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sexta-feira, 17 de abril de 2015

EMPREGOS: Quer montar o seu próprio negócio? Veja como se capacitar e formalizar a sua empresa

Bahia tem mais de 300 mil pequenos empresários. Entre os setores que mais concentram trabalhadores estão vestuário, alimentação e beleza
Naiana Ribeiro (naiana.ribeiro@redebahia.com.br)
Atualizado em 17/04/2015 09:46:40
  
Capacitações, oficinas e eventos que estimulam o desenvolvimento de negócios são um diferencial para os microempreendedores individuais (MEI). Um em cada três MEI na Bahia, segundo levantamento feito pelo  Sebrae a pedido do CORREIO, é do setor de serviços.
Desses, 11% trabalham na área do comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, 7% são cabeleireiros e 3,3% atuam com serviços ambulantes de alimentação. A 7ª Semana do MEI, que começou no último dia 13 e vai até amanhã (18), por exemplo, tem uma programação que estimula a criação e ampliação de empreendedores autônomos e formalizados.
A microempreendedora Edna Resch, de 43 anos, comercializa licores artesanais na própria casa há 15 anos
(Foto: João Alvarez/ASN Bahia)
No Brasil, os pequenos empresários formalizados pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) já somam quase 5 milhões. Já na Bahia,  são mais de 300 mil. 
Entre as principais atividades desenvolvidas pelos microempreendedores individuais do estado também se destaca o varejo de cosméticos e de higiene pessoal, além do fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar.
Serviços de lanchonetes, restaurantes, bares e estabelecimentos especializados em servir bebidas são outras atividades com destaque no estado. 
“Essas são atividades que envolvem diretamente o consumidor final. Os microempreendedores identificam o comércio e os serviços como atividades interessantes pois vão atender as necessidades específicas do consumidor final”, afirma a gerente da Unidade de Atendimento do Sebrae Bahia, Fernanda Gretz.  
Necessidades
Segundo ela, os setores em que se concentram os MEI da Bahia são os mais procuradas pelos clientes no seu dia a dia, sobretudo pela classe C. 
“Vestuário, alimentação e beleza são três eixos importantes no consumo de modo geral. O MEI vai sempre estar dentro dessas atividades, já que os próprios empresários resolvem suas necessidades através dos seus negócios”, complementa.
A maioria das atividades desenvolvidas pelos MEI, diz  Fernanda, envolve o trabalho com uma pessoa e mais um funcionário. “Por isso que não é normal ter indústrias como MEI, pois são necessários mais de dois funcionários”, diz.
Experiência
Segundo dados do Sebrae, uma das características do MEI brasileiro é que 76% não possuem outra fonte de renda. Além disso, 57% deles têm idade de 30 a 49 anos.
“Em torno de 33,6% dos MEI têm de 30 a 39 anos. Já 23,8% desses têm de 40 a 49 anos. A maior parte  já atua com alguma atividade própria e já tem experiência anterior, mesmo que informalmente”, explica.
Segundo ela, 9,9% dos microempreendedores têm de 18 a 24 anos, 15,3% têm de 25 a 29 anos, 15,7% têm de 50 a 64 anos e apenas 1,6% deles possuem 65 anos ou mais. “As pessoas que têm menos idade perceberam que poderiam se dar bem como MEI e ter isso como fonte de renda”, diz.
É o caso dos estudantes de Engenharia Sanitária Ambiental Daniel Frediani, de 27 anos, e Rafael Brasileiro, 23. Há três anos, eles tiveram a experiência de atuar no Instituto de Permacultura da Bahia, no desenvolvimento de projetos ambientais. Nesse período, os estudantes desenvolviam consultoria ambiental e perceberam que poderiam criar um negócio nesse ramo.
Empreendedores, Daniel Frediani, Rafael Brasileiro e João Libório possuem uma empresa do setor ambiental (Foto: João Alvarez/ASN Bahia)
“O ramo ambiental ainda está pouco desenvolvido na Bahia. A nossa forma de colocar isso em prática foi nos tornando MEI”, diz Frediani. A experiência de terem se formalizado antes de iniciar a empresa ajudou no momento de abrir um outra empresa, A Toca, que trabalha a sustentabilidade dentro do meio urbano. Juntos, os dois e o contador João Lucas Libório, 28, podem emitir notas de até R$ 180 mil por ano, já que cada um pode emitir até R$ 60 mil em notas.
