Morre surfista Ricardo dos Santos, baleado na Guarda do Embaú, em SC
Atleta levou três tiros em frente a casa da família na segunda (19).
Ele passou por quatro cirurgias mas não resistiu aos ferimentos.
Familiares comunicaram, no início da tarde desta terça-feira (20), a morte do surfista catarinense Ricardo dos Santos, de 24 anos. Ele levou três tiros em frente à casa da família, na Guarda do Embaú, em Palhoça, Santa Catarina. O atleta passou por quatro cirurgias no Hospital Regional de São José, mas não reagiu aos procedimentos médicos e as hemorragias não cessaram, causando sua morte. Um policial militar, de 25 anos, é o principal suspeito dos disparos.
Após a notícia, amigos e familiares permaneceram na entrada do hospital, onde estavam desde segunda-feira (19). O principal suspeito dos disparos está detido no quartel da PM em Florianópolis.Segundo o delegado responsável pela investigação, Marcelo Arruda, será solicitada a tipificação do inquérito de tentativa de homicídio para homicídio doloso qualificado. alteração que ainda deve ser analisada pela promotoria de Justiça, em paralelo, o PM também responderá a um inquérito militar, pelo mesmo crime.
Baleado na Guarda do Embaú
Ricardinho, especialista em ondas pesadas e tubulares e reconhecido internacionalmente por diversos títulos, foi baleado na manhã de segunda-feira na praia do Guarda do Embaú, em Palhoça.
Ricardinho, especialista em ondas pesadas e tubulares e reconhecido internacionalmente por diversos títulos, foi baleado na manhã de segunda-feira na praia do Guarda do Embaú, em Palhoça.
Conforme depoimento de testemunhas à Polícia Militar, ele pediu para que duas pessoas, um policial militar e um menor – irmão do PM, segundo a polícia –, que estariam consumindo drogas, saíssem da frente da casa dele. Houve discussão, e Ricardinho foi atingido por três tiros entre o tórax e o abdômen.
Os familiares do esportista dizem que um dos homens teria estacionado o carro sobre um cano que faz parte de uma obra realizada na casa de Ricardo, o que teria motivado o pedido para que saíssem do local. A investigação apura as duas versões, conforme o delegado, Marcelo Arruda.
Além do policial militar, o irmão dele, menor de idade, foi apreendido. O agente público estava de férias, segundo a PM informou em nota. Conforme o texto, ele responderá inquérito administrativo, além do que foi instaurado pela Polícia Civil. O soldado, que está na corporação desde julho de 2008, pertence ao 8º Batalhão de Joinville, no Norte do estado.
Duas versões
O policial afirmou em depoimento que atirou para se defender. "Ele alegou legítima defesa. Disse que a vítima teria tentado agredir e que ele teve que se defender", detalhou o delegado Marcelo Arruda, responsável pelo caso.
O policial afirmou em depoimento que atirou para se defender. "Ele alegou legítima defesa. Disse que a vítima teria tentado agredir e que ele teve que se defender", detalhou o delegado Marcelo Arruda, responsável pelo caso.
O policial manteve a versão apresentada também pelo irmão, um menor que estava junto com ele no momento da discussão. O garoto foi liberado.
A Polícia Civil também coletou depoimentos do avô e de um tio do surfista e de dois policiais militares que atenderam a ocorrência.
"São duas versões conflitantes. Uma parte alega que agiu em legítima defesa, que teria sido ameaçada antes, e a outra parte fala que não, que foram feitos os disparos injustificados, que não houve nenhum tipo de agressão anterior que motivassem esses disparos", afirma Marcelo Arruda.
O delegado disse que o menor de idade foi ouvido pela polícia como testemunha. "Ele não teve envolvimento e alega que a vítima foi para cima deles com um facão, e ele [o policial] só reagiu em legítima defesa", detalha Arruda.
No entanto, segundo Arruda, os policiais militares que atenderam a ocorrência não apreenderam nenhum facão no local dos disparos. Já a arma do policial, assim como o veículo dele, foi encaminhada para o Instituto Geral de Perícias.
"Com certeza vamos fazer reconstituição para ficar melhor esclarecido. Não vai demorar, porque como se trata de pessoa presa, o prazo é bem exíguo", explica o delegado Arruda. "Não tem mais ninguém para ser ouvido", detalha. Ele acredita que o inquérito seja concluído em 10 dias.
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