Stephanie Nebehay
Em Genebra (Suíça) 08/09/2015 - 16h10
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Mohamed Ben Khalifa/AP
Sapatos são reunidos em praia a oeste da cidade de Zuwara, na Líbia, onde corpos de refugiados chegam após o naufrágio de dois barcos de pesca que tinham como destino a Europa. As embarcações naufragaram ao largo da costa da Líbia em 27 de agosto
Sapatos são reunidos em praia a oeste da cidade de Zuwara, na Líbia, onde corpos de refugiados chegam após o naufrágio de dois barcos de pesca que tinham como destino a Europa. As embarcações naufragaram ao largo da costa da Líbia em 27 de agosto
Pelo menos 850.000 pessoas devem cruzar o mar Mediterrâneo para buscar refúgio na Europa neste ano e no próximo, previu a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, oferecendo estimativas que já parecem conservadoras.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) pediu políticas de asilo mais coesas para lidar com os números crescentes.
Muitos são refugiados da Síria, estimulados a viajar devido à escalada dos combates no país e à piora das condições para refugiados em nações vizinhas pela escassez de financiamento dos programas de ajuda, disse o Acnur.
"Em 2015, o Acnur prevê que aproximadamente 400.000 recém-chegados irão buscar proteção internacional na Europa via Mediterrâneo. Em 2016, este número pode chegar a 450.000 ou mais", declarou a entidade em um documento de apelo.
O porta-voz William Spindler afirmou que a previsão deste ano está perto de se cumprir, já que 366.000 pessoas já empreenderam a jornada. A cifra total dependerá de os imigrantes desistirem ou não de fazer a viagem à medida que o tempo esfriar e os mares ficarem mais perigosos com a chegada do outono no hemisfério norte.
Até agora, os números não parecem ter diminuído com a aproximação dos meses mais frios, e muitas pessoas aparentam estar encorajadas com o anúncio da Alemanha de que irá facilitar as regras para os sírios em busca de refúgio que entraram na União Europeia por outros países.
Na segunda-feira, um recorde de 7.000 refugiados sírios chegou à ex-república iugoslava da Macedônia, e 30.000 estão em ilhas gregas, a maioria em Lesbos, informou o Acnur.
Muitos aportam primeiro na Grécia, depois vão para a UE para seguir para o norte, percorrendo os Bálcãs rumo à Hungria e à Alemanha.
"Por isso, obviamente, as discussões na Europa nesta semana estão adquirindo uma urgência maior porque obviamente não pode se tratar de uma solução alemã para um problema europeu", afirmou a porta-voz do Acnur, Melissa Fleming, em boletim à imprensa.
O chefe do organismo, António Guterres, pediu o aumento na quantidade de mecanismos legais para os refugiados entrarem na Europa, como um maior número de vistos e formas de reunir pessoas às suas famílias.
"Estou convencido de que, com os instrumentos adequados em mãos, isso será muito mais fácil de administrar", declarou em entrevista coletiva em Paris.
(Reportagem adicional de Tom Miles, em Genebra; e de John Irish, em Paris)
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