“Quando prestamos um serviço, um faz a nota fiscal. Depois que esse limite acaba, o outro emite. A maior vantagem de sermos MEI é a parte tributária. A gente precisava dessa baixa tributação para nos estruturar e crescer. Agora já vislumbramos a categoria de microempresa”, revela. 
Escolaridade
No quesito escolaridade, os jovens também se encaixam em outra característica bastante comum do MEI brasileiro. Em torno de 44,10% deles possuem nível médio completo.
“Quanto mais capacitação a pessoa tem há uma tendência dela aumentar a empresa. O MEI é como um estágio inicial, existe uma tendência dessa empresa virar uma microempresa ou uma pequena empresa”, diz Fernanda, do Sebrae.
No que tange a atuação desses pequenos empresários, 48,6% trabalham na própria residência, 30,2% possuem algum estabelecimento fixo e 10,7% vão até a casa ou empresa do cliente. “Trabalhar em casa é uma característica geral da figura do MEI. Muitos atuam em casa como forma de reduzir custos, pois não têm possibilidade de investir alto”, assegura Fernanda.
A empresária Edna Resch, 43, por exemplo, comercializa licores artesanais na própria casa há 15 anos. “É como um estabelecimento. Fechei a minha sala e fiz um espaço de atendimento ao cliente”. Ela, que se tornou MEI há menos de um ano, conta ainda que, além das diversas vantagens de se tornar MEI (confira boxes ao lado), teve um aumento de 20% no movimento do seu negócio.
“Além de emitir nota fiscal e utilizar pagamento em crédito, temos uma série de benefícios como o direito do INSS (aposentadoria)”, fala. Ela, inclusive, faz parte dos 30,6% dos MEI que já atuavam em suas áreas informalmente antes de se formalizarem.
Segundo o Sebrae, 40,6% dos MEI eram empregados com carteira assinada antes de possuir o próprio negócio. Muitos deles largaram as atividades ou foram demitidos. É o caso da artesã Carolina Leão. Com 41 anos, ela se tornou microempreendedora em 2010, e  abriu mão de seu emprego como educadora artística.
“Antes, não queria me formalizar, mas agora vejo o quão bom foi. Os clientes querem a nota fiscal, o CNPJ, e assim fica mais fácil para vender”, explica. Ela conta, ainda, que teve um aumento do faturamento em torno de 50% a 80%. “Tenho o INSS e diversas outras vantagens. De R$ 2 mil por mês, passei a ganhar entre R$ 3 mil e  R$ 4 mil”, diz.
Semana do MEI ainda terá  650 vagas de capacitação gratuitas
A 7ª Semana do Microempreendedor Individual (MEI), que acontece até amanhã, é uma oportunidade para quem quer melhorar o desempenho nos seus negócios. Em Salvador, o evento ainda vai ofertar 650 vagas de capacitações em oficinas, além de palestras com abordagem de temas diversos de interesse dos microempreendedores.
No total, serão ofertadas 2.746 capacitações. Na capital baiana, o evento ocorre na Praça Newton Rique, em frente ao Shopping da Bahia, das 8h30 às 17h30, e sábado até 12h. A previsão é realizar 9.153 atendimentos e 2.746 capacitações. Serão oferecidos serviços de impressão de boletos, além do atendimento ao trabalhador formalizado e ao público em geral interessado em mais informações sobre empreendedorismo.


Os microempreendedores que desejam obter informações e o envio da Declaração Anual de Faturamento, cujo prazo de entrega é 31 de maio, também poderão receber atendimento no local. Para participar das capacitações, basta ligar para o 0800 570 0800.
No caso de orientação empresarial, o atendimento será realizado por ordem de chegada. No interior, é possível obter mais informações nos pontos de atendimento de cada cidade.
Gasto para a formalização da atividade é de R$ 46,40/mês
A formalização do Microempreendedor Individual (MEI) poderá ser feita, de forma gratuita, pelo endereço eletrônico portaldoempreendedor.gov.br. “O cadastramento pode ser feito pela internet ou em um dos postos de atendimento do Sebrae”, conta a gestora do Sebrae, Maria Fernandes.
“O procedimento é rápido e gratuito. Basta levar a identidade, CPF e um comprovante de residência”, completa. Após se cadastrar, o empreendedor terá como gasto máximo R$ 46,40 por mês e não descontará impostos.
Desse valor, a contribuição para a Previdência é de R$ 39,40, 5% do salário mínimo; já para o estado, se a atividade for comércio ou indústria, a contribuição é de R$ 1. O valor a ser pago para o município é de R$ 5 ao mês.

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