A crise leva os baiano a preferirem destinos nacionais, no próprio estado, e com deslocamento de carro
O soteropolitano que se programa para viajar nos próximos seis meses deverá trocar a estada em hotéis por aluguel de casas. Pelo menos é o que aponta pesquisa do Ministério do Turismo (MTur). Segundo levantamento do órgão, houve um crescimento de 193,7% no índice de intenção de hospedagem em imóveis alugados.
“A decisão é feita dentro do orçamento das pessoas. Ao decidir para onde viajar, os consumidores estão procurando por melhores preços. Provavelmente os imóveis alugados têm esta preferência pois oferecem melhores condições”, explica o diretor de Estudos e Pesquisa do MTur, José Francisco Lopes.
“A decisão é feita dentro do orçamento das pessoas. Ao decidir para onde viajar, os consumidores estão procurando por melhores preços. Provavelmente os imóveis alugados têm esta preferência pois oferecem melhores condições”, explica o diretor de Estudos e Pesquisa do MTur, José Francisco Lopes.
Neste ano, Monique Costa vai para Ilhéus e alugou uma casa para ficar
(Foto: Marina Silva) |
Foi justamente por essas condições que a administradora Monique Costa, de 36 anos, decidiu passar o aniversário - na próxima semana - em uma casa alugada na Ilha do Desejo, em Ilhéus.
“O orçamento está apertado, por isso busquei um lugar mais próximo e - como somos sete adultos e quatro crianças - a casa, que custou R$ 1 mil por cinco dias, ficou super em conta”, revela ela, que pretende gastar R$ 600 na viagem para Ilhéus. No ano passado, Monique gastou mais que o dobro em Campos do Jordão (SP).
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (Abih), José Manolo Garrido, o aumento na procura por aluguel de imóveis deve-se à popularização de plataformas de compartilhamento, a exemplo do site Airbnb. “O compartilhamento é um modismo mundial. A internet diminuiu as fronteiras e facilita nesses casos. Algumas pessoas optam por essas plataformas por serem mais acessíveis, mas correm o risco de comprar o que não existe”, diz. Para ele, a hospedagem em casas pode ser considerada uma concorrência desleal aos hotéis.
O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Febha), Silvio Pessoa, diz que não existe regulamentação específica para a substituição de hotéis por casas. “Pago 37,5% de encargos sociais. Dono de casa não paga taxas de funcionamento, alvará, IPTUs, etc. Também não geram empregos e renda. A legislação de proteção ao consumidor é melhor nos hotéis”, defende. Apesar dos protestos, José Lopes, do MTur, diz que a intenção de hospedagem em imóveis alugados não vai afetar o turismo na Bahia nos próximos seis meses, já que os estudos apontam que a hospedagem em hotéis e pousadas deve crescer 40,6%.
Destinos próximos
A crise leva os baiano a preferirem destinos nacionais, no próprio estado, e com deslocamento de carro. O MTur revelou que 77,1% dos moradores de Salvador têm preferência por destinos brasileiros e 51,8% pretendem fazer o passeio dentro do próprio estado. Em comparação com agosto de 2014, houve um crescimento de 16,1% na preferência por destinos nacionais e de 37,7% por locais na Bahia. Dos soteropolitanos que pretendem viajar até fevereiro, 21,8% priorizam o automóvel como meio de transporte. Em comparação com 2014, o aumento é de 42,4%.
A crise leva os baiano a preferirem destinos nacionais, no próprio estado, e com deslocamento de carro. O MTur revelou que 77,1% dos moradores de Salvador têm preferência por destinos brasileiros e 51,8% pretendem fazer o passeio dentro do próprio estado. Em comparação com agosto de 2014, houve um crescimento de 16,1% na preferência por destinos nacionais e de 37,7% por locais na Bahia. Dos soteropolitanos que pretendem viajar até fevereiro, 21,8% priorizam o automóvel como meio de transporte. Em comparação com 2014, o aumento é de 42,4%.
