Procurador fala sobre ‘tendência’ de investigar ex-assessor de Janot.
Sidney Madruga conversava com advogada que representou J&F.
A conversa de um procurador, testemunhada e divulgada por uma repórter, fez com que ele pedisse afastamento do cargo na equipe da procuradora-geral, Raquel Dodge.
É a primeira baixa na equipe da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Na nota em que anunciou a decisão, Raquel Dodge diz que o pedido de exoneração feito pelo procurador Sidney Madruga, que ocupava o cargo de coordenador do Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral, foi aceito para evitar ilações impróprias e indevidas.
Ele deixa a nova equipe depois que a jornal “Folha de S.Paulo” publicou uma reportagem em que relata que Madruga, durante um almoço na quinta-feira (21) em Brasília, disse que a "tendência" do órgão é investigar o ex-chefe de gabinete de Rodrigo Janot, o procurador Eduardo Pellela.
Na nota em que informa a exoneração de Sidney Madruga, a Procuradoria-Geral da República frisou que ele não atuava em matéria criminal e não teve acesso a nenhuma investigação ou ação penal conduzidas pela atual equipe da Lava Jato em Brasília.
À tarde, a “Folha” revelou que a pessoa com quem o procurador Sidney Madruga conversou no almoço foi a advogada Fernanda Tórtima, que deixou a defesa da J&F depois de ter sido citada por Joesley Batista e Ricardo Saud de maneira deselegante em uma gravação entregue à PGR.
Nas investigações, Fernanda Tórtima aparece em contatos da JBS com o ex-procurador Marcelo Miller, suspeito de orientar a delação premiada da J&F enquanto ainda estava no cargo.
Em oficio encaminhado à PGR, o procurador Eduardo Pellela diz que tomou conhecimento da reportagem nesta sexta-feira (22) de manhã e informa que, a exemplo do que ocorreu durante todo o período de transição, está à disposição para qualquer esclarecimento que se entenda necessário.
A advogada Fernanda Tórtima não quis se manifestar.
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