Os invasores divulgaram documentos confidenciais do exército norte-americano, incluindo endereços das casas de oficiais
Após dias de tensão sem fim, com quatro ataques que somaram 17 mortes de civis e policiais entre quarta e sexta-feira (9), militantes islâmicos iniciaram esta semana voltando a tentar impor o terror a países ocidentais. Desta vez, no entanto, o alvo foi o mundo virtual.
Nesta segunda-feira (12), a conta do Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), na rede social Twitter foi suspensa após ter sido alvo de ataque de um grupo de hackers supostamente ligados ao Estado Islâmico (EI). O comando é o responsável pela supervisão das operações aéreas lideradas pelos EUA contra o grupo no Iraque e na Síria.
Responsável por ao menos cinco mortes em dois ataques, o jihadista Amedy Coulibaly, 32 anos, afirmou ter agido em nome do grupo antes de ser morto por policiais em um ataque a um mercado judaico, na sexta.
A exemplo do ocorrido em ataques anteriores contra outras páginas de autoridades e/ou empresas – vida a invasão à Sony que levou ao adiamento da estreia do longa "A Entrevista", contra o regime da Coreia do Norte –, os supostos hackers do EI divulgaram documentos confidenciais do exército norte-americano, incluindo endereços das casas de oficiais.
Ataque a sede de revista satírica em Paris deixa ao menos quatro mortos:
Suspeitos de ataque terrorista a revista em Paris são mortos pela polícia (09/01). Foto: AP
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IntimidaçãoPara divulgar sua ação, o grupo, autointitulado CyberCaliphate (Cipercalifado, na tradução para o português), trocou todo o perfil da conta do comando na rede social. No lugar das imagens do Centcom, foram colocadas fotos de uma pessoa com o rosto coberto ao lado da bandeira negra que simboliza o EI. Mensagens extremistas e ameaças contra norte-americanos também foram publicadas, em uma tentativa de alastrar o terror que levou nações ocidentais a emitirem estado de alerta máximo contra ataques.
“O EI já está aqui, estamos em seus computadores, em cada base militar americana”, escreveram os hackers na conta do Twitter do comando.
Líderes do Estado Islâmico, grupo que se organizou em meio à guerra civil que já se arrasta por anos no Iraque e na Síria, autoproclamou a fundação de um califado (um governo em acordo com as leis do islamismo) em territórios dos dois países no ano passado.
O grupo, que ataca minorias como os curdos e obriga aqueles que considera infiéis à conversão ao islã, é responsável por centenas de assassinatos, sequestros e estupros no Oriente Médio. Além disso, ficou famoso pelas decapitações a estrangeiros, principalmente dos EUA e do Reino Unido, com o intuito de intimidar e exigir suas demandas. Foi o caso de jornalistas, com o britânico James Foley.
*Com informações da Agência Lusa, Agência Brasil, AP e CNN
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