O Comitê Rio 2016 lançou nesta quinta-feira o revezamento da tocha olímpica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. O revezamento começará em maio de 2016, com duração de 90 a 100 dias. Ela irá percorrer 20 mil quilômetros, contando com 250 cidades brasileiras. Entre elas vão estar todas as capitais estaduais e o Distrito Federal. A tocha será carregada por cerca de 10 mil pessoas e, como é tradição, ''chama'' olímpica será acesa no começo de maio de 2016, na cidade de Olympia, na Grécia. O local é o berço dos Jogos Olímpicos.
A tocha vai circular durante uma semana pela Grécia até chegar na capital Atenas. Por lá, um representante do Brasil receberá a chama que será trazida para o país sede das Olimpíadas de 2016. Ainda não há data marcada para que a tocha seja acesa, tampouco foram divulgados data e local de chegada ao Brasil. As cidades que receberão o revezamento da tocha serão divulgadas em maio deste ano. No evento, foram expostos 10 modelos de tocha de outras edições olímpicas.
Marca do revezamento da tocha olímpica é divulgada (Foto: Danielle Rocha)
Os critérios para a seleção dos condutores da tocha são definidos pelo Comitê Rio 2016, o Comitê Olímpico Brasileiro, e os três patrocinadores do evento. Brasileiros anônimos também terão oportunidade. A seleção ocorrerá ao longo de 2015 e no início do próximo ano. Ex-atletas brasileiros, como o nadador Gustavo Borges e o jogador de vôlei Giovane, mostraram empolgação em participar do revezamento. Borges carregou a tocha antes dos Jogos de Atenas, em 2014, e disse que quer repetir a experiência no Rio de Janeiro.
- É fantástico (o revezamento da tocha). Eu participei em 2004, aqui em Copacabana, foi uma experiência única. Olhando as fotos aqui a que mais me chama atenção é a de 92 por aquela experiência da Olimpíada naquele momento. Vai ser muito bacana esse circuito acontecendo aqui no Brasil, só de participar desse movimento olímpico já traz boas recordações e um orgulho muito grande. Quero carregar essa tocha, sim. E, de preferência, em algum ponto turístico do Rio de Janeiro, seria bem legal - disse o nadador.
Giovane afirmou que faz parte de uma geração privilegiada por poder receber as Olimpíadas em "casa":
- É muito gratificante estar aqui no nosso país vivendo essa oportunidade, não como jogador, atleta, mas como cidadão. Tem de começar a colocar todo mundo nesse clima porque é um momento mágico, a gente tem de aproveitar. Nossa geração é privilegiada por ter a Olimpíada em nossa casa. A expectativa é sempre de muito entusiasmo, muita alegria, é o que representa esse momento da tocha levando toda essa simbologia, de momento de esperança, de alegria, de confraternização, as pessoas participando na rua de forma serena e pacífica por uma coisa boa, acho que isso tudo envolve o revezamento da tocha.
- É muito gratificante estar aqui no nosso país vivendo essa oportunidade, não como jogador, atleta, mas como cidadão. Tem de começar a colocar todo mundo nesse clima porque é um momento mágico, a gente tem de aproveitar. Nossa geração é privilegiada por ter a Olimpíada em nossa casa. A expectativa é sempre de muito entusiasmo, muita alegria, é o que representa esse momento da tocha levando toda essa simbologia, de momento de esperança, de alegria, de confraternização, as pessoas participando na rua de forma serena e pacífica por uma coisa boa, acho que isso tudo envolve o revezamento da tocha.
Gustavo Borges e Giovane Gávio no evento de lançamento do revezamento da tocha (Foto: Vicente Seda)
Presidente do COB e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman lembrou também os Jogos de 2004, quando recebeu a tocha das mãos de Nelson Mandela para trazer ao Rio de Janeiro:
- Tive a honra de poder carregar a tocha em várias edições, mas a maior emoção que tive foi receber a chama olímpica das mãos do presidente Mandela para trazer para o Rio em 2004. Estive com ele na cela em que ele esteve e dali saiu a caminhada da chama olímpica, que foi acesa pela primeira vez no nosso continente, no Maracanã, pelo Pelé. Em Londres eu corri em Olympia, que também foi uma honra. Tenho certeza que aqui vai ser feito com mais emoção. Vamos ter muitas emoções nessa caminhada e aqueles que tiverem essa oportunidade estarão escrevendo histórias únicas nas suas vidas. Não sei em quantas décadas esses Jogos voltarão ao nosso país.
