Três homens ordenaram que os passageiros de um ônibus da empresa Integra descessem e atearam fogo ao coletivo em um protesto
Marechal Rondon tem ruas vazias
(Foto: Reprodução/Foto do Leitor/WhatsApp) |
Ameaças de toque de recolher esvaziaram as ruas do bairro de Marechal Rondon, em Salvador, na noite desta quinta-feira (28). Na tarde de hoje, três homens ordenaram que os passageiros de um ônibus da empresa Integra descessem e atearam fogo ao coletivo em um protesto.
Equipes da 9ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM-Pirajá) receberam denúncias de moradores sobre os boatos de que homens armados teriam ordenado que comerciantes fechassem todos os estabelecimentos no fim de linha do bairro.
Nas redes sociais, moradores compartilharem imagens do bairro com ruas desertas. Eles denunciam que os ônibus deixaram de circular no bairro por conta da insegurança. Ao CORREIO, a Central de Polícia informou que equipes da Polícia Militar mantêm rondas e viaturas no local para garantir a segurança dos moradores.
De acordo com a Central de Polícia, testemunhas informaram que os homens invadiram o coletivo por volta do meio-dia desta quinta e mandaram que passageiros, motorista e cobrador descessem. Em seguida, eles atearam fogo ao veículo.
No entanto, segundo a Central de Polícia, uma guarnição da 9ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Pirajá) chegou ao local e conseguiu debelar as chamas com a ajuda da população, usando os extintores do próprio ônibus. Só os pneus ficaram queimados.
Após o controle das chamas, o ônibus foi deslocado para a garagem. Motorista e cobrador passam bem. Não há informações de feridos. Em nota, a Polícia Militar informou que os bandidos foram flagrados por policiais militares da Operação Apolo, e conseguiram fugir em seguida. Ainda de acordo com a PM, a situação no local já foi normalizada.
Ao CORREIO, moradores informaram que a tentativa de atear fogo ao ônibus foi um protesto por causa da morte de Jônatas Borges dos Santos Goes, ocorrida no final da noite da segunda-feira (25). Os manifestantes eram moradores da Rua São Tomé, região conhecida como Mangueira, onde o jovem morava. Segundo eles, no dia do crime, policiais da Companhia Independente de Policiamento Tático (Rondesp BTS) chegaram ao local atirando.
Uma das testemunhas conta que cerca de sete jovens estavam sentados na rua, conversando. Policiais da Rondesp teriam chegado a pé e atirado para cima. "A gente se assustou e se levantou, alguns correram. Eles nem pediram para parar. Já chegaram atirando", revela. Por conta da baixa adesão, os vizinhos não finalizaram o protesto. "A família não se envolveu, tinha pouca gente", lamenta o ambulante Silvio Guimarães, 28.
Na noite desta quarta-feira (27), o estudante Jeferson de Jesus Gonzaga, 20 anos, foi baleado na porta da Escola Estadual Professor Germano Machado Neto, onde ele estudava. Ele foi socorrido para o Hospital do Subúrbio, em estado grave. Segundo familiares da vítima, Jeferson teve morte cerebral na manhã desta quinta-feira (28). O hospital não confirma a informação.
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