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segunda-feira, 9 de março de 2015

Dólar fecha em alta nesta segunda e ultrapassa R$ 3,12

O dólar iniciou a semana operando em alta e fechou acima dos R$ 3,12 nesta segunda-feira (9), após encerrar cotado a mais de R$ 3 na sexta-feira (6). A moeda terminou o dia em alta pela 6ª vez seguida.
Investidores reagiram com preocupações diante da resistência à presidente Dilma Rousseff e o escândalo em torno da Petrobras, que podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica.
A moeda norte-americana subiu 2,39%, a R$ 3,1297. Este é o maior valor desde 22 de junho de 2004, quando o dólar fechou a R$ 3,1341, segundo dados do Banco Central. Na máxima do dia nesta segunda, o dólar atingiu R$ 3,1331, segundo a Reuters. No ano, o dólar acumula alta de 17,72%.

"Não tem nenhum vendedor (de dólares) no mercado. Quem vir motivos pontuais para explicar essa alta está chutando, a verdade é que há um pânico generalizado", disse à Reuters o operador de um importante banco nacional.
'Panelaço'
No domingo, durante a transmissão pela TV de discurso em que defendeu que o ajuste econômico vai durar o tempo que for necessário, Dilma foi vaiada em diversas cidades, enquanto pedia união e paciência.
As manifestações "deixam evidente o forte nível de desaprovação pelo qual a atual gestão vem passando", escreveu em nota a clientes o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho, segundo a Reuters.
Ele lembrou ainda a divulgação da lista de investigação de dezenas de parlamentaresdevido ao caso de corrupção da Petrobras, "potencializando ainda mais a falta de credibilidade de nossas lideranças".
As medidas de reequilíbrio das contas públicas vinham servindo como um alento para investidores em meio à perspectiva de contração econômica e inflação de mais de 7% neste ano.
Nas últimas semanas, contudo, as dificuldades que o governo tem enfrentado para implementar essas ações mudaram o cenário, levando investidores a evitar ativos brasileiros e impulsionando o dólar aos maiores níveis em mais de dez anos.
O movimento também reforçou a incerteza sobre o futuro das intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim de março.

À tarde, a agência de classificação de risco Moody's disse que a investigação de corrupção na Petrobras vai afetar de forma negativa partes dos setores público e privado brasileiro. A agência informou também que o "suporte do governo para a empresa provavelmente ajudará a conter o impacto negativo ao crédito".
O dólar subiu 7,02% na semana passada. Segundo a Reuters, esta foi a maior alta semanal desde 2008.
Intervenção do Banco Central
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, todos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e equivalentes a US$ 98,3 milhões. Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi vendido.
O BC também vendeu a oferta total no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 22% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões, informou a Reuters.

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