'que não fechem a porta do diálogo', diz presidente curdo Masud Barzani. Premiê do Iraque considera referendo um 'perigo'.
Por G1
O presidente a região autônoma do Curdistão, Masud Barzani, anunciou nesta terça-feira (25) que o “sim” venceu no referendo pela independência, informa a agência de notícias France Presse.
A votação ocorreu na região autônoma, no norte do Iraque, que inclui as províncias de Erbil, Solimaina e Duhok, assim como nas zonas que os curdos disputam com o governo central iraquiano. O premiê do Iraque, Haider al Abadi, citado pela agência Efe, considera que o referendo representa um "perigo para todos os iraquianos" e os países da região.
"Peço a Haider al Abadi e aos demais que não fechem a porta do diálogo, porque é com o diálogo que resolveremos os problemas", disse Barzani em um discurso televisionado.
Os curdos, divididos entre Iraque, Síria, Irã e Turquia, nunca aceitaram o tratado de Lausanne (de 1923) que os deixou sem um Estado independente.
Embargo aéreo
Também nesta terça o premiê al Abadi deu 72 horas às autoridades do Curdistão autônomo para que entreguem a Bagdá o controle dos aeroportos e fronteiras.
"O governo decidiu proibir os voos internacionais a partir de e para o Curdistão dentro de três dias se os aeroportos não forem entregues ao governo central", afirmou à imprensa.
Os voos domésticos não estarão envolvidos no embargo e, no pior dos casos, as viagens internacionais partindo do Curdistão deverão ser feitas via Bagdá e outros aeroportos iraquianos.
A medida, segundo a Reuters, representa uma retaliação contra o referendo.
Na semana passada, o governo central do Iraque ja havia pedido que companhias aéreas estrangeiras interrompessem os voos diretos para os aeroportos de Erbil e Sulaimaniya, mas apenas o Irã adotou o embargo aéreo.
De acordo com o primeiro-ministro, tais decisões foram tomadas com base na Constituição iraquiana. Abadi também garantiu que não vai considerar os resultados do referendo, que ele chamou de "unilateral e inconstitucional".
Negócios
O governo iraquiano também pediu aos sócios que negociem apenas com Bagdá as questões relacionadas ao petróleo.
O Curdistão produz em média 600 mil barris por dia e 550 mil são exportados através da Turquia.
Países vizinhos como Turquia e Irã, preocupados com a possibilidade de que suas minorias curdas tentem seguir o exemplo, também ameaçaram com represálias.
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