leva Jamaica ao título (Foto: Getty Images)
Com a vitória no revezamento, Usain Bolt conquistou sua 13ª medalha em Campeonatos Mundiais. Ele chegou ao 11º títulos (quatro dos 200m, quatro do 4x100m e três dos 100m rasos), e ainda tem duas pratas. O desempenho podia ser até melhor. Em 2011, Bolt era favorito nos 100m, mas queimou a largada e foi desclassificado.
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Nas eliminatórias do revezamento, disputas na noite de sexta-feira (em Brasília), manhã de sábado na China, a Jamaica já tinha mostrado sua força. Mesmo sem Usain Bolt, poupado para a final, os caribenhos fizeram 37s41, disparada a melhor marca da fase.
Nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, ano que vem, Usain Bolt também competirá os 100m, 200m e o revezamento 4x100m. O objetivo, claro, é fazer a trinca dourada e repetir os feitos de Pequim 2008 e Londres 2012, chegando a nove títulos olímpicos.
Minutos antes da final masculina, foi realizado o 4x100m feminino. E a Jamaica também deu show. Com a marca de 41s07, o quarteto caribenho formado por Veronica Campbell, Natasha Morrison, Elaine Thompson e Shelly-Ann Fraser, marcou o recorde do campeonato do campeonato.
- Sabíamos que tínhamos um time muito forte e poderíamos buscar o recorde mundial, mas nossa prioridade era ter tudo ok com Verônica saindo do bloco e dando o bastão para Natasha. Foi um esforço de equipe. Queria ter essa coroa, era muito importante todo mundo terminar inteira. Estamos felizes com o tempo, pois demos o nosso melhor. E nosso melhor é sempre o que buscamos. Todas as meninas correram muito bem, as meninas estavam ansiosas, mas muito empolgadas para fazer isso – disse Shelly-Ann.
MO FARAH É TRICAMPEÃO DOS 5000M
O filme se repetiu. O britânico Mo Farah venceu os 5000m com uma arrancada espetacular na última das 12 voltas e alcançou o tricampeonato da prova. O atleta, que nasceu na Somália e representa a Grã Bretanha, já havia vencido os 10.000m, fez a mesma estratégia de todas suas vitórias na carreira: passou a maior parte da prova tranquilo, no meio do pelotão, apenas acompanhando o ritmo dos rivais. Nos últimos 300 metros, porém, disparou e terminou com o tempo de 13m50s38, deixando para trás o queniano Caleb Ndiku, com 13m51s75. O bronze foi para Hagos Gabrhiwet, da Etiópia.
Nos 800m, medalha de ouro para Belarus. Marina Arzamasova terminou a prova com 1min58s03, deixando para trás nos últimos metros a canadense Melissa Bishop, que fechou em 1min58s12. Quem completou o pódio foi a queniana Eunice Sum, com 1min58s18.
Mo Farah venceu os 5000m com arrancada espetacular (Foto: Getty Images)
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