“Preço é decisivo, mas as pessoas também pensam na facilidade e na proximidade dos atrativos locais”, afirma Lopes. Silvio Pessoa, da Febha, diz que a preferência pelo automóvel reflete o momento econômico do país. “É extremamente caro viajar de avião. Daqui para Porto Alegre, hoje, dá R$ 2 mil. Com este valor dá para ir para Miami”, diz ele, lamentando também pela ocupação dos hotéis, que está com uma média de 55% no ano, percentual longe do ideal, de 67%. “Se a economia não melhorar, não vamos nos recuperar”.
Manolo concorda e diz que viagens aéreas são onerosas, principalmente para famílias. “A viagem de carro é mais em conta. As passagens devem aumentar ainda mais”. O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens da Bahia (Abav-BA) José Alves afirma que houve uma redução na malha aérea e que não há mais a mesma quantidade de voos nacionais. “Com a crescente demanda, a tendência é que o preço de viagens internas suba. No caso das viagens internacionais, tivemos diversas promoções, que devem continuar. Com a alta do dólar, entretanto, o consumidor está se segurando”. A melhor opção, segundo ele, é planejar as viagens com a máxima antecedência possível.
Litoral do Nordeste está na preferência dos viajantes
Os ‘feriadões’ do segundo semestre bem como a alta do dólar prometem turbinar o mercado interno de viagens e turismo brasileiro - 74,1% dos viajantes que pretendem viajar no período pensam em conhecer algum destino dentro do país. O litoral nordestino, com 42,7% da preferência, deve atrair uma verdadeira legião de turistas. É o que aponta pesquisa feita pela agência online de viagens Hotel Urbano.
Os ‘feriadões’ do segundo semestre bem como a alta do dólar prometem turbinar o mercado interno de viagens e turismo brasileiro - 74,1% dos viajantes que pretendem viajar no período pensam em conhecer algum destino dentro do país. O litoral nordestino, com 42,7% da preferência, deve atrair uma verdadeira legião de turistas. É o que aponta pesquisa feita pela agência online de viagens Hotel Urbano.
“A alta do dólar desanimou muitos brasileiros que planejavam passar a temporada no exterior. Os viajantes trocaram Caribe, Europa e Estados Unidos, por exemplo, por destinos nacionais, principalmente aqueles voltados para família”, afirma Antônio Gomes, diretor comercial da empresa.
Segundo ele, entre as dez cidades mais procuradas pelos turistas nos próximos meses, sete são na Região Nordeste. “O litoral nordestino continuirá atraindo turistas. Agora é um excelente custo-benefício, até 40% inferior aos meses de alta temporada”, ressalta. Segundo o levantamento, as cidades de Porto Seguro, Fortaleza, Natal, Maceió, Mata de São João, Porto de Galinhas e Ilhéus são as mais procuradas da região neste segundo semestre.
(Foto: Divulgação)
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Segurança é fundamental na locação de imóvel por temporada
Na hora de alugar uma casa ou apartamento por temporada, proprietário e locatário devem procurar saber o que será contratado e, no caso do dono, se quem irá para o imóvel é confiável. É isso o que recomenda o 2º vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), José Alberto de Vasconcelos.
Na hora de alugar uma casa ou apartamento por temporada, proprietário e locatário devem procurar saber o que será contratado e, no caso do dono, se quem irá para o imóvel é confiável. É isso o que recomenda o 2º vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), José Alberto de Vasconcelos.
Para ele, as relações deste tipo normalmente ocorrem de forma informal e, por isto, não há uma certeza do que é contratado. “Quase nunca é feito um documento”, diz. O corretor recomenda que os interessados visitem o local antes de alugá-lo, para saber qual é seu estado real, quantas pessoas acomoda e a segurança. “Se não for possível visitar, dá para solicitar fotos”, completa.
Segundo Vasconcelos, a internet é uma aliada na hora de alugar por temporada.
Segundo Vasconcelos, a internet é uma aliada na hora de alugar por temporada.
“O proprietário pode minimizar riscos, procurando saber quem irá alugar o imóvel, solicitando nome, RG e CPF. É importante pedir ao menos o nome das outras pessoas que irão se hospedar no local”, afirma. Já o locatário pode procurar indicações e verificar se a pessoa que está negociando o imóvel é o proprietário ou se foi contratada por ele. “Desconfie de preços muito baratos. Isto normalmente é sinal de que o imóvel tem problema”.
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