Campanha Setembro Amarelo quer chamar atenção para o problema
A cada 45 minutos, um brasileiro morre vítima do suicídio. Para cada mulher que atenta contra a própria vida, existem três homens que fazem o mesmo. Com a meta de mudar essa realidade, a Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina, Federação Nacional dos Médicos, Sociedade Brasileira de Neuropsicologia, Cruz Vermelha, Centro de Valorização da Vida, entre outros se uniram em torno do Setembro Amarelo.
A campanha quer chamar atenção e busca sensibilizar profissionais de saúde e a própria sociedade para o fato de que o suicídio pode ser prevenido e que o silêncio em torno do tema precisa ser rompido.
De acordo com a professora adjunta de Neurociência e Saúde Mental da Universidade Federal da Bahia a psiquiatra Fabiana Nery, desde o ano passado, as entidades estão reunidas em torno dessa causa, alertando para o tempo que é fundamental quando o assunto é suicídio. “Estudos apontam que pelo menos 80% dos que cometem suicídio passaram dias antes por algum médico e sinalizaram sobre o desejo de acabar com a própria vida, por isso essa campanha é tão importante, não podemos permitir que as pessoas morram por falta de informação”, alerta a médica.
Razões
Não existe uma razão única que explique o que leva uma pessoa a cometer suicídio. O que se sabe é que o ato não é opcional. A pessoa que o comete desenvolve tamanho sofrimento que a morte lhe parece a única saída. Fabiana Nery lembra que o comportamento suicida está dividido em duas circunstâncias: a tentativa e a morte com intenção. “O suicídio é um sintoma e a base do problema precisa ser tratada”, completa a médica e professora, ressaltando que o problema, em 95% das situações, é secundário a um transtorno mental, a exemplo dos bipolares, depressivos e outros. “Apenas 2% dos suicídios têm motivação ideológica, como é o caso de homens-bomba, por exemplo”, acrescenta.
Não existe uma razão única que explique o que leva uma pessoa a cometer suicídio. O que se sabe é que o ato não é opcional. A pessoa que o comete desenvolve tamanho sofrimento que a morte lhe parece a única saída. Fabiana Nery lembra que o comportamento suicida está dividido em duas circunstâncias: a tentativa e a morte com intenção. “O suicídio é um sintoma e a base do problema precisa ser tratada”, completa a médica e professora, ressaltando que o problema, em 95% das situações, é secundário a um transtorno mental, a exemplo dos bipolares, depressivos e outros. “Apenas 2% dos suicídios têm motivação ideológica, como é o caso de homens-bomba, por exemplo”, acrescenta.
O psicólogo da Clínica Holiste, especialista em Saúde Mental, André Dória salienta que os comportamentos suicidas não acontecem para chamar atenção. “É importante escutar a queixa desse paciente, ouvir o que ele tem a dizer”, afirma, destacando que dessa forma atos suicidas poderiam ser reduzidos. Para o psicólogo, a escuta rompe ainda com o pacto de silêncio que existe sobre o tema porque, no passado, se acreditava que a menção ao suicídio poderia desencadear um estímulo ao ato. “Isso é uma fantasia e a escuta pode ser um fator de prevenção poderoso”, reforça.
Fabiana Nery lembra que as mulheres tentam muito mais que os homens, no entanto, eles acabam tendo mais sucesso, pois os métodos empregados são sempre mais letais. “Acreditamos que os dados, inclusive, estejam subestimados, pois muitos suicídios ainda vão para conta de acidentes de trânsito”, diz a psiquiatra. Entre os jovens, o suicídio é a terceira causa de morte mais frequente até os 22 anos. Os idosos também aparecem entre os perfis mais propensos.
Segundo Fabiana Nery, nesses dois extremos, o córtex frontal, por imaturidade orgânica ou envelhecimento, promove uma perda crítica que faz com que as ações suicidas sejam mais comuns. “Nos idosos, ainda há, geralmente, associação com doenças crônicas”, pontua.
Segundo as informações da própria Associação Brasileira de Psiquiatria, o risco de suicídio aumenta entre aqueles com história familiar de suicídio ou de tentativa de suicídio. Estudos de genética epidemiológica mostram que há componentes genéticos, assim como ambientais envolvidos na tomada de decisão de tirar a própria vida. Os psiquiatras destacam também que o risco de suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com alguém que se suicidou.
Segundo as informações da própria Associação Brasileira de Psiquiatria, o risco de suicídio aumenta entre aqueles com história familiar de suicídio ou de tentativa de suicídio. Estudos de genética epidemiológica mostram que há componentes genéticos, assim como ambientais envolvidos na tomada de decisão de tirar a própria vida. Os psiquiatras destacam também que o risco de suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com alguém que se suicidou.
Sintomas
Além da escuta ser um fator protetivo, os profissionais de saúde alertam para os sinais que ajudam a identificar o risco de suicídio, tais como as mudanças bruscas de comportamento. “Pessoas que trabalhavam bem e passam a não render; desinteresse repentino por coisas que antes chamavam atenção, condutas de risco como dirigir embriagado, falta de esperança com tudo e desapego de forma muito fácil merecem uma atenção especial”, esclarece a psiquiatra Fabiana Nery.
Além da escuta ser um fator protetivo, os profissionais de saúde alertam para os sinais que ajudam a identificar o risco de suicídio, tais como as mudanças bruscas de comportamento. “Pessoas que trabalhavam bem e passam a não render; desinteresse repentino por coisas que antes chamavam atenção, condutas de risco como dirigir embriagado, falta de esperança com tudo e desapego de forma muito fácil merecem uma atenção especial”, esclarece a psiquiatra Fabiana Nery.
André Dória ressalta também que, ao contrário do que muitos pensam, os atos suicidas não estão vinculados apenas à depressão. “É mais comum que os atos sejam cometidos por pessoas com transtorno de bipolaridade”, diz o psicólogo, chamando atenção de que a depressão, por vezes, retira até a iniciativa de atentar contra a própria vida. Completando a fala do colega, Fabiana Nery diz que o perigo maior reside justamente na fase onde há um misto entre os sintomas depressivos e de euforia. “Cerca de 25% dos pacientes com transtorno bipolar possuem um histórico de tentativas de suicídio”, pontua a médica.
Por sugestão da Comissão de Ações Sociais (CAS) do Conselho Federal de Medicina (CFM), o tema – tratado como uma epidemia – se transformou numa das prioridades da Câmara Técnica de Psiquiatria da entidade que, com o apoio da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), lançou uma cartilha, intitulada Suicídio: Informando para Prevenir. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014), é possível prevenir o suicídio, desde que, entre outras medidas, os profissionais de saúde, de todos os níveis de atenção, estejam aptos a reconhecer os fatores de risco presentes, afim de determinar medidas para reduzir tal risco e evitar o suicídio.
Vale salientar que o Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. Em 2012, foram registradas 11.821 mortes, cerca de 30 por dia, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres. Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes, sendo observado um aumento de mais de 30% em jovens. Os números brasileiros devem, entretanto, ser analisados com cautela. Para as entidades médicas, em primeiro lugar, porque pode haver uma subnotifcação do número de suicídios, em segundo lugar porque há uma grande variação regional nas taxas.
Para colaborar com o Setembro Amarelo, qualquer pessoa pode iluminar ou identificar a fachada de uma casa ou prédio com balões.Todos que mandarem fotos de suas iniciativas para a fanpage do CVV (www.facebook.com/cvv141) poderão ver o material compartilhado no Facebook.
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