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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Verônica Bolina: travesti presa em DP foi agredida "várias vezes" por policiais

Corregedoria da Polícia Civil abriu investigação sobre o caso; fotos de travesti com rosto machucado e seios à mostra ganharam repercussão nas redes sociais nesta semana


Em áudio, Verônica Bolina, de 25 anos, diz que não foi torturada
Facebook/Reprodução
Em áudio, Verônica Bolina, de 25 anos, diz que não foi torturada

O Centro de Cidadania LGBT, vinculado à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, disse, por meio de nota, que a travesti Verônica Bolina (nome social), de 25 anos, confirmou ter sofrido agressão em vários momentos durante sua estadia na carceragem do 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, na região central de São Paulo. Os agressores seriam policiais militares e agentes do Grupo de Operações Estratégicas (GOE), da Polícia Civil. A Corregedoria da Polícia Civil está investigando o caso.
A história de Verônica ganhou repercussão no último domingo (12) após ter sido agredida dentro da delegacia e fotos em que ela aparece com o rosto desfigurado, os seios à mostra e as mãos e as pernas algemadas começarem a ser divulgadas nas redes sociais.  Após a repercussão, a campanha “#SomosTodosVerônica" foi lançada no Facebook e já tem mais de 15 mil curtidas. Os internautas afirmam que a travesti foi torturada.
“[Verônica] declarou à nossa equipe ter sofrido agressões em vários momentos por parte de policiais militares e de 'preto', fazendo referência aos agentes do Grupo Operações Estratégicas (GOE), durante o episódio em que atacou o carcereiro da Polícia Civil por conta de uma troca de cela e no hospital Mandaqui quando do atendimento médico”, informou o órgão da Prefeitura, em nota.
A Defensoria Pública, responsável pela defesa de Verônica, informou ver indícios de abuso policial, com “agressões desproporcionais e exposição indevida”.
“As fotos evidenciam, pelo menos, uso desproporcional de força. O que se alega é que foi utilizada força para contenção, mas conter não é espancar. Além disso, a divulgação da imagem dela machucada e com seios à mostra demonstra uma tentativa de exposição indevida. Caberia ao Estado proteger sua integridade física e moral. Se não foram os policiais quem divulgaram as fotos, foram ao menos coniventes com essa divulgação”, informou o órgão em nota.
Antes e depois: vaidosa e fã de malhação, Verônica Bolina ficou deformada depois de apanhar em distrito policial no centro de São Paulo. Foto: Reprodução/redes sociais
Em áudio, Verônica Bolina, de 25 anos, diz que não foi torturada. Foto: Facebook/Reprodução
Verônica aparece com rosto machucado e seios a mostra. Foto: Facebook/Reprodução
Imagem divulgada nas redes sociais mostra Verônica com pés e mãos algemadas sob na carceragem do 2º DP. Foto: Reprodução/Facebook
Verônica foi acusada de tentar matar uma idosa de 73 anos. Foto: Facebook/Reprodução
Internautas fazem desenhos em homenagem a Verônica Bolina. Foto: Facebook/Reprodução
Internautas fazem desenhos em homenagem a Verônica Bolina. Foto: Facebook/Reprodução
Internautas fazem desenhos em homenagem a Verônica Bolina. Foto: Facebook/Reprodução
Internautas fazem desenhos em homenagem a Verônica Bolina. Foto: Facebook/Reprodução
Internautas fazem desenhos em homenagem a Verônica Bolina. Foto: Facebook/Reprodução
Internautas fazem desenhos em homenagem a Verônica Bolina. Foto: Facebook/Reprodução
Antes e depois: vaidosa e fã de malhação, Verônica Bolina ficou deformada depois de apanhar em distrito policial no centro de São Paulo. Foto: Reprodução/redes sociais
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A defensoria diz também que, na última segunda-feira (13),  os policiais não permitiram que a defensora Vanessa Alves conversasse com Verônica em um local reservado, de acordo com o que está previsto na legislação.
“Na ocasião, Vanessa percebeu que não foi dado um espaço adequado para entrevista, sem presença de policiais. Além disso, os policiais teriam dito para Verônica ‘não mentir’ e ‘falar a verdade’. A gente considera uma coação”, informou o órgão.  “A defensora ainda ouviu dos policiais que, por ter arrancado a orelha do carcereiro, a agressão saiu barato”.
A Defensoria informou ainda que formulou nesta quinta-feira (16) o pedido para que o juiz responsável pelo caso realize uma audiência de custódia. Nesta audiência, Verônica seria ouvida pelos defensores e pelo juiz. A defensoria também pediu que um novo exame de delito seja realizado em um “ambiente de maior isenção para verificar legalidade e abuso”.  Após a agressão, Verônica realizou exame de corpo de delito no hospital Mandaqui, na zona norte, segundo a Prefeitura de São Paulo.
Áudios
 A Defensoria também questiona as condições em que foram gravados os áudios divulgados pela coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, Heloísa Alves, em que Verônica diz não ter sido torturada. A ação de tortura foi levantada após as fotos da travesti com o rosto desfigurado serem divulgadas.
“Não fui torturada pela polícia. Eu simplesmente agi de uma maneira que achava que estava possuída, agredi os policiais, eles só agiram com o trabalho deles”, diz Verônica.
“Esses áudios chamam atenção porque não se sabe em que condições foram feitos e nem como foram divulgados”, diz a Defensoria.
Por email, o iG questionou a Coordenadoria de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo sobre a gravação desses áudios, mas até o fechamento desta reportagem não obteve resposta.
Agredida por outros detentos e carcereiro
Verônica aparece com rosto machucado e seios a mostra
Facebook/Reprodução
Verônica aparece com rosto machucado e seios a mostra
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, Verônica foi presa na última sexta-feira (10) “depois de tentar matar uma senhora de 73 anos e agredir outros dois moradores do condomínio onde vive”. Verônica teria usado a bengala da idosa para agredi-la. A PM foi chamada e encontrou Verônica “nua e bastante exaltada”. Ainda de acordo com nota da SSP, na delegacia, Verônica voltou a “dirigir ofensas aos policiais investindo de forma violenta. Foi necessário o uso de força para imobilizá-la”.
A ocorrência foi registrada no 78º DP (Jardins) como tentativa de homicídio qualificado, dano, lesão corporal, desacato e resistência.
Transferida para o 2º DP, ela confirmou, segundo nota da SSP, que “quando estava detida em uma cela, expôs a genitália e começou a se masturbar, o que provocou a revolta dos outros presos”. Um carcereiro entrou na cela para retirá-la da confusão, mas Verônica teria mordido a orelha dele. “O delegado esclarece que Verônica se machucou durante esses confrontos”, informou a pasta, em nota.
A SSP informou ainda que “por causa da sua condição sexual, [Verônica] pode solicitar uma sala separada do restante dos presos, mas não houve esse pedido”. Ela continua na delegacia “de maneira provisória” até ser encaminhada para uma unidade penitenciária. 
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