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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Maranhão diz que decidiu anular votação para 'salvar a democracia'

Presidente interino tentou anular votação da Câmara sobre o impeachment. Senado ignorou ato de Waldir Maranhão e dará continuidade ao processo.
09/05/2016 18h15 - Atualizado em 09/05/2016 18h29

Por Fernanda Calgaro e Nathalia Passarinho
Do G1, em Brasília














O presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), afirmou nesta segunda-feira (9) que tomou a decisão de tentar anular a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff para “salvar a democracia”. Disse ainda que é preciso “corrigir vícios que certamente poderão ser insanáveis no futuro” e que, “em momento algum”, está “brincando de fazer democracia”.
"A decisão foi com base na Constituição, com base no nosso regimento para que possamos corrigir em tempo vícios que, certamente, poderão ser insanáveis no futuro. Tenho consciência do quanto esse momento é delicado, momento em que nós temos o dever de salvarmos a democracia pelo debate. Não estamos, nem estaremos em momento algum brincando de fazer democracia", disse Maranhão em um breve pronunciamento à imprensa em seu gabinete na Câmara.
Mais cedo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), havia comunicado ao plenário da Casa que decidiu dar continuidade à tramitação do processo de impeachment de Dilma à revelia do ato de Maranhão de anular a votação do dia 17 de abril. A decisão de Renan foi tomada após consultas ao regimento interno do Senado e uma conversa com líderes partidários na residência oficial do Senado.
Substituto de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara, Maranhão acolheu nesta segunda-feira pedido feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, para anular a votação do processo de impeachment no plenário da Câmara.
No seu despacho, Maranhão determinava a convocação de novas eleições em um prazo de 5 sessões a partir do momento em que o processo fosse devolvido pelo Senado.
A decisão foi tomada após Maranhão se reunir na noite de domingo com Cardozo. O G1 apurou que o presidente interino da Câmara retornou a Brasília no domingo, junto com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), aliado de Dilma e uma das principais vozes contrárias ao impeachment. Dino e Maranhão seguiram para a casa do deputado Sílvio Costa (PTdoB-CE) e lá teriam se reunido com o advogado-geral da União.
Maranhão tomou a decisão sem consultar a área técnica da Câmara, que só foi informada depois e chegou a desaconselhar Maranhão, alegando falta de embasamento jurídico para a decisão. Mas o presidente em exercício da Câmara manteve a decisão.
Ao longo Waldir Maranhão participou, durante o fim de semana e na manhã desta segunda-feira, de reuniões com integrantes do governo federal, deputados do PT e do PC do B.
Inicialmente, a previsão era que Maranhão fizesse o seu pronunciamento em um púlpito instalado no Salão Verde, onde, normalmente, os parlamentares concedem entrevistas coletivas. No entanto, após duas mudanças de horário, o local foi transferido para o gabinete da presidência da Câmara.

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