Corpo de Felipe Rauta Cabral foi enterrado na tarde deste domingo (2)
"Arrancaram um pedaço do nosso coração", diz pai de administrador morto em assalto no Imbuí
(Foto: Alexandre Lyrio) |
Amigos e familiares estiveram no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, para enterrar o corpo do administrador Felipe Rauta Cabral, 25 anos. O sepultamento aconteceu na tarde deste domingo (2), por volta das 14h, sob forte comoção.
"A dor que nós estamos sentindo é difícil de explicar, parece que arrancaram um pedaço do nosso coração", disse o pai do jovem, Jorge Cabral.
Felipe morreu após ser baleado no tórax durante um assalto na rua Alberto Fiúza, no Imbuí, na madrugada de sábado (1). Prestes a embarcar para a Holanda, onde cursaria um MBA como bolsista, ele foi abordado por duas pessoas em frente ao Condomínio Summertime, por volta das 2h, quando deixava uma amiga em casa.
Felipe Rauta Cabral foi morto com um tiro no tórax
(Foto: Reprodução/Facebook) |
O administrador estava no carro, um Hyundai/HB-20 de cor branca, acompanhado da estudante de jornalismo Aymée Francine Leite Brito. De acordo com o depoimento da jovem, na 9ª Delegacia (Boca do Rio), Felipe se assustou durante a abordagem e sua atitude foi interpretada como uma reação. Nesse momento, o criminoso disparou contra o jovem.
Ferido, ele foi retirado do carro e os criminosos seguiram no veículo, levando Aymée com eles.Felipe não resistiu e morreu no local. Aymée, que trabalha no site Bahia Notícias, foi abandonada na Estação Pirajá.
"Precisamos pedir que a justiça faça alguma coisa. Nossos governantes não fazem nada e a violência tá a cada dia aumentando. Nossos filhos morrendo, brutalmente assassinados por nada. Nada", disse Jorge Cabral. "Nós pedimos justiça, que a polícia faça o trabalho dela e prendam esses bandidos. Vamos lutar até o fim para que a justiça seja feita", acrescentou o pai do jovem.
Assista ao depoimento de Jorge Cabral, pai do jovem:
AssaltoDe acordo com os policiais, a garota informou que não sofreu nenhum tipo de agressão. Ela também contou que um taxista a encontrou no meio da rua e a levou para a delegacia. O CORREIO entrou em contato com Aymée, que preferiu não dar entrevista.
Segundo uma amiga que estava no Instituto Médico-Legal (IML) e preferiu não se identificar, os pais de Felipe estavam viajando quando o crime aconteceu, mas estariam retornando para a cidade, após serem informados que o filho tinha sido baleado.
Felipe era natural do Espírito Santo, mas morava em Salvador havia 18 anos, onde era funcionário da empresa de transporte e logística da família. Até o final da noite de ontem, a polícia não tinha identificado os dois assaltantes, nem tinha informações sobre o carro roubado.
"Precisamos pedir que a justiça seja feita", disse pai de Felipe durante enterro
(Foto: Alexandre Lyrio) |
ViolênciaNo local do crime, moradores disseram que não ouviram ou viram nada. A engenheira Cristina Garcia, que mora no Condomínio Summertime e reside no Imbuí há 15 anos, contou que nos últimos tempos a situação piorou na região. "Depois que tiraram umas barraquinhas que tinha aqui ficou bem pior. Eu tenho filho e neto que saem de carro e fico com muito medo do que pode acontecer".
De acordo com um vizinho, que preferiu não se identificar, a câmera de segurança do edifício registrou o crime, mas ele não confirmou se assistiu o vídeo. Nos bares que ficam localizados nas redondezas, funcionários disseram que não viram nenhuma movimentação suspeita. A maioria encerrou o expediente à 1h.
Um morador do bairro, que também preferiu não se identificar, falou que já foi assaltado naquela área. "Eles vieram com a arma e levaram meu carro. Geralmente ficam dentro de outros carros esperando, sempre com o vidro escuro. Depois saem e colocam a arma nas pessoas", revelou.
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