Hamyd Mourad, de 18 anos, se rendeu a policiais. Autoridades ainda procuram os irmãos Cherif e Said Kouachi. Ataque a revista de humor matou 12 pessoas
Cherif Kouachi e Said Kouachi, dois dos três suspeitos do ataque à revista 'Charlie Hebdo' - AFP
(Atualizado à 1h45)
Um dos três suspeitos do ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo nesta quarta-feira, em Paris, se entregou à polícia, informou o Ministério Público francês. Hamyd Mourad, de 18 anos, se rendeu voluntariamente a policiais de uma delegacia de Charleville-Mézières, região de Ardenas, no norte da França. Ele é o mais novo dos três suspeitos do atentado que deixou doze mortos e cinco feridos com gravidade. Segundo a agência de notícias France-Presse, Mourad se entregou depois de ver o seu nome circular nas redes sociais.
Uma operação policial de grandes proporções foi lançada para localizar os dois suspeitos que ainda estão foragidos. A polícia divulgou um documento com as fotos dos suspeitos, identificados como Cherif e Said Kouachi. Eles possuem 32 e 34 anos de idade e são irmãos de nacionalidade francesa e origem argelina, nascidos em Paris. Um deles teria sido identificado por um cartão de identidade deixado em um dos carros usados na fuga. Cherif já era conhecido das autoridades e chegou a ser condenado a 18 meses de prisão em 2008 por fazer parte de um grupo jihadista que incitou jovens a combater no Iraque. Em comunicado, as autoridades francesas pediram ajuda à população para localizar os criminosos e informaram que a dupla é perigosa e pode estar armada.
Uma operação policial de grandes proporções foi lançada para localizar os dois suspeitos que ainda estão foragidos. A polícia divulgou um documento com as fotos dos suspeitos, identificados como Cherif e Said Kouachi. Eles possuem 32 e 34 anos de idade e são irmãos de nacionalidade francesa e origem argelina, nascidos em Paris. Um deles teria sido identificado por um cartão de identidade deixado em um dos carros usados na fuga. Cherif já era conhecido das autoridades e chegou a ser condenado a 18 meses de prisão em 2008 por fazer parte de um grupo jihadista que incitou jovens a combater no Iraque. Em comunicado, as autoridades francesas pediram ajuda à população para localizar os criminosos e informaram que a dupla é perigosa e pode estar armada.
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Hamyd Mourad e os irmãos Kouachi são suspeitos de terem perpetrado o brutal ataque à sede da revista Charlie Hebdo, no qual homens mascarados e armados com fuzis AK-74 mataram dez jornalistas e dois policiais, e deixaram cinco feridos em estado grave. O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, disse que as autoridades estavam tomando todas as medidas "para neutralizar os criminosos". Segundo o jornal Le Monde, mais de 3.000 policiais foram mobilizados nas buscas, que também incluíram helicópteros e serviços de inteligência. A imprensa francesa reportou buscas policiais em Paris e na cidade de Reims.
Multidões nas ruas – Horas depois do atentado, as ruas de Paris e de várias cidades da França foram tomadas por multidões em solidariedade às vítimas. Em Lyon, entre 10.000 e 15.000 pessoas foram às ruas; em Rennes, entre 13.000 e 15.000, em Toulouse, mais de 10.000, em Nantes e Estrasburgo, cerca de 5.000 pessoas, segundo o jornal Le Figaro. A agência France-Presse fala em mais de 100.000 manifestantes em toda a França. Em outras cidades europeias, como Berlim e Londres, também estão ocorrendo vigílias em solidariedade à revista que foi alvo dos terroristas.
Na capital francesa, o ponto principal de concentração foi a Praça da República, onde pessoas empunhavam cartazes, seguravam velas e canetas, pedindo paz, tolerância e liberdade de expressão.
A desenhista Diane Sorin ressaltou a espontaneidade do movimento organizado a partir das redes sociais. “A manifestação tinha sido marcada primeiramente para as 19 horas, depois passou para as 18 horas, mas chegamos aqui antes mesmo desse horário e já havia muita gente. Isso mostra a urgência que estamos sentindo em expressar nossa tristeza e indignação”. Ela lamentou a perda de cartunistas que eram seus ídolos desde a infância e ressaltou que “o importante é mantermos vivo nosso espírito crítico”.
Em pronunciamento, o presidente François Hollande anunciou que esta quinta será um dia de luto nacional. “Ao meio-dia, um momento de silêncio será observado nos estabelecimentos públicos, as bandeiras ficarão a meio mastro durante três dias”, afirmou. “Nossa melhor arma é a nossa união. Nada pode nos dividir”.
Vítimas – Entre os mortos no atentado estão oito integrantes da redação da revista, os chargistas Charb, Cabu, Wolinski, Tignous, Honoré, além do revisor Mustapha Ourad, do cronista Bernard Maris, que também colaborava com a France Inter, e da psicanalista Elsa Cayat, que assinava uma coluna na publicação.
Um dos policiais atingidos no atentado foi Franck Brinsolaro, que estava encarregado da segurança de Charb – editor da revista satírica, ele recebia ameaças de morte e contava com proteção policial. O outro foi Ahmed Merabet, alvejado quando os terroristas fugiam do prédio –um vídeo flagrou o momento em que os homens voltaram para disparar contra o agente, que já estava caído.
Outras vítimas identificadas foram Frédéric Boisseau, funcionário de uma empresa que prestava serviços à publicação, e Michel Renaud, ex-jornalista que fundou um festival cultural em Clermont-Ferrand e foi convidado a participar da reunião de pauta desta quarta pelo cartunista Cabu.
(Com reportagem de Daniela Fetzner, de Paris)
Leitora folheia edição desta quarta-feira (07) da 'Charlie Hebdo'. A revista semanal de humor foi alvo de um ataque terrorista em Paris - Bertrand Guay/AFP
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