O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou a aliados que, caso o governo não consiga barrar o processo de impeachment na Câmara, entrará em campanha permanente e não sairá mais das ruas.
O petista também deixou claro que não pretende dar trégua a um eventual governo capitaneado pelo vice-presidente Michel Temer.Segundo pessoas próximas, o recado de Lula foi claro: “não estaremos nessa de união nacional. Não vamos colaborar”. A fala é uma referência à pregação que Temer tem feito para se consolidar como a principal opção à presidente Dilma Rousseff, publicou o jornal Folha de S. Paulo.
O vice se define como homem aberto ao diálogo e capaz de reunir diversos partidos para tirar o país da crise.Lula pediu a colaboradores que antes dividiam seu tempo entre o auxílio a ele e outras atividades que passassem a considerar dedicação integral ao seu projeto. Ele orientou seu núcleo mais próximo a, caso o governo seja derrotado, manter a base social do PT mobilizada contra o que chama de “governo ilegítimo”.
O PT já designou um nome para tratar da agenda do ex-presidente: Paulo Frateschi, ex-secretário de relações governamentais do prefeito Fernando Haddad (PT-SP).O ex-presidente segue recebendo parlamentares e dirigentes partidários no hotel em que montou uma espécie de sede anti-impeachment, em Brasília, porque não quer parecer que lavou as mãos.Lula tem pedido que os petistas trabalhem “até o último minuto de domingo” (17), quando a Câmara vota o pedido de impeachment.O ex-presidente viu com preocupação a debandada de partidos antes tidos como fiéis ao governo, como o PP, PSD e PR. Disse que não é “impossível” derrotar a tese do afastamento, mas que a situação está muito difícil.
Crédito da Foto: AFP
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