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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Prisão de Vaccari força PT a rever estratégia contra denúncias da Lava Jato

Depois de afastar tesoureiro preso em mais uma etapa da operação, partido se viu obrigado a mudar plano jurídico de montar ofensiva contra delatores

Pego de surpresa pela prisão de seu tesoureiro, João Vaccari Neto, o PT se viu obrigado a sepultar sua principal estratégia para responder às acusações de recebimento de propina da Petrobras, que era partir para uma ofensiva jurídica contra os delatores da Lava Jato.
Vaccari foi afastado do cargo de tesoureiro no fim da tarde de ontem, após o partido entender o agravamento da crise e das denúncias contra ele tornou insustentável sua permanência na direção partidária. O PT ainda define exatamente como responderá ao novo cenário - a direção segue reunida hoje, em São Paulo, e deve tomar decisões como a substituição do tesoureiro e a revisão do modelo de financiamento da legenda.
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Mas uma das preocupações do partido, neste momento, é garantir queVaccari não se sinta "abandonado", apesar do afastamento. O partido teme que o tesoureiro, a quem a força-tarefa também poderá propor a delação premiada, possa decidir não cair sozinho.
Vaccari nega doações ilegais de fornecedores da Petrobras para campanha do PT
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Vaccari nega doações ilegais de fornecedores da Petrobras para campanha do PT
Dentro da estratégia que estava sendo desenhada pelo PT, o advogado Luiz Bueno de Aguiar entrou na semana passada com duas propostas de interpelação, uma cível e outra criminal, para forçar o ex-chefe de serviços da Petrobras Pedro Barusco a confirmar as declarações e apontar nomes das pessoas que teriam recebido os US$ 200 milhões em propina destinados ao PT. 
As duas interpelações foram protocoladas na Justiça do Rio de Janeiro, uma no Fórum Central e a outra na Barra da Tijuca, domicílio de Barusco. O advogado cumpria uma determinação do presidente nacional do PT, Rui Falcão, que fez questão de convocar uma entrevista coletiva em fevereiro para anunciar uma ofensiva jurídica para processar civil e criminalmente todos os acusadores de Vaccari e do PT.
O alvo principal era Barusco, que afirmara tanto no depoimento prestado na delação premiada quanto na CPI da Petrobras, na Câmara, que o tesoureiro era quem administrava a propina. Ele revelou que repassava ao PT o dobro do que embolsava - algo em torno de US$ 100 milhões de cuja fortuna abriu mão e se dispôs a abrir o jogo a Polícia Federal e ao Ministério Público Federal para ganhar redução da pena.
Falcão disse à época que as acusações eram falsas, chamou Barusco de bandido e afirmou que havia uma clara tentativa de criminalizar o PT. Ele também encaminhou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pedido de sindicâncias para apurar vazamentos seletivos de informações sigilosas e questionando a linha de investigações da Polícia Federal, sugerindo que não houve nenhum interesse das autoridades em apurar o período do governo Fernando Henrique no escândalo da Petrobras, lembrando que Barusco afirmara que havia propina nos contratos desde 1993. A ofensiva poupava o juiz Sérgio Moro e os procuradores da força tarefa paranaense. 
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Antes da prisão de Vaccari, a estratégia clara do PT era desconstruir a delação premiada, peça de investigação que levou o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) a determinar abertura de inquérito contra o tesoureiro e outros 49 políticos _ senadores, deputados, ex-governadores e ex-ministros. 
Na semana passada, durante depoimento à CPI, Vaccari repetiu, em meio às evasivas, que as declarações de Barusco não eram verdadeiras e, seguindo orientação dos advogados, tornou um bordão a afirmação segundo a qual, “delação não é prova”. O PT acreditou que o depoimento da semana passada foi satisfatório e chegou a comemorar com alívio seu resultado. 
