Em fala durante um painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o diretor-executivo do Google, Eric Schmidt, fez uma declaração que, à primeira vista, parece bastante estranha, ainda mais levando em consideração a empresa em que ele trabalha: “a internet vai desaparecer”, afirmou nesta quinta-feira.
Na verdade, o que o executivo quis dizer, conforme ele explicou em seguida, é que o conceito de internet não será mais interpretado como é atualmente, como algo disssociado do mundo off-line: o ambiente on-line estará tão integrado às nossas vidas, que fará pouco sentido pensar nele como algo separado.
— Será parte da nossa presença em todos os momentos. Imagine você entrar em uma sala, e esse local é dinâmico. E com a sua permissão, você vai interagir com tudo que acontece na sala — afirmou Schmidt, mencionado conceitos como internet das coisas e computação vestível.
— Haverá tantos endereços IPs (…) tantos dispositivos, sensores e coisas que você vai estar vestindo, e interagindo, que você não vai nem perceber.
A fala fez parte de um painel sobre tecnologia intitulado “O futuro da economia digital” com grandes nomes do setor, como Sheryl Sandberg, do Facebook; Jim Hagemann Snabe, da SAP; e Satya Nadella, da Microsoft.
Apesar de ter uma visão otimista quanto a essa possibilidade de futuro, nem todos parecem concordar com o executivo do Google. Também participante de um painel em Davos, a professora de Ciência da Computação Margo Seltzer, da Universidade de Harvard, vê no cenário mencionado por Schmidt como a morte da privacidade, algo que, de acordo com ela, já vivemos.
— A privacidade como conhecíamos no passado não é mais possível… Como convencionalmente pensamos privacidade, ela está morta — afirmou Seltzer, sem se referir especificamente à fala do executivo do Google, mas a um contexto semelhante ao descrito por ele. — Não se trata se isso vai acontecer, já está acontecendo… Nós vivemos em um estado de vigilância.
Fonte: O Globo
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