- Tive a honra de poder carregar a tocha em várias edições, mas a maior emoção que tive foi receber a chama olímpica das mãos do presidente Mandela para trazer para o Rio em 2004. Estive com ele na cela em que ele esteve e dali saiu a caminhada da chama olímpica, que foi acesa pela primeira vez no nosso continente, no Maracanã, pelo Pelé. Em Londres eu corri em Olympia, que também foi uma honra. Tenho certeza que aqui vai ser feito com mais emoção. Vamos ter muitas emoções nessa caminhada e aqueles que tiverem essa oportunidade estarão escrevendo histórias únicas nas suas vidas. Não sei em quantas décadas esses Jogos voltarão ao nosso país.
Lara Castro, a primeira brasileira a participar do revezamento da tocha (Foto: Danielle Rocha)
Lara Castro foi a primeira brasileira a participar de um revezamento. Ganhou a oportunidade ao vencer um concurso promovido em parceria com o programa internacional de condutores, que permitia pela primeira vez que pessoas de outros países participassem do evento. Ela recordou o momento:
- Foi um momento maravilhoso e sabia a importância daquilo para os Jogos. Agora sendo aqui no Brasil é uma emoção muito maior, resgata uma história. Na época houve um concurso de redação para estudantes de Educação Física, no Brasil inteiro, sobre o ideal olímpico. Mandei e fui selecionada. Corri um trecho próximo a Sevilha. Não era muito grande, mas para mim pareceu uma eternidade. Todo mundo que vai lá em casa gosta de dar uma olhada nela, virou um filho de 20 anos. Seria muito interessante se puder participar de novo, seria e o fechamento de um ciclo. Quem sabe? - disse.
Questionados sobre os protestos que tumultuaram o ambiente que antecedeu a Copa do Mundo e a Copa das Confederações, os executivos das empresas que patrocinam o revezamento da tocha não mostraram preocupação. Flavio Camelier, vice-presidente da Coca-Cola do Brasil para os Jogos Olímpicos, afirmou que o engajamento do público brasileiro já é grande:
- Olhamos como grande oportunidade e não potencial risco de protesto. O engajamento do público brasileiro já é muito alto. Estamos mais preocupados em fazer funcionar perfeitamente do que com protesto.
O francês François Dossa, presidente da Nissan Brasil, se disse surpreso pela pergunta sobre as manifestações não ter partido de um brasileiro e discursou em tom democrático:
- Pode haver protestos, não teremos problemas com isso. Eu sou francês, moro aqui e posso falar. Muitas vezes o brasileiro é muito pessimista com o país dele e a Copa foi exemplo de organização. Brasil tem que ter fé porque vai organizar os melhores Jogos da história.
- Foi um momento maravilhoso e sabia a importância daquilo para os Jogos. Agora sendo aqui no Brasil é uma emoção muito maior, resgata uma história. Na época houve um concurso de redação para estudantes de Educação Física, no Brasil inteiro, sobre o ideal olímpico. Mandei e fui selecionada. Corri um trecho próximo a Sevilha. Não era muito grande, mas para mim pareceu uma eternidade. Todo mundo que vai lá em casa gosta de dar uma olhada nela, virou um filho de 20 anos. Seria muito interessante se puder participar de novo, seria e o fechamento de um ciclo. Quem sabe? - disse.
Questionados sobre os protestos que tumultuaram o ambiente que antecedeu a Copa do Mundo e a Copa das Confederações, os executivos das empresas que patrocinam o revezamento da tocha não mostraram preocupação. Flavio Camelier, vice-presidente da Coca-Cola do Brasil para os Jogos Olímpicos, afirmou que o engajamento do público brasileiro já é grande:
- Olhamos como grande oportunidade e não potencial risco de protesto. O engajamento do público brasileiro já é muito alto. Estamos mais preocupados em fazer funcionar perfeitamente do que com protesto.
O francês François Dossa, presidente da Nissan Brasil, se disse surpreso pela pergunta sobre as manifestações não ter partido de um brasileiro e discursou em tom democrático:
- Pode haver protestos, não teremos problemas com isso. Eu sou francês, moro aqui e posso falar. Muitas vezes o brasileiro é muito pessimista com o país dele e a Copa foi exemplo de organização. Brasil tem que ter fé porque vai organizar os melhores Jogos da história.
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