Denver - O papa Francisco desembarca em Cuba amanhã (19) para uma viagem de quatro dias ao país. É a primeira visita do pontífice à ilha, após a retomada das relações diplomáticas de Cuba com os Estados Unidos, que ele ajudou pessoalmente a negociar.
Em Havana, a Praça da Revolução recebeu um altar e fileiras de cadeiras para o papa celebrar uma missa a céu aberto. Nas ruas da capital cubana, mensagens dão boas-vindas ao líder da Igreja Católica.
Francisco é o terceiro papa a visitar Cuba desde a Revolução de 1959. Quando assumiu o poder, Fidel Castro, batizado e educado por jesuítas, declarou a ilha um Estado ateu, expulsou padres e fechou escolas religiosas.
Uma histórica visita do papa João Paulo II, em 1998, marcou o início da recuperação dos laços com a igreja.
Em 2012, o papa Bento XVI foi recebido pelo sucessor de Fidel, o irmão mais novo do comandante, Raúl Castro.
O analista cubano Lenier Gonzalez, ouvido pela Agência Reuters, afirmou que as relações da Igreja Católica com o governo de Cuba, antes tensas, passaram a ser de negociação e proximidade.
“As áreas de cooperação aumentaram até o ponto em que a igreja e o papa francisco facilitaram a reaproximação dos governos de Cuba e dos Estados Unidos.”
O papa Francisco teve papel decisivo na retomada das relações diplomáticas entre os dois países, inimigos da Guerra Fria, depois de meio século de afastamento.
O líder da Igreja Católica escreveu um apelo pessoal aos presidentes Barack Obama e Raúl Castro e intermediou as negociações secretas para a reaproximação.
No anúncio da reabertura das embaixadas, no fim do ano passado, Obama e Raúl agradeceram ao papa por mediar o acordo histórico.
O caminho até a normalização das relações ainda tem pela frente a questão do embargo financeiro, econômico e comercial imposto à Cuba pelos Estados Unidos há 53 anos.
Um oficial do Vaticano adiantou à Agência Reuters que, durante a viagem, o papa Francisco deve condenar a permanência do bloqueio.
Recentemente, o governo cubano atualizou o valor estimado de prejuízo causado pela medida. A cifra alcança US$ 833,7 bilhões. O fim do embargo depende da aprovação do congresso norte-americano.
Durante os quatro dias de visita, o papa também deve pedir mais liberdade e respeito aos direitos humanos na ilha. Depois de Cuba, o papa Francisco viaja aos Estados Unidos, onde será recebido na Casa Branca pelo presidente Barack Obama.
Ele também fará uma visita ao congresso norte-americano e participará, em Nova York, da Assembleia Geral das Nações Unidas.
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