Técnico do Brasil é infeliz em declaração e também acaba cometendo outros deslizes como chamar seu time de "pior Seleção"
A coletiva desta sexta-feira (26) definitivamente não foi a melhor de Dunga como técnico da Seleção Brasileira. O treinador comentou sobre a ausência de Neymar, o jogo contra o Paraguai e a polêmica envolvendo Jara e Cavani. Até aí, tudo bem e sem problemas. No entanto, tudo mudou quando foi lhe foi pedido para traçar um comparativo sobre a pressão atual na Seleção Brasileira e na sua época de jogador.
(Foto: Divulgação)
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"Nós éramos ruins com sorte e os outros eram bons com azar. Aquela Seleção (1994) tinha uma cobrança de 40 anos sem Copa América e 24 anos sem Copa do Mundo. Eu até acho que eu sou afrodescendente de tanto que apanhei e gosto de apanhar. Os caras olham pra mim: 'vamos bater nesse aí, e começam a me bater, sem noção, sem nada, não gosto dele começam a me bater'", disse.
"Aqui na Seleção só tem uma opção: ganhar. É um preço bom que se paga. É uma alegria e um orgulho defender esse país. Eles têm uma pressão muito grande depois da Copa, mas tem umas perguntas que devemos fazer. Se a Seleção boa não ganhou, como colocar uma pressão na ruim? Temos que olhar o futebol de um jeito diferente. Técnica e talento é bom, mas não é o suficiente para escolher um time. Tem que montar um quebra-cabeça e um time e, para isso, há um conjunto de fatores", completou.
Apesar de aparentemente dita sem pensar, a infeliz declaração do treinador gerou imediata reação de setores que consideraram a declaração racista. Horas depois, ele se desculpou. "Quero me desculpar com todos que possam se sentir ofendidos com a minha declaração sobre os afrodescendentes. A maneira como me expressei não reflete os meus sentimentos e opiniões".
Confira a coletiva de Dunga:
Sobre Brasil sem NeymarCada um tem o direito de dar a sua opinião e nós temos que fazer nosso trabalho da mesma forma e vencendo jogos. Não adianta lamentar a opinião, que é livre. Só gostaria de ressaltar que devemos respeito ao torcedor brasileiro, que ficou 40 anos sem vencer a Copa América com times excepcionais. A Copa América é complicada. Acho que conversamos e tomamos a melhor decisão para a Seleção. É um capítulo à parte e temos que nos focar no Paraguai.
Sobre como o Brasil vai enfrentar o ParaguaiSão as duas coisas. O aproveitamento de cada jogador até aqui e a forma que o Paraguai joga e como podemos neutralizá-los.
Sobre mudança de postura no comando da Seleção BrasileiraMudei muito, menos mal, né? Sinal de que estamos pensando. Tenho que focar no meu trabalho e deixar outras coisas que não importam de lado. Tenho que concentrar e gastar minha energia no meu trabalho.
Sobre primeiro jogo eliminatório desde que voltou à SeleçãoPara a Seleção, muda pouco. Jogamos sempre para vencer. Lógico que tem mais adrenalina e temos que encarar como uma final.
Sobre diferença no estilo da Copa América e mais pegadaNão acho que falta pegada. Podemos acrescentar que é bom para adquirir mais experiência. No máximo três jogadores desse grupo jogaram Copa América ou eliminatórias. É muito bom para as eliminatórias. Servirá como amadurecimento da equipe.
Sobre semana livre para treinarPor incrível que pareça, tivemos três dias de recuperação. Muitos jogadores estão em fim de temporada e precisam de tempo para se recuperar. Tentamos aproveitar o tempo sem desgastar o atleta. Foi bom para recuperar a equipe.
Sobre caso Jara/Cavani e catimba dos adversáriosA catimba não me preocupa. Assim como foi rígida com o Neymar, a Conmebol será rígida com todos. Deixamos para eles se preocuparam com isso. Esse tipo de provocação sempre vai ter. Eles escolhem o jogador. Tem uma série de fatores para isso. No futebol atual, com câmeras em todos os lados, dificilmente algo escapa das câmeras. Estamos aí para aprender. Como disse, a Conmebol está aí. Tudo serve como aprendizado. A câmera flagra tudo.
Sobre possíveis cobranças de pênaltis contra o ParaguaiÉ uma soma. A eficiência no treinamento mais a condição física naquele momento. Não será o último momento que vai definir o emocional. Se treinou bem, o jogador estará seguro.
Sobre pressão na geração atualNós éramos ruins com sorte e os outros eram bons com azar. Aquela seleção tinha uma cobrança de 40 anos sem Copa América e 24 anos sem Copa. Eu até acho que eu sou afrodescendente de tanto que apanhei e gosto de apanhar. Os caras olham pra mim: 'vamos bater nesse aí, e começam a me bater, sem noção, sem nada, não gosto dele começam a me bater'.
Aqui na Seleção só tem uma opção: ganhar. É um preço bom que se paga. É uma alegria e um orgulho defender esse país. Eles têm uma pressão muito grande depois da Copa, mas tem umas perguntas que devemos fazer. Se a Seleção boa não ganhou, como colocar uma pressão na ruim? Temos que olhar o futebol de um jeito diferente. Técnica e talento é bom, mas não é o suficiente para escolher um time. Tem que montar um quebra-cabeça e um time e, para isso, há um conjunto de fatores.
Sobre ida de Firmino para o Liverpool e Douglas Costa para o BayernSão jogadores de qualidade. Por isso, o interesse nos jogadores brasileiros. É bom que clubes como Bayern e Liverpool tenham interesse em jogadores brasileiros. Espero que possam fazer bem o seu trabalho no clube e na Seleção.
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