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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Janot pede que Aécio preste depoimento em até 90 dias sobre propina em Furnas


Por Estadão Conteúdo  - Atualizada às 

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Medida foi tomada com base na delação do senador Delcídio, preso em novembro de 2015 por tramar contra a Lava Jato

Estadão Conteúdo

Delcídio diz que Aécio Neves atuou para maquiar dados do Banco Rural na CPI dos Correios
Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Delcídio diz que Aécio Neves atuou para maquiar dados do Banco Rural na CPI dos Correios

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedidos para investigar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado Marco Maia (PT-RS) e o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União. Janot determinaque Aécio seja ouvido sobre o caso em 90 dias. Outros nomes, como o ex-diretor de Engenharia da estatal Dimas Toledo, também terão de prestar depoimento sobre o caso.
A medida foi tomada com base na delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), preso em novembro de 2015 por tramar contra a Operação Lava Jato. Em fevereiro deste ano, o ex-líder do governo no Senado fez delação e foi solto.
Em sua delação, o senador afirmou que Aécio Neves atuou para maquiar dados do Banco Rural na CPI dos Correios. Presidida por Delcídio em 2005, a comissão investigou o mensalão, esquema que utilizava as empresas do empresário Marcos Valério para lavagem de dinheiro. Além disso, o delator também disse ter ouvido que o tucano mantém conta no paraíso fiscal de Liechtenstein.
O delator admitiu ter "segurado a barra" para que não viesse à tona a movimentação financeira das empresas de Marcos Valério no Banco Rural que "atingiriam em cheio" o atual presidente do PSDB e seus aliados, como o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP). Segundo Delcídio o tema foi tratado na sede do governo mineiro, por volta de 2005 e 2006, quando Aécio governava o Estado e ainda lhe teria oferecido o avião do governo de Minas para ir ao Rio, o que foi aceito pelo senador.
Delcídio Amaral afirmou, também em relação a Aécio, que "sem dúvida" o presidente nacional do PSDB recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas que, segundo o delator, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.
O ex-líder do governo tem experiência no setor elétrico, conhece o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, apontado como o responsável pelo esquema de corrupção, e disse ter ouvido do próprio ex-presidente Lula, em uma viagem em 2005, que Aécio o teria procurado pedindo que Toledo continuasse na estatal.
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