Veja políticos que estão na lista da Operação Lava Jato
Antes de aparecer na lista de Janot, Renan Calheiros disse que não conhecia Youssef ou envolvidos na Lava Jato. Foto: Câmara dos Deputados/Gustavo Lima
O ex-presidente e senador pelo PTB de Alagoas, Fernando Collor, é acusado de ter recebido dinheiro de Yousseff. Foto: Reprodução
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha está entre os que serão investigados na Lava Jato. Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Senador pelo PMDB do Maranhão e ex-ministro das Minas e Energia de Dilma, Edison Lobão é investigado em inquérito que envolve a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB). Foto: CÉLIO AZEVEDO/AGÊNCIA SENADO - 15.5.2007
Senadora pelo PT do Paraná ex-ministra da Casa Civil de Dilma, Gleisi Hoffman foi citada em delação premiada da Lava Jato. Foto: Facebook
Alvo de inqúerito, Antônio Anastasia é senador pelo PSDB de Minas Gerais,  ex-governador do Estado e foi coordenador de campanha de Aécio à Presidência. Foto: daniel de cerqueira - 7.11.2014
Senador pelo PP do Piauí, Ciro Nogueira teve dois inquéritos arquivados, mas é alvo de um terceiro, que envolve outras 36 pessoas. Foto: Agência Brasil
Lindberg Farias, senador pelo PT do RJ, é suspeito de ter pedido dinheiro a Paulo Roberto Costa. Foto: Futura Press
Ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) é citada também no inquérito contra o senador Edison Lobão (PMDB-MA). Foto: BETO BARATA/AGência ESTADO - 4.1.2011
Deputado pelo PP da Paraíba, Aguinaldo Ribeiro fio ministro das Cidades durante o governo Dilma. Foto: Divulgação
Vilson Covatti foi deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul até janeiro de 2015. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PT de São Paulo e ex-líder do governo Lula, Cândido Vaccarezza teria recebido R$ 400 mil em propina. Foto: Agência Brasil
Alvo de inquérito, Humberto Costa é senador pelo PT de Pernambuco e foi ministro da Saúde durante o governo Lula. Foto: Divulgação
Senador pelo PMDB de Roraima, Romero Jucá foi líder dos governos FHC e Lula. Foto: Agência Senado
Senador pelo PMDB de Rondônia, Valdir Raupp foi governador de Rondônia e líder do partido. Foto: Divulgação
Ex-ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, Antônio Palocci terá suas condutas investigadas pela Polícia Federal no Paraná, para onde o STF mandou o inquérito. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil - 2.1.11
Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto é alvo do processo que envolve 37 pessoas. Foto: Agência Brasil
Deputado federal pelo PP de Mato Grosso, Pedro Henry foi condenado no processo do mensalão. Foto: Agência Brasil
Deputado federal pelo PMDB do Ceará, Aníbal Gomes é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Divulgação/Governo Municipal de Acaraú
Deputado federal pelo PP do Rio de Janeiro, Simão Sessim ocupa o cargo desde a década de 1970. Foto: Agência Câmara
Ex-deputado federal pelo PP de Pernambuco, teve seu mandato cassado na esteira do escândalo do mensalão. Foto: Agência Brasil
Deputado federal pelo Solidariedade da Bahia, Luiz Argôlo chegou a ter sua cassação aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara. Foto: Agência Câmara
Deputado federal pelo PP do Paraná, Nelson Meurer é presidente do partido no Estado. Foto: Agência Câmara
Deputado pelo PP do Acre, Gladson Cameli é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Agência Câmara
Deputado federal pelo PP de Goiás, Roberto Balestra é investigado no maior inquérito, que envolve 37 pessoas. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP de Goiás, Sandes Júnior, é alvo do maior inquérito da Operação, com 37 investigados. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PT do Mato Grosso, Vander Loubet é investigado em inquérito que inclui o deputado Cândido Vaccarezaa (PT-SP). Foto: Divulgação
Senador pelo PP do Piauí, Ciro Nogueira teve dois inquéritos arquivados, mas é alvo de um terceiro, que envolve outras 36 pessoas. Foto: Divulgação
Deputada federal pelo PP de São Paulo, Aline Corrêa consta da lista de 37 investigados de um dos inquéritos da Lava Jato. Foto: Agência Câmara
Senador pelo PP de Alagoas, Benedito de Lira iniciou sua carreira política no extinto Arena, que apoiava a ditadura militar. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PT de São Paulo, José Mentor foi líder estudantil contrário à ditadura militar. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul, José Otávio Germano é alvo de dois pedidos de instauração de inquérito. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP do Ceará, José Linhares Ponte foi padre e usa a experiência de sacerdócio nas campanhas eleitorais. Foto: Reprodução
Deputado federal pelo PP de Pernambuco até janeiro  de 2015, Roberto Teixeira é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP de Santa Catarina até janeiro de 2015, João Alberto Pizzolatti Junior é alvo do inquérito que envolve outras 36 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP da Bahia até janeiro de 2015, Mário Negromonte foi ministro das Cidades durante o governo Dilma. Foto: Wikimedia
Deputado pelo PP do Maranhão, Waldir Maranhão é investigado no inquérito que envolve outras 36 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Vice-governador da Bahia, comandada por Rui Costa (PT), João Leão foi deputado federal pelo PP do Estado. Foto: Reprodução
Deputado federal pelo PP de Rondônia até janeiro de 2015, Carlos Magno Ramos foi secretário da Casa Civil do ex-governador  e hoje senador Ivo Cassol (PP). Foto: Divulgação
Deputado federal pelo PP da Bahia, Roberto Britto é investigado no inquérito que envolve outras 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul, Renato Molling é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul, Luis Carlos Heinze é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Tocantins, Lázaro Botelho é investigado no inquerito que envolve 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP de São Paulo, José Olímpio se apresenta como missionário da Igreja Mundial do Poder de Deus. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul, Afonso Hamm é investigado no inquérito que envolve outras 37 pessoas. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP, Jerônimo Goergen foi vice-líder da bancada do PP na Câmara dos Deputados. Foto: Facebook/Reprodução
Deputado federal pelo PP do Paraná, Dilceu Sperafico é investigado no inquérito que envolve outras 37 pessoas. Foto: Twitter/Reprodução
Deputado federal pelo PP de Alagoas, Arthur Lira é filho de Benedito de Lira, também investigado na Lava Jato. Foto: Twitter/Reprodução
Deputado pelo PP de Minas Gerais, Luiz Fernando Faria é investigado no inquérito que envolve 37 pessoas. Foto: Reprodução
Deputado federal pelo PP de Pernambuco, Eduardo da Fonte foi segundo vice-presidente da Câmara e líder do PP na Casa. Foto: Divulgação
Antes de aparecer na lista de Janot, Renan Calheiros disse que não conhecia Youssef ou envolvidos na Lava Jato. Foto: Câmara dos Deputados/Gustavo Lima
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