Desfecho trágico do caso Marcos Vinícius provoca comoção na internet

Enquanto os responsáveis por Marcos Vinícius estavam na delegacia, um grupo de moradores foi até o local para pedir justiça

Rayllanna Lima | 20/08/2015 - 08:50

Foto: Divulgação

Terminou sem um final feliz a história do garoto de apenas dois anos que sumiu na última sexta-feira (14), na feira de Itapuã. De acordo com informações do delegado Antônio Carlos Magalhães dos Santos, titular da 12ª Delegacia Territorial (DT/Itapuã), o corpo de Marcos Vinícius de Carvalho dos Santos foi encontrado nas dunas de Itapuã, após Rafael Pinheiro, padrinho que cuidava da criança, confessar onde o havia enterrado.

De acordo com a polícia, Pinheiro afirmou, em seu depoimento, que se desesperou após Marcos Vinícius passar mal e morrer, enterrando o corpo do garoto. A mãe da criança, Fabiana de Carvalho, 18, também prestou depoimento durante a tarde de ontem. Ela chorou durante quase todo o tempo em que esteve na 12ª DT. 

Enquanto os responsáveis por Marcos Vinícius estavam na delegacia, um grupo de moradores foi até o local para pedir justiça. Por volta das 19h40, uma grande quantidade de pessoas, inclusive moradores de Itapuã, estava ameaçando invadir a delegacia para linchar Rafael. 

O corpo da criança foi encaminhado, na noite de ontem, para o Instituto Médico legal Nina Rodrigues (IMLMR). Rafael Pinheiro foi preso por ocultação de cadáver e segue detido na 12ª DT. Depois de coletiva de imprensa que será realizada hoje (20), ele será levado para Penitenciária Lemos de Brito, no bairro de Mata Escura.

A equipe de reportagem deste jornal entrou em contato com a mãe de Rafael, Anira Pinheiro, que estava na delegacia até o início da noite. Porém, ela preferiu ocultar o caso. Em contato com a Tribuna, a avó do padrinho de Marcos Vinícius, Inaura Trigueiros, desabafou: “Eu estou desesperada. Não consigo entender. Ainda não sabemos nada direito, minha filha [Anira] sabe que tenho problemas de saúde, mas a informação está chegando. É muito difícil toda essa situação. Meu neto sempre foi calmo, carinhoso. Não sei o que fazer”, disse dona Inaura.

Desfecho trágico provoca comoção nas redes sociais 

Ainda de acordo com a mãe do acusado, o garoto de dois anos ficava sob cuidados exclusivos de Rafael. “Nunca conheci a mãe, ela não ajuda em nada. Só conheci essa Fabiana aí quando o garoto sumiu. Meu neto [Rafael] que cuidava dele [Marcos Vinícius] sozinho, mas tinha a ajuda financeira da família”, explicou.

Morador de Itapuã, Matheus Borba ficou chocado com o caso. Ele viu o padrinho e o afilhado, recentemente, em uma festa. “Esse Rafael parece calmo, pelo que eu via. Nunca ia imaginar que ele faria isso, tanto que quando vi essas notícias, não acreditei de início”, disse.

Foi o próprio Rafael Pinheiro que mobilizou a imprensa para que o desaparecimento do garoto fosse divulgado. Ele criou, inclusive, um perfil no Facebook direcionado exclusivamente para informações sobre o paradeiro da criança, e também comandou uma manifestação, no último domingo (16), que fechou a Avenida Dorival Caymmi. Amigos e familiares seguiram da feirinha – onde o garoto desapareceu – até o largo onde fica localizado o Acarajé de Cira.  

Assim que foi divulgado que o corpo da criança foi encontrado, Rafael Pinheiro começou a ser bombardeado com mensagens agressivas em sua página no Facebook. Pessoas que estavam ajudando – virtualmente – nas buscas se revoltaram com o desfecho do caso e começaram a disparar palavras agressivas contra ele.

“Fiquei muito triste pela notícia, um sangue de um inocente foi derramado. Que Deus conforte os corações dos familiares e amigos. Que a justiça do Senhor seja feita na terra e o culpado venha ser condenado”, escreveu Milena S S Fernandes.